sábado, 30 de novembro de 2024

A vida ensina


 

A vida ensina
Artur da Távola
 
Se você pensa que sabe; que a vida lhe mostre o quanto não sabe.
Se você é muito simpático mas leva meia hora para concluir seu pensamento; que a vida lhe ensine que explica melhor o seu problema, aquele que começa pelo fim.
 
Se você faz exames demais; que a vida lhe ensine que doença é como esposa ciumenta: se procurar demais, acaba achando.
Se você pensa que os outros é que sempre são isso ou aquilo; que a vida lhe ensine a olhar mais para você mesmo.
 
Se você pensa que viver é horizontal, unitário, definido, monobloco; que a vida lhe ensine a aceitar o conflito como condição lúdica da existência.
Tanto mais lúdica quanto mais complexa.
Tanto mais complexa quanto mais consciente.
Tanto mais consciente quanto mais difícil.
Tanto mais difícil quanto mais grandiosa.
 
Se você pensa que disponibilidade com paz não é felicidade; que a vida lhe ensine a aproveitar os raros momentos em que ela (a paz) surge.
 
Que a vida ensine a cada menino a seguir o cristal que leva dentro, sua bússola existencial não revelada, sua percepção não verbalizável das coisas, sua capacidade de prosseguir com o que lhe é peculiar e próprio, por mais que pareçam úteis e eficazes as coisas que a ele, no fundo, não soam como tais, embora façam aparente sentido e se apresentem tão sedutoras quanto enganosas.
 
Que a vida nos ensine, a todos, a nunca dizer as verdades na hora da raiva.
Que desta aproveitemos apenas a forma direta e lúcida pela qual as verdades se nos revelam por seu intermédio; mas para dizê-las depois.
Que a vida ensine que tão ou mais difícil do que ter razão, é saber tê-la.
 
Que aquele garoto que não come, coma.
Que aquele que mata, não mate.
Que aquela timidez do pobre passe.
Que a moça esforçada se forme.
Que o jovem jovie.
Que o velho velhe.
Que a moça moce.
 
Que a luz luza.
Que a paz paze.
Que o som soe.
Que a mãe manhe.
Que o pai paie.
Que o sol sole.
Que o filho filhe.
Que a árvore arvore.
 
Que o ninho aninhe.
Que o mar mare.
Que a cor core.
Que o abraço abrace.
Que o perdão perdoe.
 
Que tudo vire verbo e verbe.
Verde. Como a esperança.
Pois, do jeito que o mundo vai, dá vontade de apagar e começar tudo de novo.
A vida é substantiva, nós é que somos adjetivos.
 
Artur da Távola

segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Eliminação da Violência contra a Mulher


 

Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher
 
A violência contra a mulher é aquela cuja motivação principal é o gênero, ou seja, é praticada contra mulheres pelo fato de serem mulheres.
“Ela pode ser física, sexual, psicológica, moral e patrimonial, e todas elas são complexas, perversas e não ocorrem isoladas umas das outras.” (Drª Eveline Catão)
 
Que todas as Mulheres, não só hoje mas todos os dias, sejam livres de qualquer violência e que não lhe sejam negados direitos à vida. Que sejam associadas a respeito e dignidade.
Diga não à violência, levante a sua voz por você e por outras mulheres. Você não está sozinha!

Em casos de violência, denuncie! Ligue 180.
 

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Dia Nacional da Consciência Negra


 

“Agora eu sei que, de fato, Deus trata a todos de modo igual, pois ele aceita todos os que o temem e fazem o que é direito, seja qual for a sua raça.”
(Atos 10.34-35)
 
Oremos por todas as pessoas que lutam com muita coragem para acabar com o racismo, a violência e as injustiças que tiram de homens e mulheres a dignidade. Oremos por todas as pessoas que estão engajadas na construção da Consciência Negra, no resgate da história do povo negro e ao lado dele estão nas ruas, praças e igrejas promovendo a igualdade.

domingo, 17 de novembro de 2024

Tempo que foge!


 

Tempo que foge!

Ricardo Gondim

 

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos. Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo. Não vou mais a workshops onde se ensina como converter milhões usando uma fórmula de poucos pontos. Não quero que me convidem para eventos de um fim-de semana com a proposta de abalar o milênio.

Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos parlamentares e regimentos internos. Não gosto de assembleias ordinárias em que as organizações procuram se proteger e perpetuar através de infindáveis detalhes organizacionais.

Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos. Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de “confrontação”, onde “tiramos fatos à limpo”. Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário do coral.

Já não tenho tempo para debater vírgulas, detalhes gramaticais sutis, ou sobre as diferentes traduções da Bíblia. Não quero ficar explicando por que gosto da Nova Versão Internacional das Escrituras, só porque há um grupo que a considera herética. Minha resposta será curta e delicada: – Gosto, e ponto final! Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: “As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos”. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos.

Já não tenho tempo para ficar dando explicação aos medianos se estou ou não perdendo a fé, porque admiro a poesia do Chico Buarque e do Vinicius de Moraes; a voz da Maria Bethânia; os livros de Machado de Assis, Thomas Mann, Ernest Hemingway e José Lins do Rego.

Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita para a “última hora”; não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja andar humildemente com Deus. Caminhar perto dessas pessoas nunca será perda de tempo.

 

Soli Deo Gloria.

 

Fonte: https://ricardogondim.com.br/poemas/1401/


terça-feira, 12 de novembro de 2024

Pense nisso:


“Insistir em algo que nunca dá certo é como calçar um sapato que não serve mais. Machuca, causa bolhas, às vezes até sangra. Aí você percebe que o melhor é ficar descalço, e deixar livres os pés. Às vezes, na vida, é preciso esquecer o que você quer, para começar a entender o que você merece. Deixe totalmente livres a sua vida e o seu coração, não insista em carregar neles quem não cabe mais na sua história.”

(A. d.) 

quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Pão


 

“Primeiro a chuva, depois, o arco-íris.
Se acostume, a ordem é essa.”
Caio Fernando Abreu
 
Primeiro o trigo, depois o pão.
Tudo tem seu tempo.
 
(De: Poesias Odonir Oliveira)

sábado, 2 de novembro de 2024

Dia de Finados: Homenagem e Respeito

 


“Hoje, pela tradição, homenageiam-se os nossos entes queridos que fizeram a passagem. Eles se sentem felizes quando endereçamos pensamentos e sentimentos de gratidão, carinho e saudade. Não há necessidade de ir aos cemitérios, que reúnem apenas os despojos carnais dos desencarnados. Faça esse movimento em qualquer lugar, de coração aberto, e sua energia alcançará a pessoa amada. Tudo o que eles mais desejam é que aproveitemos o tempo de vida na Terra fazendo o melhor ao nosso alcance, em favor de nós mesmos, da comunidade em que estamos inseridos, e do planeta que nos acolhe.”

Que a tristeza da separação momentânea seja acompanhada da certeza de que os laços de amor são indestrutíveis, e que, no momento certo, (…) nos reencontraremos. A morte não existe. Eles estão mais vivos que nós. Que estejam em paz e recebam toda nossa gratidão!

*(…) Se possível, reserve uns minutinhos para agradecer a todos os que lhe antecederam a jornada e já retornaram ao plano espiritual.

 

(Pequena adaptação do texto de André Trigueiro. Gratidão)

Do Instagram “Coisinhas Simples & Delicadas


sexta-feira, 1 de novembro de 2024

A oração de NOVEMBRO


 

Altíssimo Pai Celestial, fonte de toda graça e de todo bem. Podemos vislumbrar vossa infinita bondade em toda criatura. Vós que tendes o poder de curar, curai-nos da indiferença, do desamor, da falta de justiça. Dai-nos um coração manso e humilde para sempre fazer a justiça a todos os nossos irmãos, principalmente aqueles que mais necessitam. Neste mês que recordamos, com amor e saudades, de todos os nossos familiares e amigos falecidos, suplicamos o descanso eterno para todos, e que eles possam vislumbrar a vossa face no paraíso que prometestes. Celebrando todos os santos e santas consigamos ser inflamados do desejo de santidade para servir com o coração puro e sincero, na radicalidade do seguimento de Nosso Senhor Jesus, e Ele que é Cristo Rei assim nos abençoe. Amém!
 
Frei Felipe Medeiros Carretta, OFM
Folhinha do Sagrado Coração de Jesus