Quando eu era criança, havia ladrões que agiam na calada da noite... Os adultos diziam que eram “ladrões de galinha”. Naquele tempo, eles usavam máscara (semelhante à do Zorro) e carregavam um saco de linhagem, onde enfiavam as aves roubadas. Era um crime quase que “perdoável”, pois, segundo os adultos nos diziam, eles roubavam para se alimentar.
Hoje vejo que tais ladrões evoluíram bastante, se profissionalizaram e têm nome novo: políticos. Quanto à máscara, acredito que, num processo de “osmose camaleônica”, passou a fazer parte da cara do sujeito de forma, digamos, essencialmente amadeirada (se é que me entendem). O saco de linhagem foi trocado, obviamente, pelas já famosas malas. Já não roubam mais galinhas para matar a fome; logo, não dá mais para se pensar que seja um “crime quase perdoável”.
Interessante é perceber que duas coisas permaneceram iguais: 1) eles não são presos (e nem castigados) pelo ato criminoso; e 2) continuam agindo na calada da noite...
Sandra Medina Costa
Nenhum comentário:
Postar um comentário