quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Domingo de surpresas


Saí do Barreiro e fui para Bernardo Monteiro encontrar meus irmãos, passar uns dias. Fomos para a casa da Sônia. Só o Chiquito não apareceu. Dia muito especial. Tocar violão. Cantar como antes. Alegria. Aniversário de Lia.
Surpresa do dia:
O aparecimento de um esquilo no quintal, subindo nas árvores, certamente à procura de alimento. Foi um alvoroço geral! Alegria da criançada e das “crianças” grandes também. Havia algumas amoras, romãs e também umas poucas mangas nas árvores. E o esquilinho saltava entre os galhos com tamanha agilidade que encantava a todos nós da maior e da melhor idade. E o equilíbrio nos galhinhos finos? Deve ter se assustado com tanta gente e tanto barulho... Gritos a cada aparição, a cada salto de uma árvore a outra, risos, sorrisos, olhares brilhantes e inquietos à procura do esquilo. Meu Deus! De onde viera? Estaria perdido? Haveria mais esquilos por ali? Correria. Todo mundo queria ver o bichinho que “roubara” a cena naquele domingo. Que coisa mais linda! Presente dos céus!
Beatriz em meu colo...
Carregar minha sobrinha-neta no colo foi outra bênção. Mais tarde, ela me deu algumas lições, digamos, de determinação, persistência, alegria e fé. Na sala, eu sentada no chão assistindo a um filme. Ela se aproximou e estendeu-me um DVD, dizendo uma frase que eu não compreendia, pois ela estava com o bico na boca. Pedi que tirasse o bico e me dissesse o que queria. E a frase ela insistentemente repetia. Tive a impressão de que ela dizia algo como “Coloca o DVD da Aline Barros!”, mas duvidei. “É impossível que ela saiba quem seja essa cantora, talvez queira apenas que eu troque o filme”, pensei. Quando sentiu a demora em ser atendida, não se fez de rogada, foi atrevida. Encaminhou-se decidida rumo ao aparelho para ela mesma resolver a questão. “Por acaso você está querendo que eu coloque o DVD da Aline Barros?”, perguntei. Qual não foi minha surpresa ao ver sua alegria, abrindo aquele sorriso e entregando-me o filme. E ficamos ali: eu, ela e a Júlia, sua irmã, assistindo alegres aos clipes das músicas. Elas dançaram o tempo todo. Para completar, Beatriz, ao me ver suspender os braços espreguiçando, achou que eu estava tentando dançar e imediatamente passou a me ensinar os  passinhos, como eu deveria balançar os braços, essas coisas... Foi muito bom! Coisas de crianças.
Crianças se entendem. Eu havia me esquecido disso.

Sandra Medina Costa

Belo Horizonte, 07 de setembro de 2008.

Nenhum comentário: