Acabo de
presenciar com assombro, pela janela, cenas que me dão medo: briga de alunos
(da outra escola) em nosso passeio, violência gratuita em meio a um grupo que
gritava, ria, uma alegria bestial, enquanto ao lado alguns fumavam, ávidos,
compartilhavam um cigarro de maconha. Mais um pouco... e já se foram.
Não, não
consigo assistir impassível. O estômago embrulha, e choro.
Sei que
havia outra escolha. Fechar a janela. Não olhar.
Mas a janela
do mundo é grande.
Mas a
quarta-feira é santa.
Mas o
barulho é tanto, tamanho, que me atordoa.
Que mundo é
esse em que estou?
Sandra
O mundo do barulho das mãos, da
violência
O mundo da euforia. Do
passageiro...
do que escorre ávido entre os
dedos.
O grito desvela, mas também
esconde.
desvela o irritante estado dos
alunos que riam,
que se alegravam, que brincavam
em um mundo onde há tanta dor e
sofrimento
onde há tantas lacunas
Por que riem? O que é tão
engraçado?
certamente perguntariam os que
gritam o grito que não revela,
mas vela...
grito escondido no cigarro de
maconha
choro escondido em um punho
fechado ao encontro de um rosto
Não é uma questão de justiça
É apenas um fenômeno, uma
constatação
que, todavia, ainda nos faz
chorar...
ainda bem! quando o barulho não
irrita é porque ensurdecemos.
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