Manhã cedinho
Eu no caminho
Já atrasada.
No ponto do ônibus,
um homem estranho dormia tombado no banco. Mochila no chão.
Próximos a ele,
mais alguns homens estranhos. E o medo tentou me consumir.
Eu atrasada
Precisando seguir
Caminhei incerta
Para um lado e para
o outro.
Rua deserta.
Mais à frente outro
ponto.
Decidida a vencer o
assombro
Caminhei até lá
orando.
E o ônibus veio
logo.
Lembrei-me de Mãe.
Sempre preocupada
Dizia que
Diante do perigo
Eu não via nada
E em direção a ele
corria.
Meu Deus! Quantos
anos se passaram para eu quebrar essa “verdade” tantas vezes dita!
Não. O medo não me
paralisou e nem me puxou. Ao contrário, fez com que seguisse em frente.
E fui ao encontro da
luz, da força, dos amigos que me aguardavam para um novo dia de vivência
agostiniana.
Manhã de natureza
gentil.
Tarde de sono suave.
É noite agora. E eu
ouço aquela música que diz “meu caminho é cada manhã”
E repito para mim
mesma:
Meu caminho, hoje
sei, é cada manhã.
Sandra Medina
Costa
(Imagem: Recanto Santo Agostinho)
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