sábado, 20 de fevereiro de 2016

BENDITO TEMPO


Maria-mole
Marcou minha infância.
Adoçou minha vida
Eu ainda criança.
O coco cobria a massa branca e macia,
Enquanto o gosto da vida me levava
a um mundo de gente grande.

Maria-mole
Deu nome a uma prima Maria
Que eu não conhecia,
Mas que um dia desenhei.
Tão feia ficou
Que a surra foi inevitável!
Maria, minha mãe, tomou as dores da Maria, prima,
e me corrigiu com umas boas chineladas.
(Minha primeira lição de caricatura)

Chorei. Óbvio.
Ainda choro as águas que pela vida afloram
n’alma,
e só se calam
diante de uma maria-mole branquinha,
coberta de coco.


Sandra Medina Costa.

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