Ainda pequenino, eu ensinava o
Paulinho a orar, antes de dormir, todas as noites. E ele ia bem na
aprendizagem! Comecei a perceber, no entanto, que, ao final da Ave-Maria,
especificamente no “agora e na hora de
nossa morte”, ele embolava tudo e eu não compreendia o que ele havia
pronunciado.
- Não entendi, filho. Repete pra mamãe
– comecei a lhe pedir.
Mas não adiantava. Toda a noite era
a mesma coisa.
- ... agorinjfghnbgvnjhfbamém! – finalizava.
- Fale devagar. Por que é que você não
está rezando direito?
- É que eu fico com medo da parte que
fala de morte, mãe...
Não me lembro mais o que lhe
respondi, mas deve ter sido o certo, pois ele aprendeu e não teve mais medo.
Quando soube disso, minha amiga Ana
Maria me falou de um menino que morria de medo do MALAMAN, (com certeza associando a pronúncia a Superman, Spiderman, Batman, Aquaman...).
- Que Malaman?
- Aquele, do final do Pai-Nosso: “... mas livrai-nos do mal, amém.”
Sandra
Medina Costa
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