terça-feira, 6 de dezembro de 2011

No princípio



No princípio
Eram os princípios
Que norteavam o início
Da caminhada da gente
E a vida fluía leve,
Suave como pluma
E branca, e clara, e pura luz.

No meio,
Eram os meios
Que ajustavam os anseios
Da caminhada fremente
E a vida já não corria tão solta,
Incógnita, mar de calmaria,
Silenciosa bruma.

No fim,
Eram os fins
Que justificavam os meios
Que remetiam aos princípios
Que mostravam os valores
Que davam sentido a tudo...

No princípio era o Verbo transfigurado de luz.

Sandra Medina Costa
[imagem da web]

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

A oração de DEZEMBRO



Ó Deus, queremos vos louvar porque no mistério da Encarnação de vosso Filho viestes ao nosso encontro e nos alegrastes com a vossa presença. Queremos vos agradecer, porque no grande mistério da Encarnação vosso Filho se fez um de nós e, na pobreza do presépio, apontou-nos o início de uma Nova Vida. Como os anjos, que anunciaram um novo tempo de paz aos homens de boa vontade, ajudai-nos, Senhor, a sermos homens e mulheres de boa vontade, para que vosso Filho possa nascer também em nossos corações. E assim, ó Pai, saibamos fazer de cada um de nossos lares e famílias uma nova e atual Belém, onde reinem a paz e a luz que brotam de vosso fecundo Amor. Amém.

Frei Brayan F. Farias, OFM e Frei Camilo D. E. Martins, OFM – Rodeio/SC – Folhinha do Sagrado Coração de Jesus
[imagem da web]

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Amanhã



Amanhã
vai ser outro dia,
mais uma sessão
de terapia.

Moedas contadas (amanhã trocadas)
Passos contados (por vezes cortados)
Histórias contadas (amanhã, quiçá, renovadas)
Problemas contados (não exortados)

Passado presente,
futuro obscuro.
Futuro presente,
passado obscuro.
Lembranças tão vagas...
Tristezas amargas.

Amanhã
vai ser outro dia.

Sandra Medina Costa
[imagem da web]

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

CASTANHEIRA



A castanheira multicolorida
Só no inverno se desfolha inteira.
Expõe seus frutos ao frio do vento.
Castanheira, castanheira...

O chão se enfeita de folhas arteiras
Marrons, amarelas e até bem vermelhas.
Vez ou outra sobem soltas, solteiras...
Refletem, refeita, no chão a copa da castanheira.

Sandra Medina Costa
[Imagem da web]

sábado, 15 de outubro de 2011

EDUCAÇÃO

Texto escrito por Rubem Alves e publicado pela Folha de São Paulo

Caro senhor ministro da Educação,

Acho, Paulo Renato, que você ocupa a posição política mais importante do Brasil — mais que a da Presidência. Sobre o presidente paira uma maldição terrível, descrita por Maquiavel em "O Príncipe": a maldição do poder.
O poder é um demônio que não dá descanso, não havendo exorcismo que o resolva. Totalitário, ele se apossa do corpo e da alma; exige lealdade total e não deixa sobrar tempo para mais nada. Tal qual são Jorge, o presidente passa os dias e as noites lutando com um dragão que ressuscita a cada manhã, não lhe sobrando tempo para dedicar-se às coisas que são essenciais.
O essencial na vida de um país é a educação. Se não me falha a memória, você estudou em colégio de padres e vai entender o que digo. No Evangelho de João, está escrito que "no princípio era o Verbo". "Princípio", em grego, é palavra filosófica, que não significa só começo no tempo, mas fundamento — aquilo que é a base do que existe.
Acho que o autor sagrado não ficaria bravo comigo se eu fizesse uma tradução livre do seu texto para os tempos modernos: "No princípio é a educação". A educação, em essência, é precisamente isso: o exercício do Verbo.
Pensa-se que a tarefa de um político é administrar o país: pôr a casa em ordem, construir coisas novas, consertar as velhas; cuidar de finanças, saúde, segurança, justiça e meios de comunicação; administrar os meios de escolarização existentes, coisa sob a responsabilidade do Ministério da Educação.
Discordo. Há uma diferença qualitativa entre o que fazem os ministérios administrativos e o que o Ministério da Educação deve fazer. Os primeiros cuidam do "hardware" do país; lidam com a "musculatura" nacional. O segundo cuida do "software", da "inteligência" nacional. Seu objetivo é fazer o povo pensar. Porque um país — ao contrário do que me ensinaram na escola — não se faz com as coisas físicas que se encontram no seu território, mas com os pensamentos do seu povo.
Explico: o que está no início, o jardim ou o jardineiro? É o segundo. Havendo um jardineiro, cedo ou tarde, um jardim aparecerá. Mas um jardim sem jardineiro, cedo ou tarde, desaparecerá. O que é um jardineiro? Uma pessoa cujo pensamento está cheio de jardins. O que faz um jardim são os pensamentos do jardineiro. O que faz um povo são os pensamentos dos que o compõem.
Os grandes políticos não foram administradores de coisas. Foram criadores de povos. E o que é um povo? Santo Agostinho, 15 séculos atrás, disse que um povo é "um conjunto de seres racionais unidos por um mesmo objeto de amor". Ou seja, pessoas que partilham de um mesmo sonho. Émile Durkheim percebeu igual. Os povos, disse, não são feitos só "da massa de indivíduos que os compõem, dos territórios que ocupam, das coisas que usam, dos movimentos que executam. Eles são feitos, sobretudo, com as ideias que os indivíduos têm de si mesmos".
Foi precisamente isso que Chico Buarque disse em "A Banda". Cada um estava concentrado no seu sonhinho: a namorada, o faroleiro, o homem rico, a moça feia, o homem velho... Cada um na sua, não havia povo; tal como nós, do Brasil, país que não tem povo porque não há sonhos belos a ser sonhados. Mas aí passou uma banda. E o que ela tocava era tão bonito que os sonhos de cada um logo ficaram pequenos e foram esquecidos. Esquecidos os sonhinhos individuais, formou-se a procissão dos que seguiam o sonhão que a banda tocava. Um povo nasceu. "A Banda" contém uma teoria política sobre o nascimento de um povo.
Faz uns meses, publiquei nesta seção uma carta inútil ao sr. Roberto Marinho. Usei de uma metáfora: o anúncio do Marlboro que aparece na TV. É lindo, com riachos cristalinos, raios de sol, bosques de pinheiros, cavalos selvagens. Eu, que não fumo, vendo o comercial, fico encantado. A beleza seduz, me faz sonhar. Quero estar lá.
Após o curto feitiço, aparece a advertência do Ministério da Saúde: "Fumo produz câncer". É conhecimento científico. Frase verdadeira. E morta. Não conheço ninguém que tenha deixado de fumar por causa das verdades que o conhecimento científico enuncia. Conheço muitas que vieram a fumar por causa da sedução da beleza.
Nossas escolas têm se dedicado a ensinar o conhecimento científico, com todos os esforços para que isso aconteça de forma competente. Isso é muito bom. A ciência é indispensável para que os sonhos se realizem. Sem ela, não se pode plantar nem cuidar do jardim.
Mas há algo que a ciência não pode fazer. Ela não é capaz de fazer os homens desejarem plantar jardins. Ela não tem o poder para fazer sonhar. Não tem, portanto, o poder para criar um povo. Porque o desejo não é engravidado pela verdade. A verdade não tem o poder de gerar sonhos. É a beleza que engravida o desejo. São os sonhos de beleza que têm o poder de transformar indivíduos isolados num povo.
As escolas se dedicam a ensinar os saberes científicos, visto que sua ideologia científica lhes proíbe lidar com os sonhos (coisa romântica!). Assombra-me a incapacidade das escolas para criar sonhos. Enquanto isso, os meios de comunicação (principalmente a TV), que conhecem melhor os caminhos dos seres humanos, vão seduzindo as pessoas com seus sonhos pequenos, frequentemente grotescos. Assombra-me a capacidade desses meios para criar sonhos. Mas de sonhos pequenos e grotescos só pode surgir um povo de ideias pequenas e grotescas.
Se o Ministério da Educação for só um gerenciador dos meios escolares, será difícil ter esperança. Pensei, então, que o ministério talvez tivesse poder e imaginação para integrar os meios de comunicação num projeto nacional de educação: semear os sonhos de beleza que se encontram no nascedouro de um povo. Assim, realizaria a sua vocação política de criar um povo. Por isso, Paulo Renato, considero sua posição de ministro da Educação a mais importante na vida política do Brasil. Da educação pode nascer um povo.

Rubem Alves, 64, educador, escritor e psicanalista, é professor emérito da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

Fonte: Folha de São Paulo, 27 de maio de 1998.

EDUCADOR


"Se não morre aquele que escreve um livro ou planta uma árvore, com mais razão não morre o educador que semeações escreve na alma."
Bertold Brecht

[imagem da web]

domingo, 1 de maio de 2011

A oração de MAIO





Neste teu mês, ó Maria, venho pedir-te: intercede, junto a Deus Pai, pelas mães – Marias das Flores e Marias das Dores. Sabes e provaste este amor sem medidas. Os dias de uma mãe não são seus, e, sim, de seus filhos. Teu olhar acolhe, teus gestos perdoam. És Espelho para todas as mães. Consola as mães deste mundo, seca as lágrimas das Mães das Dores: Filhos pelos caminhos das drogas, dos crimes. Mães abandonadas nos asilos da vida. Roga a Deus pelas sofredoras. Junto às Marias das Flores, canta de novo teu hino: o Magnificat. Por tua proteção, cada mãe se torne um bálsamo, um nome consolador, neste vale de lágrimas!... Salve, Mãe Maria e todas as mães deste mês de maio!


Frei Wálter Hugo de Almeida, OFM – Fonte: Folhinha do Sagrado Coração de Jesus.

[imagem da web]

No Recanto dos Peixes




A ponta
da seta
aponta ao alto o meu norte.
A cruz
da capela
tremula
(que sorte!)
tão bela
nas águas.
Reflexo
de luz.

Sandra Medina Costa
Recanto Santo Agostinho – Mário Campos/MG

sábado, 23 de abril de 2011

PÁSCOA


Pessach
Paz
É passagem
Esta vida que vives agora

Peça
Paz
E a construa
Dia a dia, vida afora.

Sandra Medina Costa

[imagem da web]

domingo, 3 de abril de 2011

A oração de ABRIL


Deus Pai, que pela paixão, morte e ressurreição de teu Filho nos deste vida nova; Senhor Jesus, que aceitaste te entregar por nós e nos deixaste o sacramento do teu Corpo e Sangue para nossa salvação; ajuda-nos a viver nosso batismo e nossa vocação de profetas anunciadores de um tempo novo. Concede-nos, Pai, meditar com piedade os mistérios de teu Filho, Pobre e Crucificado, abrindo-nos ao amor. Que nossas tristezas, incertezas e frustrações não nos impeçam de enxergar em nossa vida o Cristo Ressuscitado que caminha conosco sem que o percebamos. Fica conosco, Senhor, e não permita que se ponha para nós o Sol de nossa esperança por uma vida feliz junto a ti, na eternidade. Amém!

Frades Franciscanos Noviços 2009 - Rodeio/SC – Fonte: Folhinha do Sagrado Coração de Jesus.

[Imagem: reflejosdeluz.net]

quarta-feira, 16 de março de 2011


"O que você fizer hoje é muito importante: porque você está trocando um dia da sua vida por isso."

(Anônimo)
[imagem da web]

A oração de MARÇO


São José, Você passou pelos Evangelhos sem dizer sequer uma palavra. Entretanto, este silêncio forte nos fala: Silêncio de Justo. Neste seu mês, rogue a Deus por mim! Quero ser uma pessoa justa, no silêncio discernir e acolher o Projeto de Deus para comigo. Nas entrelinhas do Evangelho, Você me ensina, acena para atitudes desafiantes. Traduz o que é ser instrumento de Deus: Você protege; apoia; espalha confiança; guarda silêncio de autenticidade. Deus manda, você vai; não faz propostas a Deus, não faz troca. Deus quer, Você faz; Deus precisa, está pronto; Deus fala, Você escuta. Você é o rosto da obediência. Você é Instrumento do Senhor. Suplico a Você que rogue por mim e por todos! Amém.

Frei Wálter Hugo de Almeida, OFM – Folhinha do Sagrado Coração de Jesus
[imagem da web]

sábado, 26 de fevereiro de 2011

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Blue butterflies


Blue butterflies
delight my eyes,
bring calm to my heart.
Oh, my Jesus Christ.

Blue butterflies
enchant my eyes,
whenever I think
of blue butterflies.

Blue butterflies
delight my eyes,
make my life happy
when flying in the sky.

Sandra Medina Costa
[imagem da web]

A oração de FEVEREIRO


Ó Deus de amor e de bondade, ressoe em nossa alma teu terno canto de paz! Pela interseção de Nossa Senhora dos Navegantes, guiai-nos pelo mar bravio e desafiador da existência. Possamos ser sempre atentos para a profundidade e a corrente contínua de gratuidade que flui por esse mar. Ajudai-nos a sermos irradiadores da vossa luz, oh! Eterno Farol, para os viajantes perdidos na escuridão da noite e a partilhar sempre o alimento pescado como dádiva de vida ofertada por Vós. Soprai sobre nós o vosso Espírito vivificador e nos impulsionai para águas mais profundas e horizontes amplos levando a Boa-Nova até o infinito.
Amém!
Frei Gabriel Vargas Dias Alves, OFM – Rodeio/SC – Fonte: Folhinha do Sagrado Coração de Jesus.
[imagem da web]

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

É PRECISO DEIXAR FLUIR O QUE É NOVO


"Na tradição de RAM, os discípulos tiram um dia por ano, ou um final de semana, se for necessário, para entrar em contato com os objetos de sua casa.
Tocam cada coisa e perguntam em voz alta: "Eu preciso realmente disto?" – Pegam os livros da estante: "Vou reler este livro algum dia?" Olham as recordações que guardaram: "Ainda considero importante o momento que este objeto me faz lembrar?" Abrem todos os armários: "Há quanto tempo tenho isto e não usei?". “Será que vou precisar mesmo?”.
As coisas têm energia própria. Quando não utilizadas, terminam se transformando em água parada dentro de casa – um bom lugar para mosquitos e podridão.
É preciso estar atento, deixar esta energia fluir livremente. Se você mantém o que é velho, o novo não terá espaço. É necessário tirar o velho para receber o novo."
Maktub

Quando adquirires algo novo, por exemplo, um livro ou uma blusa nova, dê um livro e uma blusa já velha para quem precisa. Assim estarás renovando e não amontoando tudo que necessitas para viver.
Pela manhã, abra as janelas e deixe o sol e o ar se renovar em seu lar. Casa muito tempo fechada e escura não favorece a permanência de energias positivas. O ar e a luz solar fluindo pelas janelas eliminam toda forma negativa de pensamentos e miasmas astrais. Trevas atraem trevas, luz atrai luz.
Tire também de si todo pensamento que não presta: ódio, rancor, inveja, orgulho, vaidade, maledicência, baixa estima e desânimo. Pensamentos também costumam atravancar nossa casa mental e com isto, atrasar nossa evolução espiritual.
Miryã Kali

"Que a luz se faça em nossos corações para que o coração do mundo resplandeça”.

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segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A oração de JANEIRO


Neste mês, o sonho, a Paz Universal. Suplicamos, Senhor, a Paz que só tu podes dar: Paz entre os indivíduos, no coração dos lares, entre as nações. Infunde em nós o espírito de paz de Francisco de Assis, que sonhava cantigas de paz e amor, trovava pelos caminhos da Úmbria, como instrumento da paz. Dá-nos os olhos cristalinos de tua graça, para abraçarmos o lobo dentro de nós, como Francisco e que possamos buscar a justiça, concórdia, perdão, fraternidade, paz em cada coração. Queremos ser instrumento da Paz. Sonhamos com a tua graça, para que a paz seja o corpo alimentado, a casa para morar, salário digno; paz seja o trabalho pela justiça. Sonhamos, Senhor, um mundo de verdadeiros irmãos! Amém.

Frei Walter Hugo de Almeida, OFM – Folhinha do Sagrado Coração de Jesus