segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Beijo nos olhos



Pálpebras semicerradas,
imperioso o sono chama.
Mas o amor na forma dos lábios
macios beijos ali derrama.
(...)

Sandra Medina Costa

[imagem da web]

domingo, 29 de novembro de 2009

Haicai 10



Um círculo-íris!
Halo na manhã,
sopro divino no céu...

Sandra Medina Costa

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sábado, 28 de novembro de 2009

Carta de despedida



Ele esperou que a esposa adormecesse e, suavemente, se levantou. Por precaução não acendeu a luz do abajur. “Vai que a mulher acorda?!” Tateou a gaveta do criado à procura de uma caneta. O bloco de papel ficava sempre próximo ao telefone. “Pronto!”
Sentou-se devagar frente à penteadeira e, ali, às escuras, escreveu a longa carta de despedida. Não achava justo sair assim, sem deixar uma explicação. Não tivera coragem de falar cara a cara com a esposa.
Há tempos conhecera Dolores – mulher de pecados, e por ela se apaixonara. Agora fugiriam para longe. Ele estava perdido de amores pela Dolores.
Saiu sorrateiro pela porta dos fundos, qual ladrão de vidas alheias. Levava consigo apenas o velho guarda-chuva e a roupa do corpo. Deixava para trás um passado insosso vivido com Maricotinha e seis filhos. A mesmice do dia a dia já transformara tudo em paisagem.
João agora sonhava com Dolores – mulher-dama, senhora de muitos amores. Ia montar casa para elas lá pras bandas do norte. Pensava. Sorria-lhe a sorte.
O sol já ia alto quando Maricotinha acordou. Sobre o móvel viu uma folha de papel em branco e a caneta sem tinta...

Sandra Medina Costa

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sexta-feira, 27 de novembro de 2009

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Cristo Rei Menino (Ir. Lenice)



SOLENIDADE DE CRISTO REI (domingo, 22 de novembro)
Irmã Lenice Echamendi – Comunidade Sto. Agostinho de Mapinhane

Moçambique

Neste domingo, a Igreja celebra a solenidade de Cristo Rei e, assim, encerra o Ano Litúrgico.
Por que encerrar o ano litúrgico, reconhecendo Cristo como Rei? Rei de quem? Quem são verdadeiramente os súditos desse Rei?
O conceito de rei designa aquele que exerce poder absoluto e o conceito de súdito designa aquele que obedece.
Mas será que Jesus Cristo, sendo Rei, exerce poder absoluto sobre nós? Acredito que não, pois Ele nos dá liberdade de reflexão e decisão. Não somos meros súditos, mas colaboradores do nosso Rei. Para reconhecermos Cristo, como Rei de nossa vida, é necessário primeiro deixá-lo reinar, deixar que Ele seja o Absoluto e não o último, ao qual recorremos para que nos ajude a sair dos problemas, que buscamos por conta da nossa liberdade mal administrada.
Como ser um súdito? Penso que a resposta está na dinâmica apresentada no ano litúrgico. Se a Igreja encerra o ano litúrgico, declarando Jesus Cristo como Rei, é natural que também o inicie igualmente, pois o primeiro domingo do advento (início do ano litúrgico) nos insere na preparação para o nascimento, o surgimento do Rei menino, rei não somente do povo judeu, mas de todo o universo. Jesus vem nos ensinar que um grande reinado começa na pequenez e na simplicidade de uma criança. E quem são os seus súditos, que se dobram aos seus pés para adorá-lo, senão os grandes reis sábios do seu tempo, os humildes pastores, os seus pais e até os animais? Aquele estábulo sagrado teria mesmo o aspecto de um rico palácio?
O nascimento do Rei menino é uma troca sagrada: o Rei menino que vai aprendendo com o humano a exercer o seu reinado e o humano aprendendo com o Rei a ser verdadeiramente humano. Para ser rei (grande) faz-se necessário ser servo (o menor entre todos). Celebrar a majestade de Jesus é celebrar a nossa servidão, não no sentido de escravidão, pois o escravo é cativo, mas como servos livres.
Só podemos declarar Jesus como nosso Rei, se realmente nos comportarmos como súditos, como servos fiéis.
Que a festa de Cristo Rei nos ajude a iniciar um novo ano litúrgico, reconhecendo e fazendo de Jesus o Rei soberano de nossa vida.
Se existem um rei e os seus súditos, também existe um reino. Qual é e onde está o Reino de Deus tão anunciado por Jesus? Reino este que se deixa levedar como o fermento e florescer frondosamente como a semente de mostarda?
Estamos já a viver nesse Reino ou ainda sonhamos com o reino encantado fruto da nossa imaginação? O Reino de Deus está presente entre nós, está aí no meio da diversidade de reinados: o da destruição, dominação, desigualdades... e nós, às vezes, nos perdemos, querendo servir a um e a outro, servir a dois ou mais senhores. O “Reino de Deus” é uma das entidades teológicas designadas como “já e ainda não”.
O advento traz consigo o espírito do Natal: solidariedade, gratuidade, reconciliação, partilha, reconhecimento, expressões de alegria, fé e amizade. E o que são todas essas expressões senão valores do Reino? Em outras palavras, são o grande tesouro que escondemos dentro de nós durante quase todo o ano, e como o despontar da primavera deixamos florescer especialmente no Natal. Por que não viver esse espírito todo o ano e em todas nossas atitudes?
O Reino de Deus já está entre nós, mas ainda não estamos preparados para vivenciá-lo plenamente. Fiquemos, portanto, com a mensagem central do advento:

“Eis que vem o nosso Rei, Cristo Senhor,
que João anunciou como
o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”.


VIVA O REI DO UNIVERSO!!!
VIVA O REI MENINO!!!
VIVA O REINO DE DEUS!!!


[imagem reflejosdeluz.net]

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Milho de pipoca



Rubem Alves

A transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação por que devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser. O milho de pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho de pipoca somos nós: duros, quebra dentes, impróprios para comer.
Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo. Milho de pipoca que não passar pelo fogo continua a ser milho de pipoca para sempre.
Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosas. Só elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor. Pode ser o fogo de fora: perder um amor, ficar doente, perder o emprego, ficar pobre. Pode ser o fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, sofrimentos cujas causas ignoramos.
Há sempre o recurso do remédio. Apagar o fogo. Sem fogo, o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação.
Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pensa que sua hora chegou: vai morrer. Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo a grande transformação acontece: BUM! E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente que ela mesma nunca havia sonhado.
Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar. São aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. A sua presunção e o medo são a dura casca que não estoura. O destino delas é triste. Ficarão duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca e macia. Não vão dar alegria para ninguém.
Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela, ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo.
E você, o que é? Uma pipoca estourada ou um piruá?
Rubem Alves

"... o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas - mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam. Verdade maior. É o que a vida me ensinou."
Guimarães Rosa

[imagem da web]

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Água na terra dos pés



Sola dos pés.
Pontos vitais.
Todo o corpo ali se encontra.
Pés no chão.
Contato com a terra.
Toda a vida ali se encontra.

Carinho do toque
no pêlo do cachorro.
Energia da terra
no toque dos pontos vitais.

“Não fique descalça!” “E se pisar num prego enferrujado?! Dá tétano! Morre! Tem que tomar injeção! E dói demais!”
“Não entre na enxurrada!” “Pode ter caco de vidro e cortar o pé! E se vier uma cobra?!”

Pés sempre cobertos.
O prazer de pisar na terra enlameada
pela enxurrada depois da chuva,
não pode!

Água na terra, água nos pés.

(Não me ocorre se, antigamente, bem antigamente, havia tanta preocupação com os pés descalços...)

Penso na alegria do meu cachorro
e agora o entendo.
Ele teve o melhor de mim:
coração, olhos... ao alcance dos meus pés.
Também compreendo sua alegria
após o banho, a correria
pelo quintal de terra,
a despeito de nossos gritos.

Agora,
não mais sentir o pêlo quente do cachorro,
suas costas, dorso, cabeça, barriga,
através da sola dos meus pés.
Agora,
não mais aquela terra boa,
vermelha, enlameada, lisa,
os pés mergulhando na água barrenta,
os pés deslizando com suavidade
na idade suave dos meus sete anos.

Penso na felicidade da terra.
“Do pó viemos. Ao pó voltaremos.”
A força da gravidade.
A força da fé.
Daí, o prazer dos pés no chão,
a revitalização dos pontos vitais.
Um dia, o corpo inteiro...

(...)

Doloridos,
doentes,
cansados,
feridos,
os pés talvez sintam a falta da terra.
Eles não se acostumam mais aos cremes
esfoliantes,
hidratantes,
desodorizantes,
nem à borracha das sandálias
que não deformam nem soltam as tiras,
recusam o falso couro dos sapatos
e declaram guerra aos 98% poliamida + 2% elastano + 0% algodão
das meias soquetes.

Surgem as rachaduras, a sequidão,
tal qual acontece com o leito dos rios que vão se quebrando,
esturricando, secando,
perdendo vida.

Água na terra é vida.
Água (e terra) nos pés, também.

Sandra Medina Costa

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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Um verdadeiro amigo



Um verdadeiro amigo desabafa-se livremente, aconselha com justiça, ajuda prontamente, aventura-se com ousadia, aceita tudo com paciência, defende com coragem e continua amigo para sempre. (William Penn)

[imagem da web]

Marcante e pontual



A velhice não atrasa.
Traz dor, celulite,
Calor, menopausa.

Sandra Medina Costa

[imagem da web]

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Verdades para o Natal



Quando chega o Natal,
só se escuta uma canção:
as suas notas falam de paz
e seu ritmo é de amor.

Porque o mundo espera
um amanhã melhor.
Porque o homem acredita
na mão de Deus.

Quando Deus veio ao mundo,
a pobreza foi seu pão,
a humildade foi seu poder
e o amor, a sua verdade.
Quando o homem pensa em Deus,
nascem sonhos de bondade
e renasce a esperança
da felicidade.

Porque o mundo espera
um amanhã melhor.
Porque o homem acredita
na mão de Deus.

[imagem da web]

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Monstro



Cabeça de cebola.
Boca de fumo.
Dente de alho.
Língua de sogra.
Olho do furacão.
(Ouvidos moucos para sons roucos).
Braço de rio.
Braço de mar.
Mão de obra.
Dedo de prosa.
Perna de cadeira.
Pé de cabra.
(Pés descalços, passo em falso)

Sandra Medina Costa

[imagem da web]

domingo, 15 de novembro de 2009

A amizade



"A amizade verdadeira é algo que não compramos, não vendemos, não medimos, ou sequer podemos comparar com coisa mensurável. É construída ao longo do tempo, com atitudes imbuídas dos melhores sentimentos."

[Fonte: web]

sábado, 14 de novembro de 2009

Prendedor de roupa



Prendedor de roupa é bicho doido:
só depois que a roupa suja é lavada,
ele “segura as pontas”.

Sandra Medina Costa

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sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Fausto



“... pois é a partir da grandeza e da beleza das criaturas que, por analogia, se conhece o seu autor.” (Sb 13,5)

Foi através de você, feito à imagem e semelhança de Deus,
que aprendi a ver a beleza escondida
nas coisas simples, nas pessoas, na Natureza.
as flores do jardim da casa da Vovó Rosa,
minha saia rodada e colorida,
as luzes do bairro, à noite, visto do alto,
a música tocada nas barraquinhas da igreja...
brincar no parque com “Dada” e “Papo”,
o colo, o sono, o cocô na cuequinha, a ducha no parque,
o balanço, o picolé, o passeio...
as cantigas inventadas,
as histórias sem pé nem cabeça...
o sabonete Darling com marquinhas de dente... guardo-o até hoje.
Foi com você que exercitei o meu amor de mãe, antes de ser mãe de verdade.
Você, o melhor irmão de meu filho; Lívia, a melhor irmã de meu filho. (Sabe o que ele me disse nesta semana? “Graças a Deus, mãe, que na minha infância as festas dos meus aniversários sempre foram comemoradas junto com o aniversário do Fausto! Tive o meu irmão comigo em todas elas. Sozinho não teria graça. Obrigado, meu Deus!”)
Seu nome, muito bem escolhido, tem a bênção de Deus. Li em algum lugar que “significa feliz e indica uma pessoa amistosa, dócil e afetuosa, que está quase sempre bem-humorada e se mostra muito sociável; costuma ter muito sucesso na vida”.
Melhor para nós, melhor para o mundo. Você existe!
Feliz Aniversário!

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quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Perdoar é assumir a responsabilidade pelo que você sente



Perdoar é assumir a responsabilidade pelo que você sente.
Perdoar é diferente de esquecer. Quem perdoa não fica preso ao passado

Por Emilce Shrividya Starling

Segundo a filosofia do yoga, o perdão é um dos caminhos do dharma - dever. É uma grande virtude que abre o caminho da luz. É uma bênção tanto para quem recebe como para quem concede.
Aquele que perdoa e não guarda rancores em seu interior, experimenta despreocupação e a leveza da alegria.
A capacidade de perdoar não acontece facilmente ou rapidamente. É uma virtude que precisa se cultivada por muito tempo. Você precisa ter muita força interior que vem da sabedoria e do amor de seu coração.
A oração, a contemplação e a meditação purificam o coração e a mente e auxiliam a sentir o perdão.
O perdão é um ato do coração e faz você experimentar o amor de seu próprio interior. Ele libera a dor, o ressentimento que você carregou como um fardo que feria a você mesmo e aos outros. Você deixa de ser vítima de quem lhe prejudicou.
Torna-se mais fácil perdoar quando você não multiplica as ofensas, não guarda mágoas e nem permite que a dor cresça em seu coração se relembrando do que lhe fizeram ou do que aconteceu.
É difícil perdoar quando você reage agindo da mesma maneira, revidando as provocações, as afrontas e magoando também a outra pessoa.
É preciso se lembrar que tudo que você pensa, fala e faz cria seu próprio mundo. Deste modo, ao criar dor para a alguém você está criando sofrimento e inquietude para si mesmo.
Quando uma pessoa nutre pensamentos rancorosos, esses pensamentos tendem a se acumular gerando tensões, insônia, agitação, destruindo sua própria paz mental.
A raiva e o ódio são emoções que tendem a se agravar e a crescer se deixados sem controle. São nossos verdadeiros inimigos.
Você pode até achar que sente aliviado ao responder da mesma maneira, mas você se esquece que está gerando sofrimento para si mesmo. Você não percebe que essas emoções destrutivas queimam você por dentro, tiram sua paz e alegria.
Para superar essas emoções destrutivas, você precisa cultivar a paciência e a tolerância.
Como diz Dalai Lama, no livro A Arte da Felicidade: "um produto da paciência e da tolerância, é o perdão. Quando somos realmente pacientes e tolerantes, o perdão surge espontaneamente".
O perdão é uma escolha. É recuperar seu poder, é assumir a responsabilidade pelo que você sente.
O perdão é para sua própria cura porque você não gasta energia desnecessária sentindo raiva e sofrimento em relação a coisas sobre as quais você não pode mais mudar e não têm poder.
Muitas pessoas não entendem que quem perdoa é o mais beneficiado e teimam em afirmar que o outro não merece seu perdão. Mas, agindo assim, elas estão apenas criando uma montanha de dor para elas mesmas.
Analise os acontecimentos negativos no passado e reconheça que passado é passado e que nada vai mudar esses acontecimentos. Perceba que não adianta guardar ressentimentos, pois isto apenas perturba sua mente criando infelicidade para você.
Perdoar não é esquecer algo doloroso que aconteceu. Perdoar e esquecer são coisas diferentes. Você pode até se lembrar desses acontecimentos, mas o importante é abandonar os sentimentos negativos relacionados a esses acontecimentos. Ao perdoar você não fica preso ao passado.
O perdão é a energia do amor que nos liberta.
Entenda o valor do perdão. Compreenda que perdoando você pode melhorar sua saúde física e mental. Você se liberta das amarras das mágoas e experimenta a leveza do coração.
Perdoando você está sendo gentil com você mesmo e reconhecendo a bondade de sua alma. Você experimenta tranquilidade da mente, sente entusiasmo e vive melhor seu momento presente.
Gosto muito de uma Oração do Perdão de Masaharu Taniguchi:

"Eu lhe perdôo e você me perdoa.
Eu lhe amo e você me ama.
Eu e você somos uma só pessoa perante Deus.
Oro sinceramente pela sua felicidade.
Seja cada vez mais feliz.
Obrigado Deus, muito obrigado."


Esta oração é muito poderosa e produz efeitos imediatos em você e nas outras pessoas. Mesmo que você comece a orá-la, sentindo ainda muita raiva, apenas o fato de rezar, de abrir seu coração, vai libertando você e os outros também.
Pessoas de difícil convívio em nossos relacionamentos nos ajudam a desenvolver todas estas virtudes: paciência, tolerância, perdão, compaixão e compreensão. São como termômetros para nós, pois através delas vamos nos autoconhecendo, descobrindo o quanto já evoluímos e o quanto ainda precisamos dissolver a raiva em nosso coração.
E entenda que para perdoar você não precisa conviver com a pessoa. O importante é orar sinceramente para que ela seja feliz. Tanto quem perdoa como quem é perdoado é beneficiado com o perdão.
Alimente a força do perdão. E experimente como essa virtude abençoada fortalece você e o ajuda a superar as dificuldades.
Lembre-se de Deus e sinta como o poder do perdão é uma verdadeira alquimia curando e transformando você. Fique em paz!

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quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Filho predileto



Certa vez perguntaram a uma mãe qual era seu filho preferido, aquele que ela mais amava.
E ela, deixando entrever um sorriso, respondeu:
- Nada é mais volúvel que um coração de mãe. E, como mãe, lhe respondo: o filho dileto, aquele a quem me dedico de corpo e alma...

É o meu filho doente, até que sare.
O que partiu, até que volte.
O que está cansado, até que descanse.
O que está com fome, até que se alimente.
O que está com sede, até que beba
O que está estudando, até que aprenda.
O que está nu, até que se vista.
O que não trabalha, até que se empregue.
O que namora, até que se case.
O que casa, até que conviva.
O que é pai, até que os crie.
O que prometeu, até que se cumpra.
O que deve, até que pague.
O que chora, até que cale.

E já com o semblante bem distante daquele sorriso, completou:
O que já me deixou... até que o reencontre.

Sérgio Zambiasi

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terça-feira, 10 de novembro de 2009

Trigo



Jesus propôs-lhes outra parábola: O Reino dos céus é semelhante a um homem que tinha semeado boa semente em seu campo.
Na hora, porém, em que os homens repousavam, veio o seu inimigo, semeou joio no meio do trigo e partiu.
O trigo cresceu e deu fruto, mas apareceu também o joio.
Os servidores do pai de família vieram e disseram-lhe: - Senhor, não semeaste bom trigo em teu campo? Donde vem, pois, o joio?
Disse-lhes ele: - Foi um inimigo que fez isto! Replicaram-lhe: - Queres que vamos e o arranquemos?
- Não, disse ele; arrancando o joio, arriscais a tirar também o trigo.
Deixai-os crescer juntos até a colheita. No tempo da colheita, direi aos ceifadores: arrancai primeiro o joio e atai-o em feixes para o queimar. Recolhei depois o trigo no meu celeiro.
S. Mateus 13.24-30


Hoje, dia 10 de novembro, descobri que é o Dia do Trigo.
Fiquei feliz. Não poderia haver data melhor para você, meu filho, ter nascido.
O sentido principal contido na palavra Trigo é TOLERÂNCIA e, decorrentes dela, a paciência, a esperança... O TRIGO é O BEM.
Sei que, com a bênção de Deus, em sua vida prevalecerão sempre a justiça, a honra, a verdade.
Infinitas bênçãos Deus lhe conceda.

Beijos de sua mãe
Sandra.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Na Paz do Universo...



No horizonte,
em silêncio,
o Sol desponta
e beija a face
do primeiro
que encontra.

Segue adiante
iluminando,
na certeza
de fazer bem
o seu papel
na Natureza.

À tardezinha
o seu silêncio
continua.
Ele se põe
pra dar lugar
à linda Lua –

que, sem barulho,
vai surgindo
altaneira.
Clareia o céu
e reina frente
a mil estrelas.

É assim a paz que reina
no Universo de meu Deus:

a água que evapora,
a nuvem grande no alto,
a chuva que vem serena
caindo sem sobressaltos,
o vento que sopra suave,
o ar que enche os pulmões,
o fogo que arde tão quieto,
o amor... nos corações.

Sandra Medina Costa

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sábado, 7 de novembro de 2009

A chave certa



Sonhos de ontem.
Chaves.
A chave certa para a porta certa.
Eu num cubículo, quadrado; quatro paredes;
cada parede era uma porta com uma fechadura.
A chave abria a porta que dava acesso a outro cubículo quadrado,
igual ao anterior, e, assim, sucessivamente,
até chegar à última (e certa!) porta que conduzia à liberdade – um amplo espaço que lembrava o andar térreo ou subsolo de um prédio.
Enfim, o ar de liberdade respirado.
Mas eu não estava só.
Lembro-me de Neide, Sônia e mais uma ou duas pessoas.
Cada um de nós deveria passar pelo mesmo processo e nos encontrarmos naquela saída.
(...)
Flashes de sonhos que não sei quando sonhados.
Imagens, cenas, pessoas conhecidas ou não.
Não há uma sequência de tempo.
(...)
Viagens de trem, ida, volta.
Barrancos.
Águas cristalinas. Mar.
Suavidade e descanso para os pés na água.
Noutra cena, altas ondas, revoltas, violentas – tsunami (?) –
e eu e mais alguém vendo de longe, protegidos, assistindo à arrebentação;
a água vindo alta, rumorosa, violenta...
(...)
Viagens no alto do morro.
A cidade no morro.
Subidas íngremes, difíceis.
Lá do alto a visão da cidade.
É noite.
(...)
Portas.
Chaves.
Fuga.
Águas calmas.
Águas violentas.
Córregos.
Natureza.
Trem.
Noite.
Desafios.
Passagens difíceis até encontrar o refrigério da alma.
Sentar no chão, na pedra grande, molhar os pés na água cristalina.

Sandra Medina Costa

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sexta-feira, 6 de novembro de 2009

O principezinho e a raposa...



"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas." (Exupéry)
É fato que tal afirmação contém muito mais nas entrelinhas. E eu fico aqui pensando: O que amo quando amo? Amo o que de mim há no outro... O que é que se cativa? De que é que se torna responsável aquele que cativa ou que se deixa cativar? Torno-me responsável por aquilo que cativo, que conquisto, independente do que seja: coisas boas, sentimentos nobres, ações e reações, pensamentos, simpatia (e também o contrário disso tudo). Tu me cativaste. Teremos necessidade um do outro.
"Se tu vens às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz." (Exupéry)

Sandra Medina Costa

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quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Pescaria



Mar.
Riacho.
Luz.
Sinto na pele o vento
que sopra suave a esmo,
sob a luz do firmamento,
e conduz as águas do riacho
sobre as pedras, num enlevo.
Sereno caminho
que o leva ao mar.
O vento esconde o segredo
das águas que sobem,
que descem,
que caem, correm,
avançam, morrem
e ressuscitam no grande mar.
O vento conhece o segredo
da luz sagrada que clareia,
esconde-se, incendeia,
ilumina o caminho
daquele que está sozinho
no riacho, no mar,
nas águas do oceano.
É calmaria.
Pescaria.

Sandra Medina Costa

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

AUTOPSICOGRAFIA - Fernando Pessoa



O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

Fernando Pessoa

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terça-feira, 3 de novembro de 2009

Haicai 09



Goiabeira em flor,
Cheiro doce na lembrança.
Goiaba, só branca.

Sandra Medina Costa

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segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Dia e noite



Senhor,
Imploro-Te sabedoria
e agradeço-Te a serenidade
para passar bem o dia.
Amanheço em Tua Bondade.

Pai Amado,
Agradeço por Tuas bênçãos
e minha oração refaço
para dormir bem à noite.
Recolho-me em Teu abraço.

Sandra Medina Costa

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domingo, 1 de novembro de 2009

Ação de graças



Na mente, nos lábios meus:
Coração que acalma,
Instruções de Deus.

Sandra Medina Costa

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A oração de NOVEMBRO



Senhor nosso Deus, mais uma vez sentimos o tempo esvair-se de nossas vidas. Logo chegaremos ao final de mais um ano e nossos olhos se voltam para o passado e se projetam para o futuro. Porém, sabemos que a esperança que brota da fé vence em nós a tristeza da morte e nos abre à alegria do Amor, que nos criou e continua a renovar-nos com o seu Espírito. Jesus Cristo nos revelou o sentido do viver e do morrer, mas quantos são mortos por causa da violência e da guerra, dos desastres naturais e de maneira imprevista! Deus bondoso, acolhei nossos irmãos chamados a participar da vida eterna, reforça nossa esperança e daí alento à nossa tristeza e, porque sois nosso refúgio, livrai-nos das angústias da morte; e, porque sois a nossa herança eterna, concedei-nos a alegria plena em vossa presença. Amém.

Fr. Luiz Henrique F. de Aquino, OFM – São Paulo / SP
(Fonte: Folhinha do Sagrado Coração de Jesus)


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