sexta-feira, 31 de julho de 2015

Lua azul


Noite de lua azul
Poesia no céu
Deus presente

Sandra Medina Costa

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Afetos e desafetos




Os afetos me afetam.
Os desafetos também.
Sentimentos me despertam
E interrogam "Sou quem?".

Alguém numa constante busca
De equilíbrio interno e amor.
Que ora, trabalha e luta,
E a lição sabe de cor:

Orar pelos desafetos,
Ainda que sem vontade,
É gesto de caridade.

Torna-los-ão seus afetos
E um ser humano liberto
Você será de verdade.

Sandra Medina Costa

Imagem: reflejosdeluz.net

quarta-feira, 29 de julho de 2015

terça-feira, 28 de julho de 2015

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Cadeado com segredo


A vida é como aqueles cadeados com segredos – aqueles com uma espécie de cilindro contendo tirinhas com números que devem ser posicionados numa única e determinada sequência numérica para que o cadeado seja aberto.
A gente vai levando a vida tão destrambelhadamente, tão alheio a tudo, que acaba acontecendo o óbvio: travamos o cadeado! E o que é pior: desconhecemos o segredo, pois este é específico para cada indivíduo.
Há pessoas que vivem de tal forma travados, que agem como se o próprio cadeado devesse ser aberto à força e, de preferência, por eles mesmos. Isso não acontece. E seguem mundo afora travando também cadeados alheios.
Vez por outra, surge a Mão lá de cima e – generosidade divina – coloca os números na ordem correta e o cadeado, ora por nós travado, volta a se abrir. É nesse momento que a vida flui serena, mansa...
O bom disso tudo é que se pode escolher, pode-se a qualquer momento acreditar e afirmar: "Confio e navego tranquilo no mar infinito de Paz, que é Deus".

Sandra Medina Costa

O que me faz viva


domingo, 26 de julho de 2015

Feliz Dia dos Avós!


Fonte: https://www.facebook.com/portalrenasceremmaria

sexta-feira, 24 de julho de 2015

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Imaginação fértil


Desenhavam figuras no ar. Súbito, ele se vira e movimenta a mão esquerda. “Você apagou meu desenho!” choramingou a menina.

Sandra Medina Costa

quarta-feira, 22 de julho de 2015

terça-feira, 21 de julho de 2015

segunda-feira, 20 de julho de 2015

domingo, 19 de julho de 2015

Crianças!...



            Ainda pequenino, eu ensinava o Paulinho a orar, antes de dormir, todas as noites. E ele ia bem na aprendizagem! Comecei a perceber, no entanto, que, ao final da Ave-Maria, especificamente no “agora e na hora de nossa morte”, ele embolava tudo e eu não compreendia o que ele havia pronunciado.
            - Não entendi, filho. Repete pra mamãe – comecei a lhe pedir.
            Mas não adiantava. Toda a noite era a mesma coisa.
            - ... agorinjfghnbgvnjhfbamém! – finalizava.
            - Fale devagar. Por que é que você não está rezando direito?
            - É que eu fico com medo da parte que fala de morte, mãe...
            Não me lembro mais o que lhe respondi, mas deve ter sido o certo, pois ele aprendeu e não teve mais medo.
            Quando soube disso, minha amiga Ana Maria me falou de um menino que morria de medo do MALAMAN, (com certeza associando a pronúncia a Superman, Spiderman, Batman, Aquaman...).
            - Que Malaman?
            - Aquele, do final do Pai-Nosso: “... mas livrai-nos do mal, amém.”


Sandra Medina Costa

sábado, 18 de julho de 2015

sexta-feira, 17 de julho de 2015

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Rabo preso – uma breve reflexão...


Não tenho rabo preso com ninguém.
Não tenho rabo preso.
Não tenho rabo.

Pra se ter rabo preso com alguém,
há duas condições primárias:
não ter caráter algum;
não ser homem, ser um pária.

Poderia até ter dito
“ser um bicho, um animal”.
Mas animais têm caráter,
não seria justo e, sim, imoral.

Que o diga (através de seus latidos)
Duque, meu cachorro de estimação,
que jamais foi preso (nem pego)
pelo rabo. Juro que não!


Sandra Medina Costa

[Imagem Google]

quarta-feira, 15 de julho de 2015

terça-feira, 14 de julho de 2015

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Osmose


Reaprender


Tudo novo. Me sinto perdida.
Osmose de problemas alheios
complicam mais minha vida.


Sandra Medina Costa

[Poetrix nº 11]

domingo, 12 de julho de 2015

sábado, 11 de julho de 2015

sexta-feira, 10 de julho de 2015

O terceiro trovão


Em setembro,40 anos da morte de pai.
...
Há algum tempo, ao subir a Rua Costa Belém, ouvi os passarinhos, lembrei-me da “andorinha no fio” e o segredo da chuva, a lembrança da chuva forte, o medo dos relâmpagos e trovoadas...
Meu pai dizia:
¾ Calma, calma. Não se assuste. São apenas 3 trovões fortes. Escuta: esse é o primeiro! Só faltam dois... Calma. Depois os outros já não são tão fortes assim. Vai passar logo. Calma.
Eu acreditava. Era o MEU pai que dizia. E o medo me fazia aguardar por uma eternidade os dois trovões fortes que faltavam. Porque, a cada sinal de desespero, meu pai dizia:
¾ Calma. Esse foi fraco. Esse não é o segundo. Só deu um trovão forte até agora. Calma. Lembra: são três apenas. Calma. Faltam dois ainda.
E ali eu ficava num misto de medo, desespero e ansiedade. Que viessem logo os dois trovões fortes para aquilo acabar! Mas a tempestade durava. Lá fora, relâmpagos, raios, chuva torrencial. Lá depois de muito tempo, ele dizia:
¾ Viu? Este foi o segundo. Ainda falta mais um. Fica calma. Já vai passar.
Eu cresci acreditando nisso. Sempre depois do terceiro trovão, tudo acalmava.


Sandra Medina Costa

quinta-feira, 9 de julho de 2015

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Madrugada


Madrugada lá fora
a chuva cai suavemente
mansa e morna, certamente.
Cá dentro, a cama fria
acolhe o corpo da gente.

Lá fora, no chão de terra
as raízes da grama
(a natureza não erra!)
faz brotar suas folhas
na escuridão da noite chuvosa.

A chuva morna e silenciosa
aos poucos meu sono embala,
com aquele barulho repetidamente manso
qual tic-tac do relógio da sala.

O sono vem.
Oro. O sono é ouro.
Os sonhos me confundem pois chove lá fora
e minha solidão se povoa de imagens, sons...
e mansamente adormeço.
É madrugada lá fora.


Sandra Medina Costa

segunda-feira, 6 de julho de 2015

domingo, 5 de julho de 2015

Você contrataria a si mesmo?


José Antônio Rosa

Um bom modo de descobrir quais são suas próprias forças e fraquezas é imaginar-se no papel do outro que tenha de tomar uma decisão sobre você. Então: a) Deseja um emprego? Imagine-se no lugar do eventual empregador e diga se teria real interesse em você; b) Deseja vender uma ideia ao chefe? Imagine-se como chefe e pergunte-se se você compraria a tal ideia; c) Deseja ser promovido? Ponha-se no lugar daqueles que têm de escolher entre você e os colegas concorrentes e pergunte-se por que haveriam de escolher justamente você. O truque é simplíssimo e funciona sempre, porque obriga a pessoa a olhar para si mesma com mais objetividade.

Recomendações úteis:
- Em qualquer circunstância em que tem de influenciar outros, antes de mais nada ponha-se no lugar deles e veja-se a partir dessa perspectiva.

- Ao perceber suas lacunas e desvantagens (como potencial empregado, fornecedor, profissional a ser promovido), veja o que você pode fazer para eliminá-las.

- A partir de suas lacunas, trace um plano de médio prazo para superação. Você pode não ser o escolhido para o cargo pretendido hoje, mas tem muito a fazer para que seja mais elegível no futuro.

- Não sendo possível eliminar lacunas e fraquezas, busque alternativas para neutralizar seu efeito negativo - e desenvolva bons argumentos para apresentá-las.

O exercício vale também para uma avaliação geral de sua empregabilidade. Ainda que não esteja buscando emprego, ainda que não esteja sob ameaça na empresa, ainda que esteja satisfeito com sua posição, reforce sua empregabilidade, pois isso é fundamental nos dias de hoje. Olhe-se então no espelho e pergunte-se se você é a pessoa com quem gostaria de trabalhar, aquela a quem gostaria de contratar, o profissional no qual os outros poderiam confiar.


*José Antônio Rosa é professor de pós-graduação em Administração no Instituto Nacional de Pós-Graduação, jornalista, editor e consultor da Manager Assessoria em Recursos Humanos

sábado, 4 de julho de 2015

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Cães



E um cão, que estava deitado, erguendo a cabeça,
eriçou as orelhas: era Argos que o paciente Ulisses havia
criado antes de ir para a sagrada Ílion (...)
Abandonado na ausência de seu senhor, rolava diante do portal
sobre os estrumes das mulas e dos bois.
Ali estava deitado Argos, comido das carraças.
Vendo aproximar-se Ulisses, agitou a cauda e baixou a cabeça,
Faltaram-lhe forças pra chegar até onde estava seu senhor.
Este, voltando a cabeça, chorou...
Od. XVII, 291-304.


            Estava difícil abrir o portão e entrar. Duque, ansioso, choramingava – ávido que estava pelo pão, e talvez por estar só. Como sempre, pulou para pegar o pão ainda no ar.
            Entrei, meio insegura, com receio de ter sido esquecida e ele me estranhar.
            Chamei-o baixinho. “Cadê meu cachorro?” Choraminguei como ele, chamando-o.
            Com o pão na boca, Duque olhou-me por alguns longos e intermináveis instantes, um olhar cinza-saudoso de cortar o coração. Largou o alimento ali mesmo e veio ao meu encontro. Cheirou-me, esfregou-se em meus pés e minhas pernas, olhou-me e, humildemente abaixou a cabeça para receber o costumeiro carinho que eu lhe dava.
            Conversei carinhosamente com ele enquanto afagava-lhe os pelos. Percebi que a cada vez que eu retirava a mão, ele me olhava de novo com aquele olhar envelhecido e reclinava a cabeça. Sentia falta dos carinhos. Alimentado da saudade, correu feliz para o pão.
            Aproveitei sua distração para sair, ir embora.
            Lembro-me da história de Argos – o cão de Ulisses contada pelo meu primo Andrey, lá longe em minha infância. Nunca me esqueci da frase final: “Só tu, Argos, só tu me reconheceste!” Arrepia-me a frase até hoje.
            Agora me vejo aqui. Chorando a saudade de sua infância. Meu cachorro envelheceu. Vi isso em seus olhos. Me vi em seus olhos.


Sandra Medina Costa

quinta-feira, 2 de julho de 2015

quarta-feira, 1 de julho de 2015