domingo, 31 de maio de 2009

Paizinhos


O que são Padrinhos?

Paizinhos
Mãezinhas
Que apoiam meu filho
Na vida cristã

Paizinhos
Mãezinhas
Que acompanham meu filho
Na fé no amanhã

Paizinhos
Mãezinhas
Amizade e presença de Deus
No coração, na alma sã
dos tantos filhos seus...


Sandra Medina Costa

sábado, 30 de maio de 2009

Ceia - Natal de 2008


A ceia tão farta
com fé repartiam
José, português
e a brasileira Maria.

Me viram sozinha.
Convite a sentar.

Cearam comigo
na simplicidade,
no acolhimento
de um Natal de verdade.

Moravam em São Paulo.
Eram ricos, de fato,
mas isso não lhes retirou
a leveza do abraço.

Agradeci a acolhida
antes de me retirar.
A alma então saciada
pode, enfim, repousar.

Sandra Medina Costa

Amor e colo de mãe



Que a mulher seja um céu de ternura, aconchego e calor.
Que nenhuma mulher seja mais a mesma depois que gerou sua criança.
Que seja meio pata-choca, meio coruja e meio águia. Pata-choca para viver pelos filhos, coruja para incentivá-los, águia para ensiná-los o valor das alturas.
Que seu colo tenha o tamanho da carência e da dor do filho.
Que as mães sejam sábias, serenas, exigentes e brincalhonas.

Nunca me esqueço daquela jovem mãe com um pequeno ao lado e uma barriga de sete meses.
Dei-lhe o meu lugar na fila do sorveteiro, porque é bom ser cortês com toda mulher, mais ainda com a mulher que espera um filho e carrega outro...
Ela agradeceu. Insisti. E ela disse:
"Por favor, padre. Estou educando meu filho a saber esperar a vez dele. Se ele aprender a furar todas as filas só porque é menino, vai crescer errado. Se eu precisar eu aceito, mas estamos bem..."
Gosto das mães que ensinam cidadania e convivência.

Que as mães sejam esta escola pequena, mas rica de ensinamentos.
Que o beijo das mães seja gostoso de estalar e o abraço gostoso de querer mais e o puxão de orelhas, suficientemente dolorido de a gente nunca mais repetir.
Que as mães saibam a hora de chamar para perto e de deixar ir.
Que as mães não sejam possessivas, neuróticas, medrosas, grudentas. É chato ter mãe chata, daquelas que falam demais e protegem demais.
Que as mães saibam a justa medida, como o tempero da cozinha!

Há duas coisas que fazem um país maduro: boa escola e bom colo de mãe. Quem não teve os dois tem mais dificuldade na vida!

Pe. Zezinho, scj - Do livro: Orar e pensar como família

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Musiquinha para o Duque


Duque tem uma pedrinha
Uma pedrinha de estimação
Que ele carrega
Para um lado e para o outro
E afia os dentes, deitado no chão.

Eita, cachorro sapequinha!
Que late, pula e gosta de pão.
Gosta de comer
Sua ração sempre fresquinha.
Se tem formiga, ele não come, não!

Duque ronca quando dorme!
Duque chora só de manha!
Toma banho de mangueira!
Duque tem um latidão!



Sandra Medina Costa

quinta-feira, 28 de maio de 2009

O terceiro lar


Tudo novo de novo
em meu terceiro lar.
Nos dois anteriores:
apartamento e casa,
aprender a ser mãe,
aprender a ser mulher.
Hoje me sinto meio perdida,
longe e perto dos problemas
que me atingem por osmose,
complicando minha vida.


Sandra Medina Costa

[imagem da web]

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Amanhã é quinta-feira


Amanhã é quinta-feira.
Dia de me encontrar.
Até agora o sono não veio.
Já chorei pela manhã.
Já senti dores no corpo.
Ainda me doem os pés.
Lá fora o barulho não para.
Aqui,
dentro do ouvido,
o zumbido.
O trem passa ao longe
e o atrito das rodas na linha
cria um barulho agudo,
dando a impressão de freio...
Amanhã é quinta-feira.
Só mais uma quinta-feira
em minha agenda em branco.

Sandra Medina Costa

terça-feira, 26 de maio de 2009

O Tempo Mudou


O tempo mudou. Foi domingo (do ano passado).
(Os tempos mudaram. Foram-se os domingos...)
Bem eu vi, bem senti no domingo
o cheiro da primavera.
Um cheiro que era pura poesia.
E eu disse ao meu filho que,
contrariando a todas as previsões e ensinamentos,
a primavera antecipara em um mês
a sua chegada.
E eu me dizia
quão admirada estava
em levar mais de 40 anos
para aprender o cheiro de cada estação.
À noite desse mesmo domingo,
uma pontinha de melancolia
doía na alma.
O tempo mudara. Os tempos mudaram.
E já vão tão longe aqueles domingos
de família toda reunida,
do almoço diferente,
da galinha com um tempero especial
feita por Dona Rosa – minha mãe!
A gente não sabia, mas, naquele tempo, éramos felizes!
Ficou a saudosa vontade de voltar o tempo.
Saudade do cheiro da felicidade,
do cheiro da alegria, da harmonia...
da família junta de novo.

Sandra Medina Costa


Nossa Senhora das Dores


Ó Virgem Santa,
rogai por nós pecadores.
Intercedei por nós,
ó Senhora das Dores.

Bendita Mãe de Jesus,
razão de nossos amores,
recebei com ternura
nosso agradecimento em flores.

Sandra Medina Costa

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Domingo de surpresas


Feriado no domingo. (sete de setembro...)
Saí do Barreiro
e fui para Bernardo Monteiro
encontrar meus irmãos,
passar uns dias.
Fomos para a casa da Sônia.
Só o Chiquito não apareceu.
Dia muito especial.
Tocar violão.
Cantar como antes.
Alegria.
Aniversário de Lia.
Surpresa do dia:
o aparecimento de um esquilo no quintal,
subindo nas árvores,
certamente à procura de alimento.
Foi um alvoroço geral!
Alegria da criançada
e das “crianças” grandes também.
Havia algumas amoras, romãs
e também umas poucas mangas nas árvores.
E o esquilinho saltava entre os galhos
com tamanha agilidade
que encantava a todos
nós da maior e da melhor idade.
E o equilíbrio nos galhinhos finos?
Deve ter se assustado
com tanta gente e tanto barulho...
Gritos a cada aparição,
a cada salto de uma árvore a outra,
risos, sorrisos,
olhares brilhantes e inquietos à procura do esquilo.
Meu Deus! De onde viera? Estaria perdido? Haveria mais esquilos por ali?
Correria.
Todo mundo queria ver o bichinho
que “roubara” a cena naquele domingo.
Que coisa mais linda! Presente dos céus!
Beatriz em meu colo...
Carregar minha sobrinha-neta no colo foi outra bênção.
Mais tarde, ela me deu algumas lições, digamos,
de determinação, persistência, alegria e fé.
Na sala, eu sentada no chão assistindo um filme.
Ela se aproximou e estendeu-me um DVD,
dizendo uma frase que eu não compreendia,
pois ela estava com o bico na boca.
Pedi que tirasse o bico
e me dissesse o que queria.
E a frase ela insistentemente repetia.
Tive a impressão de que ela dizia algo como
“Coloca o DVD da Aline Barros!”, mas duvidei.
“É impossível que ela saiba quem seja essa cantora,
talvez queira apenas que eu troque o filme”, pensei.
Quando sentiu a demora em ser atendida,
não se fez de rogada, foi atrevida.
Encaminhou-se decidida
rumo ao aparelho para ela mesma resolver a questão.
“Por acaso você está querendo que eu coloque o DVD da Aline Barros?”, perguntei.
Qual não foi minha surpresa ao ver sua alegria,
abrindo aquele sorriso e entregando-me o filme.
E ficamos ali: eu, ela e a Júlia, sua irmã,
assistindo alegres aos clipes das músicas.
Elas dançaram o tempo todo.
Para completar, Beatriz,
ao me ver suspender os braços espreguiçando,
achou que eu estava tentando dançar
e imediatamente passou a me ensinar os passinhos,
como eu deveria balançar os braços,
essas coisas...
Foi muito bom!
Coisas de crianças.
Crianças se entendem. Eu havia me esquecido disso.

Sandra Medina Costa


Arraial D’Ajuda


Arraial D’Ajuda.
Cidade simples.
Simplicidade
que vem dos mais humildes.
Eu, sozinha,
em Arraial D’Ajuda,
vejo com tristeza
o difícil gesto alheio
de dividir a mesa.
Todos juntos e separados,
a plebe e a realeza.
Diante de mim
um mar
de verde indefinível
que só percebo ao longe
o horizonte,
porque o céu hoje
quer brincar comigo.
Uma aquarela
azul, bela.
Rajadas de azul clarinho.
Rajadas de azul mais forte.
Rajadas de nuvens que vão do branco ao azul também.
Corpos desfilam
gordos,
fortes,
magros,
feios,
bonitos.
Pracinha. Orações.
Igreja de Nossa Senhora D’Ajuda.
De longe me chega
um suave solo de jazz...
(parece vir do Restaurante Sabor e Arte Bar e Café).
Na murada, atrás da igrejinha,
Me delicio com uma paisagem magnífica,
Muito verde e o mar ao longe.

Sandra Medina Costa


sábado, 23 de maio de 2009

As Aventuras da Folhinha Vermelha


Há dias a Folhinha Vermelha
da pequena Castanheira
fincada nas pedras e corais
da praia de Apuã


sonhava que o vento marinho
viria bem de mansinho
buscá-la para um passeio
na ensolarada manhã.

E chegara o grande dia!
Já a maré subira
e enchera de água a caverna
onde os caranguejos moravam.

A Folhinha Vermelha, então,
planou suavemente
até pousar docemente
na piscina que se formara.

No farfalhar das águas
da piscina natural,
a Folhinha Vermelha brincava
no passeio matinal.

Deixava-se levar pelas águas
de um canto a outro sem medo.
Às vezes, numa pedra ficava,
a olhar os caranguejos.

De longe, a mãe Castanheira
chorava a saudade da filha.
Temia que a Folhinha Amarela
também se seguisse a mesma trilha.

Sandra Medina Costa

A Mulher no Ônibus


A mulher no ônibus
é a cópia fiel de mãe.
Vejo-a de perfil.
Dói-me o peito,
a alma.
Os olhos se turvam.
Quero a magia daquele momento.
A mulher do ônibus,
sentada no primeiro banco,
vez por outra vira o rosto
a mostrar seu perfil,
seus trejeitos,
sua face,
seu cabelo amarrado.
Tudo é retrato de mãe.
Num pedaço de papel
me arrisco a uns rabiscos,
numa sôfrega tentativa
de fazer o seu retrato.
Queria eternizar aquele momento.
Mas, de repente, o sinal.
A mulher se levanta e...
acabou. Ponto final.
Desce do ônibus
levando minha saudade.
Vai embora
e não me olha.
De novo, estou sozinha.
A imagem, na memória.

Sandra Medina Costa

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Chuva no céu, chuva no mar...


Parque Marinho
Recife de Fora.
Balanço das águas
do verde alto mar.

Chuva no céu.
Chuva no mar.

Molhei-me nas águas
rodeada de peixinhos.
Perigos, ouriços...
de novo, arriscar.

Chuva no céu.
Chuva no mar.

Molhei-me nas águas
da chuva forte.
Milagre da véspera
do Natal a chegar.

Chuva no céu.
Chuva no mar.

Sandra Medina Costa


terça-feira, 19 de maio de 2009

Oração de todo dia


Acarinhar o passado.
Abraçar o presente.
Acolher o futuro.

Amém.

Sandra Medina Costa

[imagem da web]

Escravos de Jó


- Mãe, quando eu crescer você me ensina a falar “one-two-three-four-five-six-seven-eight-nine-ten”?
- Sim, meu filho.Mas você já sabe! Acabou de dizer.
(...)
- Mãe, eu sei cantar “Escravos de Jó” em inglês! Escuta só:


E ele cantou. E foi lindo!
Sua mãe nunca havia entendido muito bem a letra de “Escravos de Jó”... Essa versão que o Paulinho criara, então, não sabia como traduzir. Ficou feliz. Cobriu o filho de beijos. Sentiu que era algo maravilhoso, pois a melodia provocara uma sensação maravilhosa, uma mistura de alegria, felicidade, êxtase.
Ela não sabia, mas, naquele momento, ele cantava na língua dos anjos...

Sandra Medina Costa


segunda-feira, 18 de maio de 2009

Quarador


Quarador.
Coradouro.
Estendal.


- Põe a roupa pra quarar!Sabão de barra
amarelado
(não havia sabão em pó).
Roupas brancas ensaboadas.
O sol quente a incidir sobre elas.
Roupas a quarar.
Roupas a branquear.
- Joga água! Não deixa a roupa secar, senão mancha!O sol quente.
A água sobre a roupa.
O brilho do branco.
O milagre acontecendo.
Quarador.
Coradouro.
Estendal.
Roupas brancas no varal...

Sandra Medina Costa

[imagem da web]

domingo, 17 de maio de 2009

Chalana


Ao longe, a piroga avistada
provoca risos, coitada...
Apenas um nome à toa
dado a uma canoa
feita de um só tronco
de uma jaqueira qualquer.
E a chalana, sem perigo,
sobe o Rio João de Tibo,
mansamente, sem balanço,
desliza na maciez do remanso.
Rio manso.
Revoada de gaivotas azuis
num céu azul de dar gosto!
E somente três gaivotas brancas.
Na maciez do rio
os peixes brincam de pular.
Região de manguezal.
E lá vai a chalana
parando devagarzinho
para o banho de lama...
As águas serenas do rio
nos levam à Ilha do Sol –
santuário dos caranguejos
e depois à Praia de Santo André.
Banho morno
nas águas mornas.
Lá adiante o mar espera...

Sandra Medina Costa


sábado, 16 de maio de 2009

O terceiro emprego


Missão nova:
era assim que eu pensava,
sem me dar conta
de que o destino preparava
situações iguais,
pessoas diferentes
problemas iguais...
Se mal resolvidos,
outra vez repetidos...


Sandra Medina Costa

[imagem da web]

Sinais de amor [balanço]


Balanço de mãe
Fazer roupinhas de boneca
e manter viva a criança que mora em mim.
Aprender a lapidar pedra preciosa.
a incansável e desgastante busca do perfeccionismo:
tornar brilhante e perfeito aquilo que ainda é bruto;
trazer à luz o que está escondido.
Pedido de oração.
preocupação com a tristeza do momento;
aprendizagem de buscar a Deus
diante da impotência em acabar com a tristeza da filha.
Brincar de tomar-me nos braços (eu, bebê) e jogar para o alto e amparar seguidamente.
Lição de aconchego;
alçar vôo e voltar ao colo;
ser recebida com alegria e segurança:
“jamais te deixarei cair”.
Comer “capitão”.
Numa panela, bolinhos feitos de arroz, feijão e farinha, amassados e modelados pelas mãos de mãe, e nós, os filhos, sentados à volta, recebendo cada um o bolinho na boca.
Várias lições:
alimento do corpo,
alimento da alma,
união,
alimentar-se de uma mesma fonte,
conceito de família.
Montar juntos a árvore de Natal:
lição de construir em família.

Balanço de pai.
Em noites de tempestade, há sempre os três trovões.
Nenhum “perigo” ou tristeza é para sempre:
tudo chega a uma situação de paz e equilíbrio.
Gatinha Natali.
Vida nova em noite de Natal,
alimento da alma;
as coisas, na vida, têm o sentido que a gente dá para elas.
Caderno Gurilândia (do Jornal Estado de Minas):
estímulo à leitura, ao gosto pelas letras, à criatividade...
Palavras Cruzadas:
valorização à busca do conhecimento, constante aprendizagem.
Comparação entre filhos.
Valorização inconveniente;
saber que “ser melhor” às vezes implica na “diminuição” do outro.
Assobio ao chegar à noite.
Alegria, principalmente nos momentos de doença:
era sinal da chegada da alegria,
fim da saudade
e um delicioso pacote de biscoitos.


Sandra Medina Costa

[imagem da web]

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Amor feito novo


(refletindo Heráclito de Éfeso)

“Um homem não entra duas vezes no mesmo rio.”

Daí que o amor
pede para ser feito novo
a cada dia.

Ao entrar pela segunda vez no rio,
os pés do homem se molharão em águas novas,
pois as primeiras já se vão longe...
Tudo flui.

Cada manhã acorda o novo homem,
a cor dá ao homem novo
que está algumas horas mais velho.
Coisas novas aprendidas,
sentimentos mais maduros,
outras experiências vividas...
Tudo flui.

A mulher ao seu lado (a noite ao lado dela)
precisa ser conquistada nesse novo dia,
pois também é nova a mulher que habita nela.
Tudo flui.

Ao acolher pela segunda vez os pés do homem,
o rio já sabe, então, que ele não é mais o mesmo.
Tudo flui.
Talvez tenha se levantado pelo lado avesso...
Quiçá acordara de vez o menino dentro de si!

Cada manhã desperta a mulher prenhe,
pronta para dar à luz a si mesma.
Está mais madura,
mais sensível, mais distante,
triste ou alegre,
mais gorda e elegante,
mais magra e carente,
fiel, saudável ou doente... (quem sabe?)

O mesmo homem ao seu lado
precisa ser de novo conquistado,
pois já vai longe aquele homem

por quem se apaixonou há alguns anos,
meses, horas...
Tudo flui.

O dia é novo.
O rio é novo.
O homem é novo.
Daí que o amor
pede para ser feito novo
a cada dia.

(...)

Conquista-me.
E eu saberei
que me amas,
sentirei em tuas mãos
o renovo desse amor.
E eu te pedirei
que entres,
mais uma vez, comigo
no rio de águas mansas
que nos levam
ao grande Mar.
E tu saberás
que te amo.
Sentirás no calor de meu corpo
a paixão que me sai pelos poros.
E o rio de águas mansas
nos receberá novos amantes...
Amor renovado.

“Tu serás, para mim, único no mundo.
E eu serei, para ti, única no mundo...”
(Antoine de Saint Exupéry)

Sandra Medina Costa


O Pequeno Príncipe


Le Petit Prince
Antoine de Saint-Exupéry

A raposa diz ao pequeno príncipe:



Tu n'es encore pour moi qu'un petit garçon tout semblable à cent mille petits garçons. Et je n'ai pas besoin de toi. Et tu n'as pas besoin de moi non plus. Je ne suis pour toi qu'un renard semblable à cent mille renards. Mais, si tu m'apprivoises, nous aurons besoin l'un de l'autre. Tu seras pour moi unique au monde. Je serai pour toi unique au monde. ..
.... Mais, si tu m'apprivoises, ma vie sera comme ensoleillée. Je connaitrai un bruit de pas qui sera différent de tous les autres. Les autres pas me font rentrer sous terre. Le tien m'appelera hors du terrier, comme une musique. Et puis regarde! Tu vois, là-bas, les champs de blé? Je ne mange pas de pain. Le blé pour moi est inutile. Les champs de blé ne me rappellent rien. Et ça c'est triste! Mais tu as des cheveux coleur d'or. Alors ce sera merveilleux quand tu m'auras apprivoisé! Le blé, qui est doré, me fera souvenir de toi. Et j'aimerai le bruit du vent dans le blé…



Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
... Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...

(Tradução de Dom Marcos Barbosa)

quarta-feira, 13 de maio de 2009

O Esquilo



- O que é aquilo?
Será um macaco?
- Será um grilo?
O que é aquilo?

- Já sei o que é aquilo
que está nos galhinhos a pular.
É um pequeno e lindo esquilo
que veio nos visitar!

E o esquilinho sapeca
pegava amoras no alto,
cheirava as mangas e as romãs
e, de repente, novo salto.

- Tenho medo, Vovó Sônia!
Choramingavam a Júlia e a Beatriz.
Ao mesmo tempo, corriam para vê-lo.
Foi um domingo feliz!

Sandra Medina Costa

terça-feira, 12 de maio de 2009

Respostas de amor




Respostas de amor

aos planos de Deus:

a razão porque

tudo dá certo.

Sandra Medina Costa

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Lívia


Há palidez no rosto?
Ledo engano pressuposto!

A tez suave
a face aclara,
aviva o espírito,
colore a aura.

[E a alma, inquieta,
busca respostas
para perguntas
de que não gosta.]

Palidez, não! Claridade.
Luz no sorriso,
nos gestos,
nos olhos,
na fala,
na face...
em qualquer tempo ou idade.

E a alma sorri feliz
e se aquieta em Jesus,
ao compreender por si mesma
que a sustenta a divina Luz!

Sandra Medina Costa

quinta-feira, 7 de maio de 2009

O terceiro quarto


Este é o que mais me incomoda,
tanto na casa,
quanto no apartamento.
É sempre a escolha
do meu companheiro.
É a fuga, o isolamento.
Ali ele se refugia
a qualquer hora do dia
“para tirar um cochilo”,
assim ele diz e eu “engulo”.
À noite, em nosso quarto,
poucas horas ele passa.
Pois a essa altura da vida
não existe mais o costume
de dormir só à noite.
Desejo que o terceiro quarto
não exista mais.
Já até ameacei desativá-lo...


Sandra Medina Costa

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Colo de mãe


Colo de mãe é lugar mágico.
Nele não corremos perigo,
é seguro abrigo
contra monstros e fantasmas que querem assustar.

Colo de mãe faz falta.
Ele é remédio que cura,
que abaixa a temperatura
quando a febre está alta.

Colo de mãe é sagrado.
Tem o poder divino
de fazer dormir o menino,
mesmo depois que ele cresce.

Colo de mãe é mistério.
É o aconchego do ventre.
Sua falta a mãe também sente,
pois já foi filha um dia.
Colo de mãe...
acho que é isso: pura poesia.

Sandra Medina Costa


[Imagem da web, artista profª Sandra]

Salada de frutas


Célia havia preparado uma saborosa salada de frutas,
uma vasilha enorme, cheinha! para depois do almoço.
Sônia chegara uma meia hora antes do almoço.
Dizia ter sonhado com salada de frutas, na casa da Célia, e que,
a cada vez que se lembrava do sonho, a boca enchia de água.
Não deu outra!
- Quantas cervejas você me paga se eu realizar o seu sonho? perguntou Célia – tenho um monte de frutas aqui em casa.
- Quantas você quiser! respondeu, já entregando o dinheiro.
Imediatamente, Célia foi à geladeira
e retornou com a vasilha enorme de salada de frutas.
Meu Deus! Alegria geral.
Nunca vi ninguém se emocionar tanto ao ver salada de frutas!
Todos ríamos muito, mas a Sônia não sabia
se ria, se chorava ou se comia a salada de frutas.
É muito fácil ser feliz
quando vivemos as coisas simples da vida.
Família e salada de frutas: combinação perfeita!

Sandra Medina Costa

[imagem da web]

terça-feira, 5 de maio de 2009

Só por hoje


... deixar aflorar
a profunda ternura do coração...

... experimentar
a ternura do perdão...

... ir em busca
de um momento pleno com Jesus.


Sandra Medina Costa

[imagem reflejosdeluz.net]

Uma história em seis palavras

Fonte: imagem em: blog.uncovering.org/archives/2008/09/contos_e...
Uma história em seis palavras
Publicado em
artes e letras por bjr em 8 jan 2008 06:28 PM



"Normalmente não costumo fazer artigos tão pessoais mas, o artigo de ontem do Luís Soares, a propósito do tempo de uma história, fez-me lembrar algo. No meio de tanta tecnologia e tanto mediatismo parece que tudo tem um tempo ótimo para que se cumpra um objetivo, seja ele comercial ou de mera promoção pessoal.
Do ponto de vista tecnológico, onde me sinto mais à vontade, há diversas nuances que recheiam esta temática, com um especial enfoque na forma como novos meios de comunicação são assimilados pela sociedade. No entanto, não é do aspecto tecnológico que quero falar-vos. O artigo do Luís lembrou-me algo que li sobre Hernest Hemingway que, certa vez, foi incitado a escrever uma história completa com apenas seis palavras. Alguns acham que foi na sequência de uma aposta, outros que terá sido um desafio literário para outros autores.
Hemingway escreveu então um história com seis palavras e chamou-lhe o seu melhor trabalho de sempre.
Vende-se: sapatos de bebê, nunca usados.Pergunto. Quantas palavras usamos para contar uma história? Por vezes a essência é tão forte que, basta muito pouco para mostrar os contornos e a emoção de uma história."
[site da Obvious]

segunda-feira, 4 de maio de 2009

O Óbvio e o Escuro


É óbvio que tenho medo do escuro.
O óbvio tem a capacidade
de ficar mimeticamente escondido.
Por isso tem que ser dito.
Para ser esclarecido.
O que há nele?
O que me impede de acender a luz?
- O gesto é simples, mãe! Basta isso: apertar o interruptor, para cima ou para baixo.
Simples. Simples assim.
- Mas tem que ser no seu tempo, mãe. Você determina a hora de apertar o interruptor.

Faça-se a luz!
E a Luz foi feita.
E a Luz era o Verbo.
E o Verbo habitou entre nós.

Escuro.
O medo que existe.
É lá no escuro,
não no futuro,
que habita o medo.

O medo é degredo.
Degredo é prisão.
Ausência de luz.
Escuridão.

Busco pela memória
longínquas lembranças
do escuro que me apavora.
Terá sido algum castigo?
Terei corrido perigo?
Gritei. Ninguém me ouviu.

É no escuro que habita o imponderável.
A noite que chega
traz com ela grandes mistérios
e o poder de tornar maiores todas as dores,
ainda que também seja cúmplice
de certos e eternos amores.

Na escuridão do meu inconsciente
há medo,
há choro,
há dor,
há desamparo.
Na escuridão do meu inconsciente,
o medo paralisa,
a voz é fraca,
o raciocínio é lento.
Não alcanço o interruptor.

- É simples, mãe. É só fazer isso: levantar-se, mover-se!
Sair da inércia.
Chegar até o interruptor.

Acender ou apagar a luz, tanto faz.
Importa a Luz maior que está dentro de mim, desde sempre.
Essa Luz...
você já sabe,
é Jesus.

Sandra Medina Costa


Folha de papel



Folha de papel
em branco, virgem, limpa
(é preciso preenchê-la)
amassada
rasgada
suja
colorida
rabiscada
escrita
com poema
uma carta
um desenho de paisagem
um colorido bonito
Um dia vem o vento
e leva a folha
de papel.

Sandra Medina Costa

domingo, 3 de maio de 2009

Eu – mãe de mim mesma


Mães

Rosa – mãe biológica
Rosely – mãe forçada
Preta – mãe de colo
Célia – mãe da guarda
Imaculada – mãe de espírito

Maria - mãe de bênção e de fé
Eu – mãe de mim mesma

Sandra Medina Costa

Duque



Recebi de Tatiana, minha sobrinha querida, a seguinte mensagem:


"Olhe no fundo dos olhos de um animal e, por um momento, troque de lugar com ele. A vida dele se tornará tão preciosa quanto a sua e você se tornará tão vulnerável quanto ele. Agora sorria, se você acredita que todos os animais merecem nosso respeito e nossa proteção, pois em determinado ponto eles são nós e nós somos eles." (Philip Ochoa)


Fiz isso há alguns anos. Antes de me mudar para Belo Horizonte.
Despedi-me dele.
Duque, deitado no canil, me olhava triste.
Eu ia viajar para São Paulo, antes;
quando voltasse, já iria direto para o apartamento.
Ficaria um longo tempo sem reencontrar meu cachorro.
Mesmo sabendo que ele estaria sob os cuidados da Sônia,
chorei demais.
A impressão que tenho, até hoje,
é de que ele entendeu tudo.
E ficara triste assim como eu.
Não sei explicar esse amor.

Sandra Medina Costa

sábado, 2 de maio de 2009

Amor exigente


Lívia é um capítulo muito especial em minha vida.
É a filha do coração.
Desde pequena marcou presença,
eu grávida,
dormia sobre minha barriga horas e horas.
Era como se desde sempre acolhesse Paulinho.
Eles nasceram no mesmo ano – 1985.
Ela, em maio e ele, em novembro.
E continuou assim depois que ele nasceu.
Mas com um detalhe curioso:
convivia com o amor e o ciúme.
Cuidava para que Paulinho (tratava-o como filho)
não tropeçasse nem caísse.
Certa vez, quando estavam com dois anos de idade,
Lívia tentou carregá-lo no colo e... ploft!
Caíram os dois para trás, foi muito engraçado.
Ele já era bem maior,
mas ela insistia no papel de “mãe” dele. Fazer o quê?
E, ai dele, quando demorava a atender ao seu chamado!
- Vem, Catatau (era o apelido)! Vem almoçar!
E se ele não obedecia logo,
voavam chinelos, vassouras, o que houvesse.
E, ai de mim, se comesse chocolate escondido dela!
Me puxava, cheirava minha boca para confirmar
e a confusão estava armada.
Lívia. Amor exigente.

Sandra Medina Costa

Todo Renovo


“Toda folha vazia
Tem jeito de poesia.”
(Ana Musa Sativa)

Todo pedaço de céu
tem jeito de sonho.
Todo chão
tem jeito de caminhada.
Toda cor
tem jeito de vida.
Toda árvore
me lembra
um renascer constante,
a cada dia
um renovo.

Sonho,
Caminhada,
Vida,
Renascer...
Deus em forma de poesia.

Sandra Medina Costa

sexta-feira, 1 de maio de 2009

A Oração de MAIO


Senhor, nosso Deus, na vossa bondade nos destes Maria. Com a sua divina maternidade, ela se torna para todos nós fonte de vida.Pela sua intercessão ajuda-nos nos trabalhos de cada dia. Damo-vos graças por ela, mulher livre, que se fez inteira a serviço de uma escuta afetuosa e de uma palavra iluminada. Como vossa serva ela experimentou as tribulações dos pobres.
Abri nossos corações aos sofrimentos dos irmãos e dai-nos olhos cheios de ternura e esperança.
Santa Maria, senhora de nossos dias, vinde habitar em nosso meio. Tornai-vos vizinha a nossos problemas. Dai-nos, vos pedimos, o gosto pela vida. Oferecei respostas maternas às perguntas cheias de significado de nosso caminhar. Tomai-nos pela mão e fazei-nos sentir a presença de Deus na sequência do tempo.
Amém.

Frei Luiz Henrique F. de Aquino, OFM – São Paulo/SP
(Fonte: Folhinha do Sagrado Coração de Jesus)

Nova caminhada


Domingo, 25.
Julho de 1999.
Minha casa.
Nova caminhada
(agora, a três).
Domingo, 25.
Dia do Escritor.
Minha casa.
Habita em mim
a poesia e o encantamento
de uma nova caminhada
(agora, a três).

Sandra Medina Costa