O amor é meu peso, é ele que me conduz pelo solo sagrado. O Amor é meu amparo, meu refúgio consolador. Sou manhosa e, por isso mesmo, filha de rosa com pescador. Gosto do mar, de amar, de sonhos e do amor.
terça-feira, 30 de junho de 2015
segunda-feira, 29 de junho de 2015
Foice
O
capim jaz solitário. O pé de gabiroba olha de soslaio: “Caraio!” Por pouco não foi pro balaio. Foice! Foi-se.
Sandra
Medina Costa
domingo, 28 de junho de 2015
sábado, 27 de junho de 2015
sexta-feira, 26 de junho de 2015
Poema adormecido
Meu
poema adormeceu
na
estrada que não se vê.
Dói
em mim a sua ausência.
Não
sou mais eu sem você
Há
opacidade
no
olhar que já foi luz num dia vago.
Vago
pela cidade.
Já
não tenho mais a idade nem o brilho que seduz.
A cidade me
espreita ou me ignora.
Não sei.
Talvez continue
esperando
o sorriso de
luz que acalma e desarma.
Pois os
gritos de minh’alma,
na agonia da
solidão,
se fazem ver
na cara,
afastam
aqueles que eu amo,
expressam
apenas um não.
Há opacidade
na alma
traduzida em teu olhar,
em meu olhar,
em nossa
vida.
Sei que tudo
irá mudar quando a estrada,
que ora não
se vê,
transformar-se
de novo em meu caminho
formado de
fragmentos de luz.
Caminho
mágico
que só
aparece na manhã que me seduz:
quando os
raios de sol
atravessam os
espaços criados,
entrecortados
pelas folhas da mata
do lado
direito da rua direita
que me conduz
à rua de pedras.
E agora
tua lágrima
que rola
mostra que
teu sentimento
não era tão
grande assim.
E agora
minha lágrima
que rola
vem provar
que o que sinto
é um amor que
não tem fim.
Sandra
Medina Costa
[Imagem Google]
quinta-feira, 25 de junho de 2015
A vida é uma pedra de amolar
A vida
é uma pedra de amolar: desgasta-nos ou afia-nos, conforme o metal de que somos
feitos.
George Bernard Shaw
quarta-feira, 24 de junho de 2015
terça-feira, 23 de junho de 2015
segunda-feira, 22 de junho de 2015
domingo, 21 de junho de 2015
Inverno
Chega o inverno,
frio que aquece
Coração já sabe:
mudança de tempo
a alma enobrece.
Sandra Medina Costa
sábado, 20 de junho de 2015
sexta-feira, 19 de junho de 2015
Sem filhos
Casados
há mais de dez anos
e sem filhos.
Questionada, sorriu:
“Incompatibilidade
de genes”.
Sandra
Medina Costa
quinta-feira, 18 de junho de 2015
quarta-feira, 17 de junho de 2015
terça-feira, 16 de junho de 2015
Agradeço a Deus
Agradeço.
Não sou pedra de tropeço.
Com a bênção de Deus exerço
a tarefa que Ele pôs
em minhas mãos:
Não ser muro!
Ser ponte, ser caminho,
para servir aos irmãos.
Amém! Amém! Amém!
Sandra Medina Costa
segunda-feira, 15 de junho de 2015
A chave certa
Sonhos de ontem.
Chaves.
A chave certa para a porta certa.
Eu num cubículo, quadrado; quatro paredes;
cada parede era uma porta com uma fechadura.
A chave abria a porta que dava acesso a outro
cubículo quadrado,
igual ao anterior, e, assim, sucessivamente,
até chegar à última (e certa!) porta que
conduzia à liberdade – um amplo espaço que lembrava o andar térreo ou subsolo
de um prédio.
Enfim, o ar de liberdade respirado.
Mas eu não estava só.
Lembro-me de Neide, Sônia e mais uma ou duas
pessoas.
Cada um de nós deveria passar pelo mesmo
processo e nos encontrarmos naquela saída.
(...)
Flashes de sonhos que não sei quando
sonhados.
Imagens, cenas, pessoas conhecidas ou não.
Não há uma sequência de tempo.
(...)
Viagens de trem, ida, volta.
Barrancos.
Águas cristalinas. Mar.
Suavidade e descanso para os pés na água.
Noutra cena, altas ondas, revoltas, violentas
– tsunami (?) –
e eu e mais alguém vendo de longe, protegidos,
assistindo à arrebentação;
a água vindo alta, rumorosa, violenta...
(...)
Viagens no alto do morro.
A cidade no morro.
Subidas íngremes, difíceis.
Lá do alto a visão da cidade.
É noite.
(...)
Portas.
Chaves.
Fuga.
Águas calmas.
Águas violentas.
Córregos.
Natureza.
Trem.
Noite.
Desafios.
Passagens difíceis até encontrar o refrigério
da alma.
Sentar no chão, na pedra grande, molhar os
pés na água cristalina.
Sandra Medina Costa
[Imagem Google]
Marcadores:
História-Infância-Pessoas,
Sentimento
domingo, 14 de junho de 2015
sábado, 13 de junho de 2015
sexta-feira, 12 de junho de 2015
Parto – a dor-alegria
Outro nome mereceria
posto que não é partida, é chegada.
Milagre do corpo em meus braços.
Sandra
Medina Costa
[Poetrix 10]
Imagem Google
quinta-feira, 11 de junho de 2015
quarta-feira, 10 de junho de 2015
Monstro
Cabeça
de cebola.
Boca
de fumo.
Dente
de alho.
Língua
de sogra.
Olho
do furacão.
(Ouvidos
moucos para sons roucos).
Braço
de rio.
Braço
de mar.
Mão
de obra.
Dedo
de prosa.
Perna
de cadeira.
Pé
de cabra.
(Pés
descalços, passo em falso)
Sandra
Medina Costa
terça-feira, 9 de junho de 2015
segunda-feira, 8 de junho de 2015
ISTO
Dizem que finjo ou minto
Tudo o que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!
Tudo o que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!
Fernando Pessoa
domingo, 7 de junho de 2015
AUTOPSICOGRAFIA
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Fernando Pessoa
sábado, 6 de junho de 2015
Marcante e pontual
A
velhice não atrasa.
Traz
dor, celulite,
Calor,
menopausa.
Sandra
Medina Costa
(Poetrix 18)
Imagem Google
sexta-feira, 5 de junho de 2015
quinta-feira, 4 de junho de 2015
De Vagar (releitura)
1. O que leva um homem a sair, sábado de manhã, do aconchego de
seu lar e dirigir-se a um abrigo de menores carentes, que ali estão por viverem
em situação de risco?
O muito possuir
Em meio a tantos necessitados
Tira a paz da consciência
E ele sofre incomodado
Fazer de verdade o bem
Distribuindo amor em seu gesto,
Sabendo que mesmo assim
Na caridade não há excesso.
Criar uma falsa imagem
De retidão e bondade,
Podendo ter grandes proveitos
Junto a sua comunidade.
Fazer papel de bom moço
(como um velho e bom ator)
na “não confessa” esperança
de ver retribuído o favor.
Achar mais fácil saciar
Os carentes dos abrigos,
Do que alimentar a alma
Dos próximos que moram consigo.
Pois essa opção de ajudar
É uma grande maravilha:
“liberta-o” do compromisso
de cuidar da própria família.
Sabendo que ninguém escolhe
Um destino tão cruel,
Ficar “de bem” com Deus
Pra merecer o reino dos céus.
Ficar bem com si mesmo,
Acreditar no que faz,
E fazê-lo de forma anônima
Pra ter o coração em paz.
2. E, contrariamente, o que leva um homem a NÂO sair de casa para
e dirigir-se a um abrigo de menores carentes, que ali estão por viverem em
situação de risco?
Medo. Há riscos lá fora,
Nas ruas, assaltos, violência.
Em casa não há perigo
E nem dor de consciência.
“A vida é assim mesmo” – ele pensa,
“só se colhe o que plantar”.
A despeito de qualquer coisa, a pessoa
Só passa o que tem de passar.
Não parar pra pensar nisso,
Ignorar o que semeia,
Curtir a vida, em vez de
Se ocupar com a desgraça alheia.
Saber que já há ajudantes
Pra qualquer instituição;
E ele ganha pouco, trabalha muito,
E é indiferente à questão.
Achar que não é responsável,
Pois não criou tal problema,
Não se sente tocado.
Ajudar? Não. Só dá pena.
Preferir assistir à vida
Passando pela TV...
Comodismo? Descompromisso?
Descrença? falta de fé?
“Tirar do bolso ou da sua despensa
Para alimentar filhos alheios?”
Acha que cabe ao governo
Assumir, encontrar os meios.
Evitar estar de frente
A essa realidade crua
Pois sabe que isso representa
Apenas uma fuga da sua.
“Além do mais”, pensa ele,
“quem disse que é sério o bastante
essas tais obras sociais?
E o compromisso, quem garante?”
Reconhecer-se sem condições mínimas
De ajudar naquele momento.
O emocional e o psicológico impedem
De se tornar “alimento”.
Sandra Medina Costa
quarta-feira, 3 de junho de 2015
De Vagar
(ou
Da Janela do 3º Andar)
O
homem atravessa o portão.
E,
em três ou quatro passos,
alcança
a porta de entrada
do
Abrigo das Meninas.
Nas
mãos, uma sacola
com
alimentos, roupas... não sei.
Mas
com certeza a sacola
está
cheinha de luz, sabores,
sorrisos
(pois assim está
o
coração do homem que
atravessou
o portão).
Ele
tem certeza de seu gesto.
É
sábado de manhã
e
ele já tem alimentado o corpo.
Urge
agora alimentar a alma.
(Frente
ao portão outro carro para.
Dele descem umas três
pessoas,
também
com sacolas mágicas,
e adentram o abrigo.)
Alguns
minutos se passam
e
o homem está de volta.
Sai
pela mesma porta
e,
em três ou quatro passos,
alcança
o portão de saída.
Missão
cumprida.
Voltar
à vida (pois, lá dentro,
é
sobrevida).
Dirige-se
para o carro estacionado
a
poucos metros e sai devagar.
Devagar
segue o caminho,
o
coração mais leve...
Devagar.
De
vagar se faz sua vida.
Perambula
pelos abrigos,
lugares
não escolhidos
por
aqueles que ali estão.
Sabe
disso com clareza,
carrega
na alma a tristeza
de
ter sido um deles, um dia,
com
amargura e aflição.
(Ouço o
pipocar de balões.
Lá de dentro do abrigo
ecoam vozes alegres,
misturadas
a
gostosas risadas.
Nas
sacolas mágicas
dos três
que ali entraram,
havia
tempo e alegria
que
juntos compartilharam.)
Sandra Medina Costa
terça-feira, 2 de junho de 2015
segunda-feira, 1 de junho de 2015
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