quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Dia da Esperança



31 de dezembro: Dia da Esperança

Nessa paz em que hoje vivo,
em toda e qualquer andança,
seja Jesus o motivo
da minha vera esperança!
(Aloísio Bezerra - Fortaleza/CE)

Vamos chamar de lembrança
o passado já vivido;
e de ditosa esperança
o futuro indefinido.
(Ari G. Rezende - Barbacena/MG)

Com meus sonhos mais singelos,
embalados na esperança,
venho erguendo meus castelos
desde os tempos de criança...
(Jessé F. Nascimento - Rio de Janeiro/RJ)

Fonte: Folhinha do Sagrado Coração de Jesus
[imagem reflejosdeluz.net]

A Bíblia e o celular [3]



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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Previsões para 2010



Chegarão novos amigos, gente nova em nossa vida...
... e veremos que isso é muito bom!
Nossos sonhos serão renovados!

As estações do ano virão mais belas...
... e veremos que isso é muito bom!
E dentro de nós será sempre primavera!

Virá a tão sonhada Páscoa!
... e veremos que isso é muito bom!
Nossos gestos serão mais fraternos, cada vez mais concretos...

Virão as férias!
... e veremos que isso é muito bom!
Na praia ou no campo, buscaremos renovar as forças, lavar a alma, ser feliz à toa!

Comemoraremos novo aniversário!
... e veremos que isso é muito bom!
Sentiremos o orgulho de fazer parte deste mundo!

Ergueremos uma bandeira em favor da paz!
... e veremos que isso é muito bom!
Reaprenderemos que Deus é fonte de vida!

Enfim, chegará o Natal!
... e veremos que isso é muito bom!
Nasceremos de novo! Com nossas esperanças agora renovadas, partiremos junto à nova jornada!

Sandra Medina Costa

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A Bíblia e o celular [2]



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terça-feira, 29 de dezembro de 2009

A Bíblia e o celular [1]


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Meninar



Eu ainda meninava...
e já ia alto o sol
numa pressa louca
de alcançar o arrebol.

Ainda meninava...
quando a lua no céu
me ninava lá do alto
trazendo medos e sobressaltos.

A pressa do sol em nascer e se pôr
levou logo a meninice
e me trouxe o primeiro amor.

Ser menina, moça, mulher, senhora...

Os sóis da minha vida,
tão rápidos outrora,
arrastam-se agora
na modorra lá fora.
Não há mais pressa,
nem arrebol.

Só a lua continua a meninar,
independentemente da fase
(cheia, nova, minguante, crescente),
não cresce, nem amadurece.
Fica no alto do céu,
suave a ninar a gente.

Sandra Medina Costa

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segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Sabedoria canina


Sabedoria canina - A vida teria uma perspectiva muito mais amistosa. Tente:
- Nunca deixe passar a oportunidade de sair para um passeio.
- Experimente a sensação do ar fresco e do vento na sua face por puro prazer.
- Quando alguém que você ama se aproxima, corra para saudá-la(o).
- Quando houver necessidade, pratique a obediência.
- Deixe os outros saberem quando invadiram o seu território.
- Sempre que puder, tire uma soneca e se espreguice antes de se levantar.
- Corra, pule e brinque diariamente.
- Coma com gosto e entusiasmo, mas pare quando estiver satisfeito.
- Seja sempre leal.
- Nunca pretenda ser algo que você não é.
- Se o que você deseja está enterrado, cave até encontrar.
- Quando alguém estiver passando por um mau dia, fique em silêncio, sente-se próximo e, gentilmente, tente agradá-lo.
- Quando chamar a atenção, deixe alguém tocá-lo.
- Evite morder quando apenas um rosnado resolver.
- Nos dias mornos, deite-se de costas sobre a grama.
- Nos dias quentes, beba muita água e descanse embaixo de uma árvore frondosa.
- Quando você estiver feliz, dance e balance todo o seu corpo.
- Não importa quantas vezes for censurado, não assuma a culpa que não tiver e não fique amuado... corra imediatamente de volta para seus amigos.
- Alegre-se com o simples prazer de uma caminhada.

(Desconheço a autoria)
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domingo, 27 de dezembro de 2009

Regra simples



A regra para todos nós é perfeitamente simples. Não perca tempo se preocupando se você "ama" o seu vizinho; aja como se o amasse. Assim que passamos a agir desse modo, encontramos um dos grandes segredos. Ao se comportar como se amasse uma pessoa, em pouco tempo você passa a amá-la. Ao machucar uma pessoa de quem você não goste, você passará a antipatizá-la ainda mais. Ao fazer-lhe algum bem, você passará a antipatizá-la menos.

C.S. Lewis, em Cristianismo Puro e Simples.

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Felicidade!



Vamos comemorar!
Somos vitoriosos, temos vida!
Somos um jardim do Criador.
Somos gente!
Pedi a Deus um amigo...
Ele deu-me muitos;
Pedi saúde...
Ele ensinou-me paciência;
Pedi Carinho;
Ele me fez entender que posso sê-lo;
Pedi esperança...
Ganhei entendimento e fé;
Pedi entendimento...
Ganhei sabedoria;
E pedi amor...
Ganhei coragem para distribuí-lo.
Com isto ganhei o maior presente...
Ganhei a sua amizade.

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sábado, 26 de dezembro de 2009

O Raio



Um raio da aurora
penetrou
na cabana de palha.
No coração das gentes
ecoou
uma mensagem de amor.
A mãe estava sentada
sobre a palha
como a estrela da manhã no ventre
da aurora.
Todos dobraram os joelhos:
o rei e o mendigo,
o santo e o pecador,
o sábio e o ignorante.

Rabindranath Tagore

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sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Sementes de Verdade



Não há luz que não espante a treva
Não há sorriso que não ilumine um semblante
Não há riso que não sane o mau humor
Não há amor que não desfaça o ódio
Não há perdão que não traga a cura
Não há humildade que não rebaixe o orgulho
Não há simplicidade que não enrugue a vaidade
Não há beleza interior que não nuble a beleza externa
Não há tolerância que não vença a ignorância
Não há persistência que não atinja um objetivo
Não há calma que não inferiorize a ira
Não há paciência que não dissolva a ansiedade
Não há coragem que não dissolva o medo
Não há serenidade que não desarme a agressão
Não há desprendimento que não ridicularize a avareza
Não há ambição bem dosada que não humilhe a ganância
Não há fé que não vença a rebeldia
Não há rendição que não cesse a guerra
Não há silêncio que não quebre a exaltação
Não há compreensão que não incomode o erro
Não há verdade que não derrube a mentira
Há olhos que observam os meus atos e também os teus:
não há atos que não sejam vistos
nem há pensamentos que não cheguem a Deus

Autora Silvia Schimdt
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quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Haicai 14



Noite de Natal
A Estrela conduz Maria
Estrela-guia.


Sandra Medina Costa

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quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Perante o Natal



"Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei." Jesus

Neste dia feliz, em que as aglomerações nos shoppings nos revelam a febre de compras, vamos refletir juntos sobre o significado do Natal?
Natal – todos sabem – é Jesus que nasce, renovando Seu antigo apelo ao amor por todos os seres.
O desafio é fazer com que durante o ano inteiro Ele cresça e Se instale, definitivamente, em nosso coração.
Por isso, em honra do Mestre de Nazaré, não se detenha mais: siga-Lhe os ensinamentos, ouça-Lhe as palavras não apenas com os ouvidos, mas também com a alma.
Ponha Jesus em seu cotidiano.
Observe que, enquanto o Mundo nos convida a acumular bens, Jesus nos oferece a opção da simplicidade.
Ele, que é o único Espírito perfeito nascido na Terra, viveu de forma despojada e não tinha sequer uma pedra para repousar a cabeça.
Sabemos que nem todos podem viver como Jesus e abrir mão dos bens terrenos.
Mas podemos seguir o exemplo do Cristo sendo humildes, não alimentando cobiça e ambição. Isso já faria uma grande diferença.
O segredo é contentar-se com o que se tem. Observe que isso não significa acomodação ou preguiça. Nada disso.
Devemos trabalhar e adquirir o que for necessário para vivermos bem. O conselho de Jesus é para evitarmos os excessos, o supérfluo.
Você já notou que, muitas vezes, sofremos porque desejamos coisas que não são essenciais?
Basta que seja lançado um novo aparelho, modelo de carro ou produto da moda para que boa parte de nós corra a comprar.
Logo que saciamos esse desejo, agimos como crianças e vamos em busca de mais novidades.
Isso nos remete a um outro ensinamento de Jesus: “Olhai os lírios dos campos: não tecem nem fiam, mas nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles”.
Ensinou o Mestre que devemos confiar em Deus, nosso Pai, pois se Ele veste tão ricamente uma erva do campo, quanto mais fará por nós, Seus filhos?
E assim o Cristo nos ensinou a ter confiança em Deus.
No entanto, como nossa fé é frágil! Costumeiramente nos rebelamos contra Deus. Basta uma contrariedade ou uma perda para nos rebelarmos contra os Céus.
Mais uma vez agimos como crianças: desejamos que Deus – a Majestade que criou e dirige os Mundos – seja uma espécie de secretário particular, que cuide de nossas finanças, que nos faça ter sucesso na vida, que nos dê isso e aquilo.
Mas o que Jesus nos ensinou sobre Deus? Ensinou que nenhum cabelo cai de nossas cabeças sem o conhecimento de Deus.
Portanto, nosso Pai Divino conhece nossos corações e nossas necessidades.
Assim, podemos e devemos orar para Lhe pedir forças e inspiração para os nossos projetos de vida.
Mas o trabalho é nosso: façamos a nossa parte e o céu nos ajudará. Esse é mais um ensinamento esquecido de Jesus.

Que este Natal seja um momento especial, em que Jesus esteja presente em seu coração.
Que as palavras pronunciadas por Ele, há dois mil anos, possam encontrar lugar em seu Espírito.
Com a simplicidade, o trabalho e a confiança em Deus – essência dos ensinos de Jesus – que o Natal ganhe um novo significado em sua vida.
Para que brilhe a Sua luz. Para que você seja aquele que semeia a paz, que vivencia o amor universal.


Fonte: www.reflexao.com.br
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Como armar um presépio



José Paulo Paes

Pegar uma paisagem qualquer.
Cortar todas as árvores e transformá-las em papel de imprensa.
Enviar para o matadouro mais próximo todos os animais.
Retirar da terra o petróleo, ferro, urânio que possa eventualmente conter e fabricar carros, tanques, aviões, mísseis nucleares cujos morticínios hão de ser noticiados
com destaque.
Despejar os detritos industriais nos rios e lagos.
Exterminar com herbicida ou napalm os últimos traços de vegetação.
Evacuar a população sobrevivente para as fábricas e cortiços da cidade.
Depois de reduzir assim a paisagem à medida do homem.
Erguer um estábulo com restos de madeira, cobri-lo de chapas enferrujadas e esperar.
Esperar que algum boi doente, algum burro fugido, algum carneiro sem dono venha nele esconder-se.
Esperar que venha ajoelhar-se diante dele algum velho pastor que ainda acredite no milagre.
Esperar.
Quem sabe um dia não nasce ali uma criança e a vida recomeça?

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terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Ore



"Não te deixes contaminar pelo pessimismo nem pela censura contumaz que te tragam ao coração. Tem paciência e dá-te conta que o acusador gratuito não ama, não coopera, apenas cria embaraços. Ajuda em silêncio e confia em Deus, fazendo a tua parte da melhor forma ao teu alcance."

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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

GRANDE ÉS TU



André Valadão

Senhor meu Deus,
Quando eu maravilhado,
Fico a pensar nas obras de Tuas mãos
O céu azul de estrelas pontilhado,
O seu poder mostrando a criação.

Então minh'alma canta a Ti, Senhor. Quão Grande és Tu.
Então minh' alma canta a Ti, Senhor. Quão Grande és Tu.

Quando a vagar nas matas e florestas
O passaredo alegre ouço a cantar
Cruzando os montes, vales e florestas
O Teu poder mostrando a criação.

Então minh'alma canta a Ti, Senhor. Quão Grande és Tu.
Então minh'alma canta a Ti, Senhor. Quão Grande és Tu.

Quando eu medir o Teu amor tão grande
Teu Filho dando ao mundo pra salvar
Na cruz verteu seu precioso sangue
Minh'alma pôde assim purificar.

Então minh'alma canta a Ti, Senhor. Quão Grande és Tu.
Então minh'alma canta a Ti, Senhor. Quão Grande és Tu.

E quando enfim, Jesus vier em Glória
E ao lar celeste então me transportar
Eu adorarei, prostrado e para sempre
Quão grande és Tu, meu Deus, hei de cantar.

Então minh'alma canta a Ti, Senhor. Quão Grande és Tu.
Então minh'alma canta a Ti, Senhor. Quão Grande és Tu.

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domingo, 20 de dezembro de 2009

Oração de todo dia



Acarinhar o passado.
Abraçar o presente.
Acolher o futuro. Amém.

Sandra Medina Costa

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sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Haicai 13



Onze horas flor
linda cor bonina
luz no jardim da menina.

Sandra Medina Costa

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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Haicai 12



Arco-íris duplo:
promessa dupla de Deus.
Dois potes de ouro!

Sandra Medina Costa

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quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Mudanças climáticas



“O ambiente natural é dado por Deus a todos, e o seu uso comporta uma responsabilidade pessoal nossa para com toda a humanidade, especialmente para com os pobres e as gerações futuras.”
Santo Padre Bento XVI sobre as mudanças climáticas

Lita



Os olhos de Lita
me deixam aflita.
São negros,
são tristes,
doçura infinita.
O corpo que sonha
é magro e esguio.
As mãos ela esconde.
Coração por um fio.
Na cabeça
as idéias encaracoladas
por mil fios
de cabelo pintado.
Os pés de Lita,
quem diria,
já andaram descalços,
um dia.
Hoje eles a sustentam,
conduzem,
levam e trazem-na
silenciosamente,
ensimesmados,
presos nos sapatos.

Sandra Medina Costa

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terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Com Cristo É Vencer Ou Vencer



Cassiane

Eu sei que a tua vida por aí
não é tão fácil de seguir,
Mas avante você tem que ir.
Jesus é quem te ama e te quer bem.
Chuvas de benção Ele tem
pra te dar.
Você tem que lutar e acreditar
que a vitória chegará,
pois Jesus é teu escudo.
Então levante e use a sua fé
porque Jesus contigo é.
E nele você pode tudo.

Não pense que a vida acabou.
Só lembre que você é vencedor.
Você não é ungido pra perder.
Com Cristo é vencer ou vencer.
Não diga que a vitória nunca vem,
porque vitória pra você Deus tem.
Se o mar da vida em sua frente está,
Deus abre o caminho neste mar.
E você vai passar e cantar de lá:
Só o Senhor é Deus.
O mar vai se fechar e exterminar
os inimigos teus.

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domingo, 13 de dezembro de 2009

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Solidez



(...)
Perco-me em horizontes enlagrimados,
mas decidi pra sempre crer na luz!
Trago sol.

Frei Wálter Hugo de Almeida, OFM - Vila Velha/ES
Fonte: Folhinha do Sagrado Coração de Jesus

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Poema adormecido



Meu poema adormeceu
na estrada que não se vê.
Dói em mim a sua ausência.
Não sou mais eu sem você

Há opacidade
no olhar que já foi luz num dia vago.
Vago pela cidade.
Já não tenho mais a idade nem o brilho que seduz.

A cidade me espreita ou me ignora.
Não sei.
Talvez continue esperando
o sorriso de luz que acalma e desarma.
Pois os gritos de minh’alma,
na agonia da solidão,
se fazem ver na cara,
afastam aqueles que eu amo,
expressam apenas um não.

Há opacidade
na alma traduzida em teu olhar,
em meu olhar,
em nossa vida.

Sei que tudo irá mudar quando a estrada,
que ora não se vê,
transformar-se de novo em meu caminho
formado de fragmentos de luz.
Caminho mágico
que só aparece na manhã que me seduz:
quando os raios de sol
atravessam os espaços criados,
entrecortados pelas folhas da mata
do lado direito da rua direita
que me conduz à rua de pedras.

E agora
tua lágrima que rola
mostra que teu sentimento
não era tão grande assim.
E agora
minha lágrima que rola
vem provar que o que sinto
é um amor que não tem fim.

Sandra Medina Costa

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quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Haicai 11



No copo-de-leite
bebia feliz
o olor da dama-da-noite...

Sandra Medina Costa

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terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Autoapaixonamento



Eu me amo, eu me aceito,
eu me acolho por inteiro.
Pois Vós, meu bondoso Deus,
já o fizestes primeiro.


Ainda no ventre de mãe, que me acolhia incerta –
“seria menino ou menina?” – se perguntava inquieta.
“Com certeza era um menino e Rômulo” se chamaria.
Depois de três meninos e três meninas, outra opção não havia.

E Vós, meu glorioso Senhor,
acompanhava meu desenvolvimento
imprimindo em mim Teu amor, fé, dons e talentos,
que brotariam um dia na vida, quando fosse o melhor momento.

Hoje entendo um pouco melhor minhas tristezas e tormentos,
a sensação de abandono me traz lágrimas e lamentos.
Reconheço que agora, já passado tanto tempo,
ainda é possível tentar um autoapaixonamento.

Eu me amo, eu me aceito,
eu me acolho por inteiro.
Pois Vós, meu bondoso Deus,
já o fizestes primeiro.


E me mostrais através de vossos anjos
que houve um ventre materno
que me acolheu, aceitou e amou,
e que o mundo também me acolheu,
mas não sei se foi tão fraterno.

Sei que mais importante que isso
é eu me acolher, aceitar e amar,
pôr meus dons a Vosso serviço
e para sempre Vos adorar.

Sandra Medina Costa

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segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Acalanto de Mãe



Ó Mãe,
cuja tez de eterna matiz
me mostra que és uma rosa marrom.
A última vez que vislumbrei teu rosto em vida, chorei.
Não eras tu.
Só depois, vendo-a ali, deitada,
coberta de flores que eu mesma escolhera,
por sinal não eram rosas,
porque rosa só tu, deveras,
pude ver a suavidade de tua tez de eterna matiz.
Rosa marrom.
Me dize agora em tua inquebrantável fé,
no frescor de tão suave alma,
por que foi que te perdi? Quando é que aconteceu?
Em que parte de minha vida nosso laço de amor se rompeu?
O cordão fora cortado ao nascer, eu sei.
Voltasse de novo o tempo
e eu te amaria de novo.
Não sei explicar o porquê.
Mas sei que, apesar de tudo, Maria, rosa marrom,
cujo ventre me acolheu um dia,
eu mais ainda te amaria.
Quantas vezes me afastasses, mesmo assim eu te amaria.
Maria.
Ana.
Rosa.
Rosa marrom na tez de eterna matiz,
em teu ventre sei que fui feliz.
Nome de santa,
alma de mulher comum,
ventre de luz
a que o amor me conduz.
Eu só sei que te amaria.

Sandra Medina Costa

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domingo, 6 de dezembro de 2009

Dia do Casal



VOEM JUNTOS... MAS NUNCA AMARRADOS

Conta uma velha lenda dos índios Sioux, que uma vez, Touro Bravo, o mais valente e honrado de todos os jovens guerreiros e Nuvem Azul, a filha do cacique, uma das mais formosas mulheres da tribo, chegaram de mãos dadas na tenda do velho feiticeiro da tribo e falaram:
- Nós nos amamos e vamos nos casar. E nos amamos tanto que queremos um feitiço, um conselho, ou um talismã. Alguma coisa que garanta que poderemos ficar sempre juntos. Que nos assegure que estaremos um ao lado do outro até a morte.
O velho sábio, ao vê-los tão jovens, tão apaixonados e tão ansiosos por uma palavra, disse:
- Tem uma coisa a ser feita, mas é uma tarefa muito difícil e sacrificada... Tu, Nuvem Azul, deves escalar o monte ao norte dessa aldeia, e apenas com uma rede e tuas mãos caçar o falcão mais vigoroso do monte e trazê-lo com vida, até o terceiro dia depois da lua cheia. E tu, Touro Bravo, deves escalar a montanha do trono, onde encontrarás a mais brava de todas as águias. Somente com as tuas mãos e uma rede, deverás apanhá-la trazendo-a viva.
Os jovens abraçaram-se com ternura, e logo partiram para cumprir a missão recomendada. No dia estabelecido, na frente da tenda do feiticeiro, os dois esperavam com as aves dentro de um saco. O velho pediu que, com cuidado, as tirassem dos sacos, e viu que eram belos exemplares...
- E agora o que faremos? Perguntou o jovem. Nós as matamos e depois bebemos à honra de seu sangue? Ou cozinhamos e depois comemos o valor da sua carne? Propôs a jovem.
- Não! Disse o feiticeiro. Apanhem as aves e as amarrem entre si pelas patas, com essas fitas de couro. Quando estiverem amarradas, soltem-nas, para que voem livres...
O guerreiro e a jovem fizeram o que lhes foi ordenado, e soltaram os pássaros... A águia e o falcão tentaram alçar vôo, mas apenas conseguiram saltar pelo terreno. Minutos depois, irritadas pela incapacidade de voar, as aves jogavam-se uma contra a outra, bicando-se até se machucar. E o velho disse:
- Jamais esqueçam o que estão vendo... Este é o meu conselho. Vocês são como a águia e o falcão... Se estiverem amarrados, um ao outro, ainda que por amor, viverão arrastando-se e, cedo ou tarde, começarão a machucar-se mutuamente. Se quiserem que o amor entre vocês perdure... voem juntos... Mas nunca amarrados. Vivei juntos, mas que haja espaço na vossa junção... E que os ventos do céu dancem entre vós... Amai-vos um ao outro, mas não façais do vosso amor um grilhão... Que haja antes um mar ondulante entre as praias de vossas almas... Cantai e dançai juntos, e sede alegres, mas deixai cada um de vós estar sozinho, assim como as cordas da lira são separadas e, no entanto, vibram na mesma harmonia... Vivei juntos, mas não vos aconchegueis em demasia; pois as colunas do templo erguem-se separadamente, e o carvalho e o cipreste não crescem à sombra um do outro... Agindo assim, juntos estareis até que as brancas asas da morte dissipem vossos dias...

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sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Não perca tempo...



"A regra para todos nós é perfeitamente simples. Não perca tempo se preocupando se você 'ama' o seu vizinho; aja como se o amasse. Assim que passamos a agir desse modo, encontramos um dos grandes segredos. Ao se comportar como se amasse uma pessoa, em pouco tempo você passa a amá-la. Ao machucar uma pessoa de quem você não goste, você passará a antipatizá-la ainda mais. Ao fazer-lhe algum bem, você passará a antipatizá-la menos.”

C.S. Lewis, em Cristianismo Puro e Simples

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quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Morangos (por Roberto Shinyashiki)



por Roberto Shinyashiki

Um sujeito estava caindo em um barranco e se agarrou às raízes de uma árvore. Em cima do barranco havia um urso imenso querendo devorá-lo. O urso rosnava, mostrava os dentes, babava pelo prato que tinha à sua frente. Embaixo, prontas para engoli-lo, nada mais que seis onças urrando, tremendamente famintas.
Foi quando ele olhou para o lado e viu um morango vermelho, lindo, refletindo o sol. Num esforço imenso, apoiou seu corpo e pegou o morango. Ficou embriagado com sua beleza. Então, levou o morango à boca e se deliciou com o sabor doce e suculento. Foi um prazer supremo comer aquele morango tão gostoso. Talvez você me pergunte: mas e o urso? Dane-se o urso, coma o morango! E as onças?Azar das onças, coma o morango! Se ele não desistir, as onças ou o urso desistirão. Às vezes, você está com sua família ou seus amigos. Percebendo seu mau humor, alguém lhe diz: “Relaxe, aproveite o dia!”. E você, chateado, responde: “Como posso curtir o dia se amanhã vai ter um monte de ursos e onças querendo me devorar?”. Relaxe e viva um dia de cada vez. Coma os morangos.
Sempre existirão ursos querendo comer nossas cabeças e onças a arrancar nossos pés. Isso faz parte da vida e é importante que saibamos viver dentro desse cenário. Precisamos saber comer os morangos sempre. Problemas não impedem ninguém de ser feliz. Coma o morango quando ele aparecer, não deixe para depois. O melhor momento para ser feliz é agora. O futuro é uma ilusão que será diferente do que imaginamos. As pessoas vêem o sucesso como uma miragem. Visualizam metas e, quando as realizam, descobrem que elas não trouxeram felicidade. Então, continuam inventando outras metas que também não as tornam felizes. Vivem esperando o dia em que alcançarão algo que as deixará felizes. Elas esquecem que a felicidade é construída todos os dias. Lembre-se: a felicidade não é algo que você vai conquistar fora de você...

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terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A Floresta de Árvores Mágicas



Aproximava-se dezembro, o tempo do Advento, e os homens grandes das cidades grandes corriam afoitos, apressados para chegar a lugar nenhum. Desbaratados sob o sol escaldante que incendiava o asfalto, olhavam para as vitrines à procura de árvores coloridas e enfeitadas.
“Urge comprar logo”, dizia o homem a si mesmo, pois o vizinho já havia se antecipado e enfeitado a porta, as janelas, toda a casa. Eis que à sua frente, ali mesmo na esquina movimentada, um homem-sanduíche exibia uma grande placa: IMPERDÍVEL! VISITE A GRANDE FLORESTA DE ÁRVORES MÁGICAS E ADQUIRA JÁ A SUA! Cabeça a mil, seus ouvidos captavam em meio às buzinas, frases confusas... “É impossível não comprar!” “Satisfação garantida ou seu dinheiro de volta!” “Quer pagar quanto...?” Anotou rápido o endereço e seguiu direto para lá.
Atravessou a cidade até chegar a um grande galpão, portões enormes e a placa que anunciava: FLORESTA DE ÁRVORES MÁGICAS. Entrou. Viu diante de si uma imensidão de árvores de todos os tipos, cores, tamanhos, formas... coloridas, enfeitadas com bolas grandes e pequenas, sinos, flocos de algodão-isopor, estrelinhas brilhantes, bonequinhos de neve, papais-noéis agasalhadinhos de vermelho, caixinhas de presente, laços e fitas, milhões de luzinhas coloridas piscando sem parar, e, no ar, a música chamava.
Estupefato com tudo aquilo, dirigiu-se rapidamente ao balcão e encomendou a maior e mais brilhante, colorida e enfeitada árvore mágica que viu. Pagou e saiu logo dali, aliviado pela missão cumprida, mas inquieto por dentro.
Resolvera caminhar um pouco. Já era de tardezinha e não precisava mais correr. Ia cabisbaixo pela calçada, absorto em seus pensamentos, admirando os fragmentos de luz no chão. Os raios de sol que atravessavam a cerca de tela ao lado, tomada por vegetação rasteira e já quase transformada em cerca-viva, formavam na calçada um caminho de fragmentos de luz. Aquilo, sim, era mágico!
Aos poucos foi se sentindo acalmar, acostumando os ouvidos aos sons que vinham do outro lado da cerca. “Como podia aquilo, meu Deus?! São passarinhos, bem-te-vis que gritam ao longe...” Um cheiro doce de flores invadiu-lhe as narinas. Levantou os olhos e viu diante de si uma bela e frondosa árvore: estava em floração e suas pequeninas flores amarelas exalavam um perfume inebriante. Parou por alguns instantes para aproveitar melhor aquela sensação. Aquilo, sim, era mágico!
Seguiu seu caminho em paz.
Nos dias que se sucederam, o homem refez o caminho de fragmentos de luz. Encontrava a árvore, sorria. Já não corria mais sem rumo. Acompanhava a sua florescência, viu seus frutos. Estranho. Assemelhavam-se a cachos de uvas. Eram verdes e pareciam duros, sua casca, rugosa.
Chegara o Natal e ele não se conteve. Foi até lá ver a árvore e, qual não foi a sua surpresa! Os cachos, outrora verdes, haviam amadurecido e “explodido” suas sementes. Alguns pendiam agora nos galhos como cachos de flores secas, marrons, lindos. Aquilo, sim, era mágico!
Encontrara, finalmente, sua verdadeira Árvore de Natal!

Sandra Medina Costa

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A oração de DEZEMBRO



Pai e Mãe de bondade, estamos vivendo o Advento, à espera de tua chegada! Ensina-nos a manter-nos vigilantes à tua espera. Seja a fé e o amor profundos a romper os laços do egoísmo, criando no mais íntimo do nosso ser, espaço para te acolher. Com o coração de discípulo(a) possamos “olhar, considerar e contemplar” toda a vida de nossos povos e que, através de Maria, “lugar humano acolhedor da Palavra e do Espírito”, sejam marcados pela pessoa de teu Filho – raiz do tronco de Jessé, árvore de braços fortes, vida que cresce morrendo e revelando a ternura de Deus – , na alegria e na esperança de aguardar Jesus que vem... Amém.

Ir. Sônia de Fátima Marani Lunardelli, TCSF.
Fonte: Folhinha do Sagrado Coração de Jesus

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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Beijo nos olhos



Pálpebras semicerradas,
imperioso o sono chama.
Mas o amor na forma dos lábios
macios beijos ali derrama.
(...)

Sandra Medina Costa

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domingo, 29 de novembro de 2009

Haicai 10



Um círculo-íris!
Halo na manhã,
sopro divino no céu...

Sandra Medina Costa

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sábado, 28 de novembro de 2009

Carta de despedida



Ele esperou que a esposa adormecesse e, suavemente, se levantou. Por precaução não acendeu a luz do abajur. “Vai que a mulher acorda?!” Tateou a gaveta do criado à procura de uma caneta. O bloco de papel ficava sempre próximo ao telefone. “Pronto!”
Sentou-se devagar frente à penteadeira e, ali, às escuras, escreveu a longa carta de despedida. Não achava justo sair assim, sem deixar uma explicação. Não tivera coragem de falar cara a cara com a esposa.
Há tempos conhecera Dolores – mulher de pecados, e por ela se apaixonara. Agora fugiriam para longe. Ele estava perdido de amores pela Dolores.
Saiu sorrateiro pela porta dos fundos, qual ladrão de vidas alheias. Levava consigo apenas o velho guarda-chuva e a roupa do corpo. Deixava para trás um passado insosso vivido com Maricotinha e seis filhos. A mesmice do dia a dia já transformara tudo em paisagem.
João agora sonhava com Dolores – mulher-dama, senhora de muitos amores. Ia montar casa para elas lá pras bandas do norte. Pensava. Sorria-lhe a sorte.
O sol já ia alto quando Maricotinha acordou. Sobre o móvel viu uma folha de papel em branco e a caneta sem tinta...

Sandra Medina Costa

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sexta-feira, 27 de novembro de 2009

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Cristo Rei Menino (Ir. Lenice)



SOLENIDADE DE CRISTO REI (domingo, 22 de novembro)
Irmã Lenice Echamendi – Comunidade Sto. Agostinho de Mapinhane

Moçambique

Neste domingo, a Igreja celebra a solenidade de Cristo Rei e, assim, encerra o Ano Litúrgico.
Por que encerrar o ano litúrgico, reconhecendo Cristo como Rei? Rei de quem? Quem são verdadeiramente os súditos desse Rei?
O conceito de rei designa aquele que exerce poder absoluto e o conceito de súdito designa aquele que obedece.
Mas será que Jesus Cristo, sendo Rei, exerce poder absoluto sobre nós? Acredito que não, pois Ele nos dá liberdade de reflexão e decisão. Não somos meros súditos, mas colaboradores do nosso Rei. Para reconhecermos Cristo, como Rei de nossa vida, é necessário primeiro deixá-lo reinar, deixar que Ele seja o Absoluto e não o último, ao qual recorremos para que nos ajude a sair dos problemas, que buscamos por conta da nossa liberdade mal administrada.
Como ser um súdito? Penso que a resposta está na dinâmica apresentada no ano litúrgico. Se a Igreja encerra o ano litúrgico, declarando Jesus Cristo como Rei, é natural que também o inicie igualmente, pois o primeiro domingo do advento (início do ano litúrgico) nos insere na preparação para o nascimento, o surgimento do Rei menino, rei não somente do povo judeu, mas de todo o universo. Jesus vem nos ensinar que um grande reinado começa na pequenez e na simplicidade de uma criança. E quem são os seus súditos, que se dobram aos seus pés para adorá-lo, senão os grandes reis sábios do seu tempo, os humildes pastores, os seus pais e até os animais? Aquele estábulo sagrado teria mesmo o aspecto de um rico palácio?
O nascimento do Rei menino é uma troca sagrada: o Rei menino que vai aprendendo com o humano a exercer o seu reinado e o humano aprendendo com o Rei a ser verdadeiramente humano. Para ser rei (grande) faz-se necessário ser servo (o menor entre todos). Celebrar a majestade de Jesus é celebrar a nossa servidão, não no sentido de escravidão, pois o escravo é cativo, mas como servos livres.
Só podemos declarar Jesus como nosso Rei, se realmente nos comportarmos como súditos, como servos fiéis.
Que a festa de Cristo Rei nos ajude a iniciar um novo ano litúrgico, reconhecendo e fazendo de Jesus o Rei soberano de nossa vida.
Se existem um rei e os seus súditos, também existe um reino. Qual é e onde está o Reino de Deus tão anunciado por Jesus? Reino este que se deixa levedar como o fermento e florescer frondosamente como a semente de mostarda?
Estamos já a viver nesse Reino ou ainda sonhamos com o reino encantado fruto da nossa imaginação? O Reino de Deus está presente entre nós, está aí no meio da diversidade de reinados: o da destruição, dominação, desigualdades... e nós, às vezes, nos perdemos, querendo servir a um e a outro, servir a dois ou mais senhores. O “Reino de Deus” é uma das entidades teológicas designadas como “já e ainda não”.
O advento traz consigo o espírito do Natal: solidariedade, gratuidade, reconciliação, partilha, reconhecimento, expressões de alegria, fé e amizade. E o que são todas essas expressões senão valores do Reino? Em outras palavras, são o grande tesouro que escondemos dentro de nós durante quase todo o ano, e como o despontar da primavera deixamos florescer especialmente no Natal. Por que não viver esse espírito todo o ano e em todas nossas atitudes?
O Reino de Deus já está entre nós, mas ainda não estamos preparados para vivenciá-lo plenamente. Fiquemos, portanto, com a mensagem central do advento:

“Eis que vem o nosso Rei, Cristo Senhor,
que João anunciou como
o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”.


VIVA O REI DO UNIVERSO!!!
VIVA O REI MENINO!!!
VIVA O REINO DE DEUS!!!


[imagem reflejosdeluz.net]

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Milho de pipoca



Rubem Alves

A transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação por que devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser. O milho de pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho de pipoca somos nós: duros, quebra dentes, impróprios para comer.
Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo. Milho de pipoca que não passar pelo fogo continua a ser milho de pipoca para sempre.
Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosas. Só elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor. Pode ser o fogo de fora: perder um amor, ficar doente, perder o emprego, ficar pobre. Pode ser o fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, sofrimentos cujas causas ignoramos.
Há sempre o recurso do remédio. Apagar o fogo. Sem fogo, o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação.
Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pensa que sua hora chegou: vai morrer. Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo a grande transformação acontece: BUM! E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente que ela mesma nunca havia sonhado.
Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar. São aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. A sua presunção e o medo são a dura casca que não estoura. O destino delas é triste. Ficarão duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca e macia. Não vão dar alegria para ninguém.
Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela, ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo.
E você, o que é? Uma pipoca estourada ou um piruá?
Rubem Alves

"... o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas - mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam. Verdade maior. É o que a vida me ensinou."
Guimarães Rosa

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sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Água na terra dos pés



Sola dos pés.
Pontos vitais.
Todo o corpo ali se encontra.
Pés no chão.
Contato com a terra.
Toda a vida ali se encontra.

Carinho do toque
no pêlo do cachorro.
Energia da terra
no toque dos pontos vitais.

“Não fique descalça!” “E se pisar num prego enferrujado?! Dá tétano! Morre! Tem que tomar injeção! E dói demais!”
“Não entre na enxurrada!” “Pode ter caco de vidro e cortar o pé! E se vier uma cobra?!”

Pés sempre cobertos.
O prazer de pisar na terra enlameada
pela enxurrada depois da chuva,
não pode!

Água na terra, água nos pés.

(Não me ocorre se, antigamente, bem antigamente, havia tanta preocupação com os pés descalços...)

Penso na alegria do meu cachorro
e agora o entendo.
Ele teve o melhor de mim:
coração, olhos... ao alcance dos meus pés.
Também compreendo sua alegria
após o banho, a correria
pelo quintal de terra,
a despeito de nossos gritos.

Agora,
não mais sentir o pêlo quente do cachorro,
suas costas, dorso, cabeça, barriga,
através da sola dos meus pés.
Agora,
não mais aquela terra boa,
vermelha, enlameada, lisa,
os pés mergulhando na água barrenta,
os pés deslizando com suavidade
na idade suave dos meus sete anos.

Penso na felicidade da terra.
“Do pó viemos. Ao pó voltaremos.”
A força da gravidade.
A força da fé.
Daí, o prazer dos pés no chão,
a revitalização dos pontos vitais.
Um dia, o corpo inteiro...

(...)

Doloridos,
doentes,
cansados,
feridos,
os pés talvez sintam a falta da terra.
Eles não se acostumam mais aos cremes
esfoliantes,
hidratantes,
desodorizantes,
nem à borracha das sandálias
que não deformam nem soltam as tiras,
recusam o falso couro dos sapatos
e declaram guerra aos 98% poliamida + 2% elastano + 0% algodão
das meias soquetes.

Surgem as rachaduras, a sequidão,
tal qual acontece com o leito dos rios que vão se quebrando,
esturricando, secando,
perdendo vida.

Água na terra é vida.
Água (e terra) nos pés, também.

Sandra Medina Costa

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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Um verdadeiro amigo



Um verdadeiro amigo desabafa-se livremente, aconselha com justiça, ajuda prontamente, aventura-se com ousadia, aceita tudo com paciência, defende com coragem e continua amigo para sempre. (William Penn)

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Marcante e pontual



A velhice não atrasa.
Traz dor, celulite,
Calor, menopausa.

Sandra Medina Costa

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quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Verdades para o Natal



Quando chega o Natal,
só se escuta uma canção:
as suas notas falam de paz
e seu ritmo é de amor.

Porque o mundo espera
um amanhã melhor.
Porque o homem acredita
na mão de Deus.

Quando Deus veio ao mundo,
a pobreza foi seu pão,
a humildade foi seu poder
e o amor, a sua verdade.
Quando o homem pensa em Deus,
nascem sonhos de bondade
e renasce a esperança
da felicidade.

Porque o mundo espera
um amanhã melhor.
Porque o homem acredita
na mão de Deus.

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terça-feira, 17 de novembro de 2009

Monstro



Cabeça de cebola.
Boca de fumo.
Dente de alho.
Língua de sogra.
Olho do furacão.
(Ouvidos moucos para sons roucos).
Braço de rio.
Braço de mar.
Mão de obra.
Dedo de prosa.
Perna de cadeira.
Pé de cabra.
(Pés descalços, passo em falso)

Sandra Medina Costa

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domingo, 15 de novembro de 2009

A amizade



"A amizade verdadeira é algo que não compramos, não vendemos, não medimos, ou sequer podemos comparar com coisa mensurável. É construída ao longo do tempo, com atitudes imbuídas dos melhores sentimentos."

[Fonte: web]

sábado, 14 de novembro de 2009

Prendedor de roupa



Prendedor de roupa é bicho doido:
só depois que a roupa suja é lavada,
ele “segura as pontas”.

Sandra Medina Costa

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sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Fausto



“... pois é a partir da grandeza e da beleza das criaturas que, por analogia, se conhece o seu autor.” (Sb 13,5)

Foi através de você, feito à imagem e semelhança de Deus,
que aprendi a ver a beleza escondida
nas coisas simples, nas pessoas, na Natureza.
as flores do jardim da casa da Vovó Rosa,
minha saia rodada e colorida,
as luzes do bairro, à noite, visto do alto,
a música tocada nas barraquinhas da igreja...
brincar no parque com “Dada” e “Papo”,
o colo, o sono, o cocô na cuequinha, a ducha no parque,
o balanço, o picolé, o passeio...
as cantigas inventadas,
as histórias sem pé nem cabeça...
o sabonete Darling com marquinhas de dente... guardo-o até hoje.
Foi com você que exercitei o meu amor de mãe, antes de ser mãe de verdade.
Você, o melhor irmão de meu filho; Lívia, a melhor irmã de meu filho. (Sabe o que ele me disse nesta semana? “Graças a Deus, mãe, que na minha infância as festas dos meus aniversários sempre foram comemoradas junto com o aniversário do Fausto! Tive o meu irmão comigo em todas elas. Sozinho não teria graça. Obrigado, meu Deus!”)
Seu nome, muito bem escolhido, tem a bênção de Deus. Li em algum lugar que “significa feliz e indica uma pessoa amistosa, dócil e afetuosa, que está quase sempre bem-humorada e se mostra muito sociável; costuma ter muito sucesso na vida”.
Melhor para nós, melhor para o mundo. Você existe!
Feliz Aniversário!

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quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Perdoar é assumir a responsabilidade pelo que você sente



Perdoar é assumir a responsabilidade pelo que você sente.
Perdoar é diferente de esquecer. Quem perdoa não fica preso ao passado

Por Emilce Shrividya Starling

Segundo a filosofia do yoga, o perdão é um dos caminhos do dharma - dever. É uma grande virtude que abre o caminho da luz. É uma bênção tanto para quem recebe como para quem concede.
Aquele que perdoa e não guarda rancores em seu interior, experimenta despreocupação e a leveza da alegria.
A capacidade de perdoar não acontece facilmente ou rapidamente. É uma virtude que precisa se cultivada por muito tempo. Você precisa ter muita força interior que vem da sabedoria e do amor de seu coração.
A oração, a contemplação e a meditação purificam o coração e a mente e auxiliam a sentir o perdão.
O perdão é um ato do coração e faz você experimentar o amor de seu próprio interior. Ele libera a dor, o ressentimento que você carregou como um fardo que feria a você mesmo e aos outros. Você deixa de ser vítima de quem lhe prejudicou.
Torna-se mais fácil perdoar quando você não multiplica as ofensas, não guarda mágoas e nem permite que a dor cresça em seu coração se relembrando do que lhe fizeram ou do que aconteceu.
É difícil perdoar quando você reage agindo da mesma maneira, revidando as provocações, as afrontas e magoando também a outra pessoa.
É preciso se lembrar que tudo que você pensa, fala e faz cria seu próprio mundo. Deste modo, ao criar dor para a alguém você está criando sofrimento e inquietude para si mesmo.
Quando uma pessoa nutre pensamentos rancorosos, esses pensamentos tendem a se acumular gerando tensões, insônia, agitação, destruindo sua própria paz mental.
A raiva e o ódio são emoções que tendem a se agravar e a crescer se deixados sem controle. São nossos verdadeiros inimigos.
Você pode até achar que sente aliviado ao responder da mesma maneira, mas você se esquece que está gerando sofrimento para si mesmo. Você não percebe que essas emoções destrutivas queimam você por dentro, tiram sua paz e alegria.
Para superar essas emoções destrutivas, você precisa cultivar a paciência e a tolerância.
Como diz Dalai Lama, no livro A Arte da Felicidade: "um produto da paciência e da tolerância, é o perdão. Quando somos realmente pacientes e tolerantes, o perdão surge espontaneamente".
O perdão é uma escolha. É recuperar seu poder, é assumir a responsabilidade pelo que você sente.
O perdão é para sua própria cura porque você não gasta energia desnecessária sentindo raiva e sofrimento em relação a coisas sobre as quais você não pode mais mudar e não têm poder.
Muitas pessoas não entendem que quem perdoa é o mais beneficiado e teimam em afirmar que o outro não merece seu perdão. Mas, agindo assim, elas estão apenas criando uma montanha de dor para elas mesmas.
Analise os acontecimentos negativos no passado e reconheça que passado é passado e que nada vai mudar esses acontecimentos. Perceba que não adianta guardar ressentimentos, pois isto apenas perturba sua mente criando infelicidade para você.
Perdoar não é esquecer algo doloroso que aconteceu. Perdoar e esquecer são coisas diferentes. Você pode até se lembrar desses acontecimentos, mas o importante é abandonar os sentimentos negativos relacionados a esses acontecimentos. Ao perdoar você não fica preso ao passado.
O perdão é a energia do amor que nos liberta.
Entenda o valor do perdão. Compreenda que perdoando você pode melhorar sua saúde física e mental. Você se liberta das amarras das mágoas e experimenta a leveza do coração.
Perdoando você está sendo gentil com você mesmo e reconhecendo a bondade de sua alma. Você experimenta tranquilidade da mente, sente entusiasmo e vive melhor seu momento presente.
Gosto muito de uma Oração do Perdão de Masaharu Taniguchi:

"Eu lhe perdôo e você me perdoa.
Eu lhe amo e você me ama.
Eu e você somos uma só pessoa perante Deus.
Oro sinceramente pela sua felicidade.
Seja cada vez mais feliz.
Obrigado Deus, muito obrigado."


Esta oração é muito poderosa e produz efeitos imediatos em você e nas outras pessoas. Mesmo que você comece a orá-la, sentindo ainda muita raiva, apenas o fato de rezar, de abrir seu coração, vai libertando você e os outros também.
Pessoas de difícil convívio em nossos relacionamentos nos ajudam a desenvolver todas estas virtudes: paciência, tolerância, perdão, compaixão e compreensão. São como termômetros para nós, pois através delas vamos nos autoconhecendo, descobrindo o quanto já evoluímos e o quanto ainda precisamos dissolver a raiva em nosso coração.
E entenda que para perdoar você não precisa conviver com a pessoa. O importante é orar sinceramente para que ela seja feliz. Tanto quem perdoa como quem é perdoado é beneficiado com o perdão.
Alimente a força do perdão. E experimente como essa virtude abençoada fortalece você e o ajuda a superar as dificuldades.
Lembre-se de Deus e sinta como o poder do perdão é uma verdadeira alquimia curando e transformando você. Fique em paz!

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quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Filho predileto



Certa vez perguntaram a uma mãe qual era seu filho preferido, aquele que ela mais amava.
E ela, deixando entrever um sorriso, respondeu:
- Nada é mais volúvel que um coração de mãe. E, como mãe, lhe respondo: o filho dileto, aquele a quem me dedico de corpo e alma...

É o meu filho doente, até que sare.
O que partiu, até que volte.
O que está cansado, até que descanse.
O que está com fome, até que se alimente.
O que está com sede, até que beba
O que está estudando, até que aprenda.
O que está nu, até que se vista.
O que não trabalha, até que se empregue.
O que namora, até que se case.
O que casa, até que conviva.
O que é pai, até que os crie.
O que prometeu, até que se cumpra.
O que deve, até que pague.
O que chora, até que cale.

E já com o semblante bem distante daquele sorriso, completou:
O que já me deixou... até que o reencontre.

Sérgio Zambiasi

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terça-feira, 10 de novembro de 2009

Trigo



Jesus propôs-lhes outra parábola: O Reino dos céus é semelhante a um homem que tinha semeado boa semente em seu campo.
Na hora, porém, em que os homens repousavam, veio o seu inimigo, semeou joio no meio do trigo e partiu.
O trigo cresceu e deu fruto, mas apareceu também o joio.
Os servidores do pai de família vieram e disseram-lhe: - Senhor, não semeaste bom trigo em teu campo? Donde vem, pois, o joio?
Disse-lhes ele: - Foi um inimigo que fez isto! Replicaram-lhe: - Queres que vamos e o arranquemos?
- Não, disse ele; arrancando o joio, arriscais a tirar também o trigo.
Deixai-os crescer juntos até a colheita. No tempo da colheita, direi aos ceifadores: arrancai primeiro o joio e atai-o em feixes para o queimar. Recolhei depois o trigo no meu celeiro.
S. Mateus 13.24-30


Hoje, dia 10 de novembro, descobri que é o Dia do Trigo.
Fiquei feliz. Não poderia haver data melhor para você, meu filho, ter nascido.
O sentido principal contido na palavra Trigo é TOLERÂNCIA e, decorrentes dela, a paciência, a esperança... O TRIGO é O BEM.
Sei que, com a bênção de Deus, em sua vida prevalecerão sempre a justiça, a honra, a verdade.
Infinitas bênçãos Deus lhe conceda.

Beijos de sua mãe
Sandra.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Na Paz do Universo...



No horizonte,
em silêncio,
o Sol desponta
e beija a face
do primeiro
que encontra.

Segue adiante
iluminando,
na certeza
de fazer bem
o seu papel
na Natureza.

À tardezinha
o seu silêncio
continua.
Ele se põe
pra dar lugar
à linda Lua –

que, sem barulho,
vai surgindo
altaneira.
Clareia o céu
e reina frente
a mil estrelas.

É assim a paz que reina
no Universo de meu Deus:

a água que evapora,
a nuvem grande no alto,
a chuva que vem serena
caindo sem sobressaltos,
o vento que sopra suave,
o ar que enche os pulmões,
o fogo que arde tão quieto,
o amor... nos corações.

Sandra Medina Costa

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sábado, 7 de novembro de 2009

A chave certa



Sonhos de ontem.
Chaves.
A chave certa para a porta certa.
Eu num cubículo, quadrado; quatro paredes;
cada parede era uma porta com uma fechadura.
A chave abria a porta que dava acesso a outro cubículo quadrado,
igual ao anterior, e, assim, sucessivamente,
até chegar à última (e certa!) porta que conduzia à liberdade – um amplo espaço que lembrava o andar térreo ou subsolo de um prédio.
Enfim, o ar de liberdade respirado.
Mas eu não estava só.
Lembro-me de Neide, Sônia e mais uma ou duas pessoas.
Cada um de nós deveria passar pelo mesmo processo e nos encontrarmos naquela saída.
(...)
Flashes de sonhos que não sei quando sonhados.
Imagens, cenas, pessoas conhecidas ou não.
Não há uma sequência de tempo.
(...)
Viagens de trem, ida, volta.
Barrancos.
Águas cristalinas. Mar.
Suavidade e descanso para os pés na água.
Noutra cena, altas ondas, revoltas, violentas – tsunami (?) –
e eu e mais alguém vendo de longe, protegidos, assistindo à arrebentação;
a água vindo alta, rumorosa, violenta...
(...)
Viagens no alto do morro.
A cidade no morro.
Subidas íngremes, difíceis.
Lá do alto a visão da cidade.
É noite.
(...)
Portas.
Chaves.
Fuga.
Águas calmas.
Águas violentas.
Córregos.
Natureza.
Trem.
Noite.
Desafios.
Passagens difíceis até encontrar o refrigério da alma.
Sentar no chão, na pedra grande, molhar os pés na água cristalina.

Sandra Medina Costa

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