sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Poema adormecido



Meu poema adormeceu
na estrada que não se vê.
Dói em mim a sua ausência.
Não sou mais eu sem você

Há opacidade
no olhar que já foi luz num dia vago.
Vago pela cidade.
Já não tenho mais a idade nem o brilho que seduz.

A cidade me espreita ou me ignora.
Não sei.
Talvez continue esperando
o sorriso de luz que acalma e desarma.
Pois os gritos de minh’alma,
na agonia da solidão,
se fazem ver na cara,
afastam aqueles que eu amo,
expressam apenas um não.

Há opacidade
na alma traduzida em teu olhar,
em meu olhar,
em nossa vida.

Sei que tudo irá mudar quando a estrada,
que ora não se vê,
transformar-se de novo em meu caminho
formado de fragmentos de luz.
Caminho mágico
que só aparece na manhã que me seduz:
quando os raios de sol
atravessam os espaços criados,
entrecortados pelas folhas da mata
do lado direito da rua direita
que me conduz à rua de pedras.

E agora
tua lágrima que rola
mostra que teu sentimento
não era tão grande assim.
E agora
minha lágrima que rola
vem provar que o que sinto
é um amor que não tem fim.

Sandra Medina Costa

[imagem da web]

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