O amor é meu peso, é ele que me conduz pelo solo sagrado. O Amor é meu amparo, meu refúgio consolador. Sou manhosa e, por isso mesmo, filha de rosa com pescador. Gosto do mar, de amar, de sonhos e do amor.
terça-feira, 30 de setembro de 2014
segunda-feira, 29 de setembro de 2014
domingo, 28 de setembro de 2014
sábado, 27 de setembro de 2014
sexta-feira, 26 de setembro de 2014
CASCA
Na casca do tronco
Da árvore do ponto
Do ônibus que espero
Vejo a vida desenhada
Pés sofridos na calçada
Retrato do desespero
Da árvore do ponto
Do ônibus que espero
Vejo a vida desenhada
Pés sofridos na calçada
Retrato do desespero
Sandra Medina Costa
quinta-feira, 25 de setembro de 2014
Não serei
“Não serei o poeta de um mundo caduco”,
pois, se antigamente, jogava-se
pedras na lua,
hoje, em nome da ciência crua,
provoca explosões na mesma algum
maluco.
Tampouco serei salvador da pátria,
com gestos de uma grandeza nobre
e o irmão cada vez mais pobre...
“... tenho mátria e quero frátria”.
Não serei pedra de tropeço. Já fui
alicerce, pilar,
fui ponte, fonte de arrimo, motivo de
riso e destino.
Disso não mais preciso. Sou pedra de
recomeço.
Se mudo, não envelheço.
Não sou mais dona da verdade,
nem a marionete do jogo, ou a mão do
gato no fogo
a tirar a pipoca caída num dos
revezes da vida.
Vou viver a fundo o meu dia, antes
que seja tarde.
Sandra
Medina Costa
(Ref.:
“Não serei o poeta de um mundo caduco” – C. D. Andrade; “... tenho mátria e
quero frátria” – C. Veloso.)
quarta-feira, 24 de setembro de 2014
terça-feira, 23 de setembro de 2014
segunda-feira, 22 de setembro de 2014
No espinho do limoeiro
Juvenil
era um homem apressado
mas,
também, nem um pouco cuidadoso.
Trabalhava
duramente no roçado
e,
à noitinha, retornava ansioso.
Dia
desses, ao voltar pra sua casa,
no
caminho ele ia tão ligeiro,
distraído,
tropeçou numa pedrinha
e
caiu bem em cima de um limoeiro!
- Ui! Ai! Ui! Ai! Ui! – gritou o Juvenil.
Saindo
esbaforido e todo arranhado,
não
viu que num espinho do pé de limão
seu
grande olho esquerdo ficara enganchado.
Ao
chegar esbravejando em sua casa,
percebeu
uma estranha curiosidade:
para
onde quer que Juvenil olhasse
só
enxergava as coisas pela metade!
- Mulher, Mulher! O que tá acontecendo?!
- Ô coitado do meu Juvenil! Que dó!
É
que você, marido destrambelhado,
chegou
aqui em casa com um olho só!
Juvenil
correu até o limoeiro
e
pegou seu olho que estava grudado.
Bem
depressa, ele pôs o olho na cara.
Distraído,
não viu que ficou virado.
De
volta à casa, se assustou novamente
e
a mulher logo lhe deu um esculacho.
Agora
tudo o que Juvenil olhava
enxergava
de cabeça para baixo!
Sandra Medina Costa
domingo, 21 de setembro de 2014
sábado, 20 de setembro de 2014
sexta-feira, 19 de setembro de 2014
quinta-feira, 18 de setembro de 2014
quarta-feira, 17 de setembro de 2014
Musiquinha para o Duque
Duque tem uma
pedrinha
Uma pedrinha
de estimação
Que ele
carrega
Para um lado
e para o outro
E afia os
dentes, deitado no chão.
Eita,
cachorro sapequinha!
Que late,
pula e gosta de pão.
Gosta de
comer
Sua ração
sempre fresquinha.
Se tem
formiga, ele não come, não!
Duque ronca quando dorme!
Duque chora só de manha!
Toma banho de mangueira!
Duque tem um latidão!
Sandra
Medina Costa
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terça-feira, 16 de setembro de 2014
segunda-feira, 15 de setembro de 2014
domingo, 14 de setembro de 2014
Braziu
Metalinguística mente...
Metalinguística língua...
Metalinguisticamente,
usar a língua
pra falar da língua.
Braziu.
Metalíngua!
Sandra Medina Costa
sábado, 13 de setembro de 2014
sexta-feira, 12 de setembro de 2014
quinta-feira, 11 de setembro de 2014
Tesouro nas mãos
“Quando
se crê em Deus,
não
há cotidiano sem milagres.”
(Nikos Kazantzakis)
Isabel Cristina, assim como todos os
bebês, nascera divinamente com as mãozinhas fechadas. Trazia ali todas as
bênçãos que o Senhor lhe encarregara de distribuir quando aqui chegasse.
A sua mãe, sempre intrigada com
aquelas mãozinhas tão meigas e fechadinhas, acariciava-as, puxava-lhe os
dedinhos e dizia à Isabel Cristina com carinho:
-
Que lindas mãozinhas, minha filhinha! Parecem duas conchinhas! O que elas tem
de tão precioso, que seguras tão veemente?
E a menina sorria, pois sabia do
grande tesouro que consigo trazia. Ela esperava ansiosa que sua mãe amorosa
logo o descobrisse. Para isso, a mãe de Isabel Cristina, assim como todas as
mães do mundo, teria que fazer um gesto mágico...
Numa bela manhã de sol, a mãe tomou
nos braços a menina e, de novo, falou:
-
Que lindas mãozinhas, minha filhinha! O que de tão precioso tem, que seguras
assim tão firme, meu bem?
Dito isto, acariciou-lhe de novo as
mãozinhas, puxando-lhe os dedinhos e naquelas macias “conchinhas” depositou
doces beijinhos! E o milagre, então, aconteceu! Milhares de bênçãos inundaram o
quarto, a casa, a família, os amigos, o mundo...
Hoje Isabel Cristina, aquela doce
menina, cresceu, virou gente grande, não se lembra mais desta história.
Casou-se e tem um filho amado – Saulo. Ela não entende por que, todas as
manhãs, beija-lhe as mãos carinhosamente e se sente como se atendesse aos
apelos do coração.
(...)
Ainda existe muita gente por aí, levando
a vida com os punhos cerrados, sem estender a mão ao próximo, indiferentes aos
apelos de amor e de fraternidade. Não receberam o gesto mágico de seus pais
quando nasceram, e o tesouro se perdeu. Não receberam os doces e mágicos beijos
em suas mãos, que libertariam o grande tesouro: as bênçãos que o Senhor lhes
encarregou de distribuir ao mundo.
Sandra
Medina Costa
quarta-feira, 10 de setembro de 2014
terça-feira, 9 de setembro de 2014
segunda-feira, 8 de setembro de 2014
domingo, 7 de setembro de 2014
O óbvio e o escuro
É
óbvio que tenho medo do escuro.
O
óbvio tem a capacidade
de
ficar mimeticamente escondido.
Por isso tem que ser dito.
Para
ser esclarecido.
O
que há nele?
O
que me impede de acender a luz?
- O gesto é simples, mãe! Basta isso:
apertar o interruptor, para cima ou para baixo.
Simples.
Simples assim.
- Mas tem que ser no seu tempo, mãe.
Você determina a hora de apertar o interruptor.
Faça-se
a luz!
E
a Luz foi feita.
E
a Luz era o Verbo.
E
o Verbo habitou entre nós.
Escuro.
O
medo que existe.
É
lá no escuro,
não
no futuro,
que
habita o medo.
O
medo é degredo.
Degredo
é prisão.
Ausência
de luz.
Escuridão.
Busco
pela memória
longínquas
lembranças
do
escuro que me apavora.
Terá
sido algum castigo?
Terei
corrido perigo?
Gritei.
Ninguém me ouviu.
É
no escuro que habita o imponderável.
A
noite que chega
traz
com ela grandes mistérios
e
o poder de tornar maior todas as dores,
ainda
que também seja cúmplice
de
certos e eternos amores.
Na
escuridão do meu inconsciente
há
medo,
há
choro,
há
dor,
há
desamparo.
Na
escuridão do meu inconsciente,
o
medo paralisa,
a
voz é fraca,
o
raciocínio é lento.
Não
alcanço o interruptor.
- É simples, mãe. É só fazer isso:
levantar-se, mover-se!
Sair
da inércia.
Chegar
até o interruptor.
Acender
ou apagar a luz, tanto faz.
Importa
a Luz maior que está dentro de mim, desde sempre.
Essa
Luz...
você
já sabe,
é
Jesus.
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Lua da independência
Lua da independência
Em teu brilho no escuro céu
Mostra-nos a liberdade
Que a gente teve e perdeu
Sandra Medina Costa
sábado, 6 de setembro de 2014
LUA
A lua só é plena,
cheia, formosa e bela,
quando recebe serena
a luz que não é a dela.
Palavras que não são
minhas,
em sonhos herdados de
alguém,
brotam limpas em mãos e
linhas,
voam longe pra mais além.
Sandra
Medina Costa
sexta-feira, 5 de setembro de 2014
quinta-feira, 4 de setembro de 2014
quarta-feira, 3 de setembro de 2014
terça-feira, 2 de setembro de 2014
segunda-feira, 1 de setembro de 2014
Cantiga o vento
A brisa que
vem de longe
chega suave
cantiga leve
move as
cortinas
invade a sala
passeia pelo
meu rosto
beija-me a
face
seca-me as
lágrimas
A brisa que
vem não sei de onde
cantiga suave
na minha
janela
me chega aos
ouvidos
me deixa feliz
(só não
consegue acabar com o zumbido
que incomoda
no ouvido esquerdo...)
A brisa
cantiga
e ao cantar
suaviza
a leveza da
alma.
Pois é
próprio da brisa
encantar o
momento
em que é
sentida.
Cantiga do
vento.
Cantiga da
vida.
O ouvido.
O vento.
O zumbido.
O lamento.
Cantiga o
vento.
Cantiga a
vida.
Sandra
Medina Costa
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