quarta-feira, 30 de setembro de 2015

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Saudades de você, pai


Ainda me lembro,
Lá longe na infância...
Minha mão tão pequena
Junto à sua, na ânsia
De conseguir socorro
Pela queda no balanço.
O corte doía.
O vento era manso
E secou rápido o choro.
Hoje não caio mais.
Sua lembrança é meu amparo.
Saudade de você, pai.


Sandra Medina Costa

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

domingo, 27 de setembro de 2015

A lua, superlua

Superlua de véspera
Já prenúncio de rara beleza
Bendita natureza!
Superlua de hoje
pronta pro eclipse.
Romântico isso.

sábado, 26 de setembro de 2015

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

No Recanto dos Peixes


A ponta
da seta
aponta ao alto o meu norte.
A cruz
da capela
tremula
(que sorte!)
tão bela
nas águas.
Reflexo
de luz.


Sandra Medina Costa
Recanto Santo Agostinho – Mário Campos/MG

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Primavera


Um ponto, uma vírgula


Bruna Moreira

Era uma vez um ponto. Era uma vez uma vírgula. O ponto, firme e conclusivo. A vírgula, entrecortada e cheia de pausas. Um dia, se esbarraram em uma frase. Ela olhou meio incerta. Ele olhou nos olhos. A vírgula não sabia como agir, tinha se perdido entre as palavras. O ponto não queria que aquela frase tivesse um final. E assim ficaram. Ela já havia se embaraçado entre verbos, substantivos, artigos e afins. Ele se declarou. Foi direto ao ponto. A vírgula enrolou, demorou a dizer o que tinha que falar. Ele então tomou a iniciativa:
– Eu te amo vírgula e não quero colocar um ponto final nessa frase.
A vírgula, envergonhada disse-lhe:
- Esse tempo todo eu fiquei esperando você.
O ponto com toda a sua finalidade declarou:
- Quero você ao meu lado. Entre tantas vírgulas é com você que eu quero dar o meu ponto final.
Ao ouvir essas palavras, a vírgula, cheia de tantas pausas foi ao ponto:
- Casa comigo?
O ponto, todo emocionado, com a fala pausada lhe diz:
- Sim, aceito.
Depois de algum tempo, a vírgula se juntou ao ponto. Todos compareceram ao casamento. As interjeições, os verbos, as conjunções, os artigos. Era tanta gente que quase não cabia na gramática.
A ortografia não se demorou no casório. Tratou de juntar aquele ponto com a vírgula. A festa foi tamanha. Todos os acentos comemoravam a união. Até o Til da vírgula que achava o ponto “curto e grosso” parabenizou o casal.
Após muitos pretéritos perfeitos o casal “ponto e vírgula” tiveram seus filhinhos – várias reticências, para a felicidade do papai ponto.
E assim termina a história
E novas histórias virão
Pois há várias vírgulas e pontos espalhados neste mundo.
Essa não é mais uma história de amor,
Essa é a história de amor
Entre um ponto,
E uma vírgula.


Fonte: http://www.opovo.com.br/app/jornaldoleitor/noticiassecundarias/cronicas/2014/02/17/noticiajornaldoleitorcronicas,3208000/um-ponto-uma-virgula.shtml

A VOLTA DO GUERREIRO


Os homens que voltaram da guerra traziam feridas e pesadelos. Encontraram suas amadas indiferentes. Passara tanto tempo que algumas nem se lembravam deles, e muitas tinham estabelecido novos amores.
Uma, entretanto, permaneceu lembrada e fiel, e atirou-se com fúria passional aos braços do ex-guerreiro. Ele a repeliu, dizendo:
― Não quero mais ver a guerra diante de mim.
― Eu não sou a guerra, sou o amor, querido ― respondeu-lhe a mulher, assustada.
― Você é a imagem da guerra, você me agarrou como o inimigo na luta corpo a corpo, eu não quero saber de você.
― Então farei carícias lentas e suaves.
 O inimigo também passa a mão de leve pelo corpo do soldado caído, para tirar o que houver no uniforme.
― Ficarei quieta, não farei nada.
― Não fazer nada é a atitude mais suspeita e mais perigosa do inimigo, que nos observa para nos atacar à traição.
Separaram-se para sempre.


Carlos Drummond de Andrade. In Contos Plausíveis.José Olympio, 1985

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Mudança de estação


Dormi muito,
perdi a hora.
Ou melhor, ganhei.
Cheiro doce de mudança de estação.
Olho à minha volta,
mas é o ar que me encanta
neste momento.
A luz do dia se deixa entrever
no céu mesclado.
Desejo de viver poesia.
Escrevo. Existo.


Sandra Medina Costa

Por um mundo melhor


Por um mundo
onde se possa viver
sem fugir

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

domingo, 20 de setembro de 2015

sábado, 19 de setembro de 2015

Decisões e emoções


A OPÇÃO IDEAL


Narra uma lenda que um príncipe poderoso caiu em mãos inimigas que decidiram tirar-lhe a vida, condenando-o à forca. Dada sua linhagem nobre, o rei dos inimigos lhe propôs um acordo. Se ele conseguisse decifrar um certo enigma, sua vida seria poupada. Para isso, concedeu-lhe a liberdade de procurar a resposta por três dias.
Com a pergunta lhe fervendo na cabeça, o príncipe começou a buscar, entre os habitantes do lugar, quem o pudesse ajudar a encontrar a solução. A pergunta era: O que mais deseja uma mulher?
Ao final do terceiro dia, já desanimado e antevendo sua morte na forca, o príncipe encontrou uma mulher muito feia. Na boca, somente dois dentes. Os cabelos desgrenhados. As vestes sujas. Era chamada por todos, pelo seu aspecto horrível, bruxa.
Ela disse que tinha a resposta. Mas exigia que, tendo salva a vida, ele voltasse e casasse com ela.
Não desejando morrer, ele consentiu e ela lhe disse: O que mais deseja uma mulher é ter soberania sobre a sua vida.
Com a resposta, o príncipe teve poupada a sua vida e voltou para casar com a bruxa. Não queria, mas tinha prometido. Triste destino o meu, pensava. Casar com uma bruxa.
Entristecido, na noite de núpcias, sentou-se na cama aguardando a noiva de horrível aspecto. Qual não foi sua surpresa quando ela se apresentou belíssima, num vestido branco, com cabelos louros, olhos azuis brilhantes e um sorriso perfeito.
- Como pode? - perguntou o príncipe.
- Esqueci de lhe falar que, durante o dia, eu sou bruxa e à noite viro uma linda mulher. Agora, você pode escolher: quer que eu seja bruxa de dia ou de noite?
Ele olhou para aquela figura maravilhosa e disse: Deixo à sua escolha.
A noite foi extraordinária. No dia seguinte, ao raiar do sol, o príncipe abriu os olhos e surpreso, viu deitada ao seu lado, a jovem maravilhosa da noite anterior.
- Como? - perguntou ele. Você não disse que durante o dia virava bruxa?
- Meu amor, falou ela, como você deixou que eu decidisse sobre o que quisesse ser e quando quisesse, eu decidi ser donzela de dia e de noite. Lembra que eu lhe falei que o que mais deseja uma mulher é a soberania sobre a sua vida?

No mundo existem pessoas assim. Fora do lar, no contato com as pessoas são excelentes. Gentis, atenciosas, ponderadas. Basta que adentrem o lar para se tornarem déspotas. Gritam, exigem, magoam. Acreditam que o seu lar é seu reino e ali tudo podem fazer, sem limites.
Também existem as criaturas que no campo profissional, no trato social são ríspidas, grosseiras, exigentes em demasia. E, no entanto, com a esposa, os filhos são dóceis, educados, prestativos.
O que ser, como ser e quando ser é decisão individual. Mas quando optarmos por sermos bons o dia todo, em todo lugar, com todas as pessoas, o mundo se tornará um lugar muito melhor para viver, amar e ser feliz.


Fonte: do site Momento Espírita

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Jambo


Cadê o pé de jambo que me fez morena?
Passei e eis que desaparecera...
Tiraram um pedaço da infância minha.


Sandra Medina Costa

domingo, 13 de setembro de 2015

sábado, 12 de setembro de 2015

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Águas de primavera


Deixei-me cortar.
A poda foi forte
e a seiva agora corre
em minhas veias,
em minha mente.
Urge nascer novos brotos,
flores e frutos.
A chuva que chega forte
traz relâmpagos e trovões
anunciando vigorosamente
o início da primavera.
Estação das flores?
Estação das águas.
Águas de primavera.
Flores na alma.


Sandra Medina Costa

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Dia da Independência


“Já podeis, da pátria filhos, ver contente a mãe gentil: Já raiou a liberdade no horizonte do Brasil” ???

domingo, 6 de setembro de 2015

sábado, 5 de setembro de 2015

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

O bêbado e o jacaré

Trêbado, viu que o seguia um jacaré: “Bêbado! Bêbado!” Nervoso, pegou o bicho e virou do avesso. Logo ouviu atrás de si: “Dôbabe! Dôbabe!”


Sandra Medina Costa