segunda-feira, 30 de novembro de 2015

sábado, 28 de novembro de 2015

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

A língua


Livro “Ostra feliz não faz pérola”  de Rubem Alves

A língua


Sou feliz pelos amigos que tenho. Um deles muito sofre pelo meu descuido com o vernáculo. Por alguns anos ele sistematicamente me enviava missivas eruditas com precisas informações sobre as regras da gramática que eu não respeitava, e sobre a grafia correta dos vocábulos, que eu ignorava. Fi-lo sofrer pelo uso errado que fiz de uma palavra. Acontece que eu, acostumado a conversar com a gente das Minas Gerais, falei, falei em “varreção” - do verbo “varrer”. De fato, trata-se de um equívoco que, num vestibular, poderia me valer uma reprovação. Pois o meu amigo, paladino da língua portuguesa, se deu ao trabalho de fazer um xerox da página 827 do dicionário, aquela que tem, no topo, a fotografia de uma “varroa” (sic!) (você não sabe o que é uma “varroa”?) para corrigir-me do meu erro. E confesso: ele está certo. O certo é “varrição” e não “varreção”. Mas estou com medo de que os mineiros da roça façam troça de mim porque nunca os vi falar de “varrição”. E se eles rirem de mim não vai me adiantar mostrar-lhes o xerox da página do dicionário com a “varroa” no topo. Porque para eles não é o dicionário que faz a língua. É o povo. E o povo, lá nas montanhas de Minas Gerais, fala “varreção” quando não “barreção”. O que me deixa triste sobre esse amigo oculto é que nunca tenha dito nada sobre o que eu escrevo, se é bonito ou se é feio. Toma a minha sopa, não diz nada sobre ela, mas reclama sempre que o prato está rachado.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Dia do rio


Já imaginou nossas vidas sem eles?

sábado, 21 de novembro de 2015

Amor (fragmentos)


“Infinito enquanto dure” por não “ser eterno, posto que é chama”. Depois de apagada a chama, fica a memória da sua luz. Como o crepúsculo. O amor é entidade crepuscular. Seu dia é curto.
(Rubem Alves)

“Ninguém a outro ama senão o que de si há nele ou é suposto...”

(Fernando Pessoa)

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

domingo, 15 de novembro de 2015

Haicai [teu nome]


a noite – enorme
tudo dorme
menos teu nome

Leminski

sábado, 14 de novembro de 2015

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Gentileza


13 de novembro
Dia Mundial da Gentileza

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

terça-feira, 10 de novembro de 2015

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

O Pingo d’água


Vestibular disputado, a redação pedida: O Pingo d´agua. Pensou e lascou: “Naveguei em mares de livros, naufraguei num pingo d’água.”


Sandra Medina Costa

sábado, 7 de novembro de 2015

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

"SEJE"... "MENAS"... "ESTEJE"...


AGENTE ou A GENTE


MAS ou MAIS


Dia Nacional da Língua Portuguesa


Viagem à infância


Sensação de acordar pela manhã
Uma viagem à infância
Numa torta de maçã
Doce lembrança
Eu criança

A história em quadrinhos
O sonho na janela,
Cheiro de carinho
A inundar o ar
(Que torta era aquela?)

Sempre sonhei
Com aquela torta
Minha boca enchia de água
Só de imaginar o sabor.
Hoje eu já sei.


Sandra Medina Costa

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Com régua e sem (com)passo


Nascer (ponto). Morrer (ponto).
E nesse segmento de reta, um viver embrionário.


Sandra Medina Costa

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

domingo, 1 de novembro de 2015

Mudanças


Mudança à vista.
Mudanças a prazo
que o dono do tempo,
enfim, realiza.
Fim do descaso.

Mudança à vista.
Encaixam-se as coisas,
arruma-se tudo no lugar.

Mudanças a prazo.
Espera é palavra de ordem
para que tudo se reordene.

Ajustam-se os pensamentos,
(re)conhecimento.
Pessoas se encontram.
Cada qual no seu lugar.


Sandra Medina Costa

A Oração de Novembro