domingo, 15 de abril de 2012

O dedão evoluiu!



Se, antigamente, afirmava-se que a única função do dedão era segurar a parte de baixo do sanduíche, hoje já não se pode dizer o mesmo. O dedão evoluiu!
Ágil se move sobre o teclado alfanumérico dos celulares, tablets (e outras geringonças ultramodernas) e sai feito louco escrevendo mensagens, fazendo contas, capturando imagens. Não me surpreenderia se perdesse o status de “dedão”, tal a magreza em que se encontra. Os dedões se veem hoje tão conectados à modernidade que, superior aos outros dedos, reina único, absoluto! E, junto aos demais, já ignora o lápis que outrora tanto admirava, não tem mais tempo para o sanduíche, mal aceita a manicure, pois vai que esta, distraída, lhe fere a cutícula!? e está feito o estrago. Vai doer, inchar, e corre o risco de virar “dedão de novo.
Olho de relance os passageiros no ônibus... A mão que balança o berço, agora, segura firme o celular, o dedão a postos, enquanto a criança se ajeita como pode no braço. Para todos os lados que se olhe, só se veem dedões e celulares. Ouvidos tapados, também conectados, vão aos poucos perdendo sua função (ou “evoluindo” como o dedão).
É noite. E todos os gatos são pardos, todos os dedões se conectam, todos os ouvidos se tapam, todos os olhos se fecham. O dedão evoluiu (e, com ele, toda uma geração).

Sandra Medina Costa

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