sábado, 22 de novembro de 2014

Risco


Não se arrisque a confundir
traço com risco.
O traço
é frio, estático,
objetivo, problemático...
Pode até ser “marido da traça”!
Só corrói, consome, destrói.
Quer coisa mais sem graça?

Veja o que se pode
do traço tirar:
traçar metas
                objetivos
                        planos
                                retas
Traçar implica percorrer
um caminho predeterminado:
sai-se daqui,
vai-se até o outro lado.

O risco?
Ahhh! O risco não!
Ele é totalmente diferente,
Subjetivo... cada um faz
como quiser e sente.
O risco permite sonhar,
alçar outros voos;
não é uma linha reta, predefinida;
deixa a gente pensar a vida.

Do risco se tira
Arriscar!
Ideia que lembra
ousar, sonhar, criar.

O risco, tal qual um ponto
(ou pingo de j ou i)
não se limita a si.
O risco é irreverente,
inconstante como ele só!
(Já o percebeu nos quadros de Miró?)
O risco, assim, amiúde,
Por vezes até esquisito,
É vida em plenitude
Conduzindo ao infinito.


Sandra Medina Costa

[Obra: Joan Miró]

Nenhum comentário: