quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

A ELOQUÊNCIA DO SILÊNCIO


É cedo.
A manhã clara me desperta e o silêncio vai sendo quebrado por ruídos vindos de longe.
Oro. A claridade e a luz naquele céu de um azul tão limpo me falam da eloquência do silêncio.
Silêncio.
Fecho os olhos e medito sobre a competência do silêncio.
Confundo-me: competência do silêncio... eloquência do silêncio... Como distinguir?
Concentro-me. Oro.
Oro. Se pronunciar em tom fechado, remeto-me ao espanhol e vira “ouro”.
O ouro do silêncio.
Novas lembranças.
O coral de surdos-mudos apresentando-se na quadra numa fria manhã, “cantando”, através de gestos, o Hino Nacional Brasileiro... Lembra?
Foi lindo. Lembro-me de dizer ao Pe. José Maria que havia sido indescritível, emocionante, ouvir o silêncio. Ele riu aquela risada boa, feliz.


Sandra Medina Costa

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