domingo, 7 de fevereiro de 2016

Autoapaixonamento


Eu me amo, eu me aceito,
eu me acolho por inteiro.
Pois Vós, meu bondoso Deus,
já o fizestes primeiro.

Ainda no ventre de mãe, que me acolhia incerta –
“seria menino ou menina?” – se perguntava inquieta.
“Com certeza era um menino e Rômulo” se chamaria.
Depois de três meninos e três meninas, outra opção não havia.

E Vós, meu glorioso Senhor,
acompanhava meu desenvolvimento
imprimindo em mim Teu amor, fé, dons e talentos,
que brotariam um dia na vida, quando fosse o melhor momento.

Hoje entendo um pouco melhor minhas tristezas e tormentos,
a sensação de abandono me traz lágrimas e lamentos.
Reconheço que agora, já passado tanto tempo,
ainda é possível tentar um autoapaixonamento.

Eu me amo, eu me aceito,
eu me acolho por inteiro.
Pois Vós, meu bondoso Deus,
já o fizestes primeiro.

E me mostrais através de vossos anjos
que houve um ventre materno
que me acolheu, aceitou e amou,
e que o mundo também me acolheu,
mas não sei se foi tão fraterno.

Sei que mais importante que isso
é eu me acolher, aceitar e amar,
pôr meus dons a Vosso serviço
e para sempre Vos adorar.


Sandra Medina Costa

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