quinta-feira, 10 de novembro de 2016

O medo não me parou


Manhã cedinho
Eu no caminho
Já atrasada.
No ponto do ônibus, um homem estranho dormia tombado no banco. Mochila no chão. 
Próximos a ele, mais alguns homens estranhos. E o medo tentou me consumir.
Eu atrasada
Precisando seguir
Caminhei incerta
Para um lado e para o outro.
Rua deserta.
Mais à frente outro ponto.
Decidida a vencer o assombro
Caminhei até lá orando.
E o ônibus veio logo.
Lembrei-me de Mãe.
Sempre preocupada
Dizia que
Diante do perigo
Eu não via nada
E em direção a ele corria.
Meu Deus! Quantos anos se passaram para eu quebrar essa “verdade” tantas vezes dita!
Não. O medo não me paralisou e nem me puxou. Ao contrário, fez com que seguisse em frente.
E fui ao encontro da luz, da força, dos amigos que me aguardavam para um novo dia de vivência agostiniana.
Manhã de natureza gentil.
Tarde de sono suave.
É noite agora. E eu ouço aquela música que diz “meu caminho é cada manhã”
E repito para mim mesma:
Meu caminho, hoje sei, é cada manhã.

Sandra Medina Costa

(Imagem: Recanto Santo Agostinho)

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