Ferreira
Gullar
O preço do
feijão
não cabe no poema. O preço
do arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás
luz e telefone
a sonegação
do leite
da carne
do açúcar
do pão
O
funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada
em arquivos.
Como não
cabe no poema
o operário
que esmerila seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras
- porque o
poema, senhores,
está fechado:
"não há vagas"
So cabe no
poema
o homem sem estômago
a mulher de nuvens
a fruta sem preço
O poema senhores,
não fede
nem cheira
https://www.oficinadoescritor.net/2012/11/poema-nao-ha-vagas.html
não cabe no poema. O preço
do arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás
luz e telefone
a sonegação
do leite
da carne
do açúcar
do pão
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada
em arquivos.
o operário
que esmerila seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras
está fechado:
"não há vagas"
o homem sem estômago
a mulher de nuvens
a fruta sem preço
O poema senhores,
não fede
nem cheira
Nenhum comentário:
Postar um comentário