De Nara Rúbia Ribeiro
Um rei medroso
Ordenou que fossem mortos
Todos os pássaros do seu reino.
Assim se cumpriu.
Daquele dia em diante
O canto que nascia vinha das entranhas das pedras.
Deu-se uma quebra no encantamento das coisas
E dragões desembocaram do espaço.
Parecia que o mundo inteiro findava.
O rei,
Desobrigado de sonho,
Fechou os seus olhos de esquecer de acordar.
Então, as crianças se aliaram aos poetas
E desenharam um poema
De passarinhos ressuscitados.
Foi aí que pequeninas pedras
Animaram-se a levitar.
Pouco a pouco ganharam penas,
Bico, asas, gorjeio de pássaro.
E as crianças descobriram
Que pedrinhas coloridas
São passarinhos disfarçados de chão.
Segredo milenarmente guardado.
Só o sabem as crianças e os poetas.
Ordenou que fossem mortos
Todos os pássaros do seu reino.
Assim se cumpriu.
O canto que nascia vinha das entranhas das pedras.
Deu-se uma quebra no encantamento das coisas
E dragões desembocaram do espaço.
Parecia que o mundo inteiro findava.
Desobrigado de sonho,
Fechou os seus olhos de esquecer de acordar.
Então, as crianças se aliaram aos poetas
E desenharam um poema
De passarinhos ressuscitados.
Animaram-se a levitar.
Pouco a pouco ganharam penas,
Bico, asas, gorjeio de pássaro.
E as crianças descobriram
Que pedrinhas coloridas
São passarinhos disfarçados de chão.
Segredo milenarmente guardado.
Só o sabem as crianças e os poetas.
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