Pequenina ainda, me entretinha
a brincar de aulinha no quintal lá de casa.
Alunos imaginários me ouviam encantados
a ensinar sobre "raiz quadrada"
(que eu nem entendia o que era, mas achava lindo e importante quando via meus irmãos mais velhos falando e resolvendo os exercícios.
Soava como música aos meus ouvidos.).
Mais tarde, a Matemática me gerou pesadelos.
Ainda me lembro de sonhar (eu disse sonhar?!)
a noite inteira,
tentando me lembrar daquela fórmula "não-sei-pra-que-serve":
"menos b + ou - raiz quadrada de b2 menos 4 a c sobre 2 a".
Cresci e enveredei pelo caminho das letras - mais maleáveis e sutis.
Descobri que de quadradas as raízes não têm nada.
E é bom que assim seja.
Raiz é origem, círculo, movimento, vida.
Minhas raízes, minhas origens.
Meu cerne. Eu, disforme.
Minha carne. Meu carma.
Minha calma. Minha alma. Minha luz.
Das raízes brotam vida. Por vezes, vida que não se vê.
Raiz quadrada. Início de tudo.
Ensaio para o caminho das letras que hoje me sorriem.
Sandra Medina Costa.
Contagem, 09 de maio de 2012.
[Imagem Google]
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