quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Estudando a Liberdade, busquei a Natureza para sondar-lhe o brilho


Estudando a Liberdade, busquei a Natureza para sondar-lhe o brilho.
O esplendor me cercava, mas o Sol afirmou :
– Para libertar a luz devo permanecer em minha própria órbita.
Disse o Mar:
– Como nutrir as forças da Vida sem aceitar as minhas limitações?
A Fonte declarou:
– Não posso emancipar o benefício de minhas águas, sem atender às linhas que me orientam o curso.
Explicou-se a Flor:
– Impossível abrir-me para o festival dos perfumes, sem deixar-me prender.
A Ponte murmurou:
– Nada seria eu se não guardasse a disposição de servir.
Não longe, a Eletricidade comentou, movimentando uma fábrica:
– Fora da disciplina, em vão procuraria ser mais útil.
Um Automóvel parado entrou na conversação:
– Posso ganhar tempo e vencer o espaço, mas infeliz daquele que me use sem breques!
Então, voltando-me para dentro do próprio coração, exclamei em prece:
– Deus, meu Deus, fizeste-me livre no pensamento para criar o bem e estendê-lo aos meus irmãos; no entanto, que será de mim, sem ajustar-me às tuas leis?


Francisco Cândido Xavier

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