Talvez nem a fome os separasse...
Deitados na rua,
dormiam abraçados.
Em andrajos,
maltrapilhos,
sem filhos.
Dormiam abraçados
sob o sol da manhã de quarta-feira.
Ao lado, os poucos e parcos pertences.
Uma velha e suja mochila
e um par de chinelos
igualmente gastos e velhos.
Retrato de amor e pobreza
em preto e branco,
preto e cinza.
As cores passavam em volta
fazendo o mundo girar.
O verde das árvores talvez os cobrisse.
O vento ou a fome talvez os despertasse.
Mas as cores do mundo, naquele momento,
não foram capazes de mudar o que vi.
Sandra Medina Costa
[Imagem Google]
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