domingo, 19 de outubro de 2008

A Eloquência do Silêncio

É cedo.
A manhã clara me desperta e o silêncio vai sendo quebrado por ruídos vindos de longe.
Oro. A claridade e a z naquele céu de um azul tão limpo me falam da eloqüência do silêncio.
Silêncio.
Fecho os olhos e medito sobre a competência do silêncio.
Confundo-me: competência do silêncio... eloqüência do silêncio... Como distinguir?
Concentro-me. Oro.
Oro. Se pronunciar em tom fechado, remeto-me ao espanhol e vira “ouro”.
O ouro do silêncio.
Novas lembranças.
O coral de surdos-mudos apresentando-se na quadra numa fria manhã, “cantando”, através de gestos, o Hino Nacional Brasileiro... Lembra?Foi lindo. Lembro-me de dizer ao Pe. José Maria que havia sido indescritível, emocionante, ouvir o silêncio. Ele riu aquela rosada boa, feliz.


Sandra Medina Costa

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