domingo, 19 de outubro de 2008

A Vida Inventa

Gosto desse cara!
Ele é chique demais da conta!
Na cabeça, ondulações serenas
vão descendo ponta a ponta...
É algo inédito que empresta
A mesma visão à testa.

Eureka!
Descobri porque gosto desse cara!
É pela capacidade heurística,
numa arte de descobrir e inventar,
e entre pensamentos laterais, divergentes,
(e de ver gentes!)
sua criatividade mostrar.
Gosto também de sua visão holística,
Meio mítica, meio mística,
De mostrar aos outros pensamentos
Que é possível ver gente,
Conviver com a gente,
Co-memorar com a gente,
Ensinar a gente com paciência
Que só não é possível
anestesiar as consciências.

O nome CLEITON
(Aportuguesação ou brasilidade do inglês Clayton)
é sinônimo de depósito de argila, barro.
Taí!
Eureka de novo!
Descobri que, quando Deus
criou você, ele já sabia
quais ingredientes colocaria
nessa cabeça de gigantes estrias,
para que o mundo pudesse
ter um equilíbrio melhor.
E lá foi o Pai do céu,
depositando seus dons.
Um a um colocando,
e parafusos retirando:
O dom de Criar.
Nariz, nariz, e nariz,
Nariz, que nunca se acaba;
Nariz, que se ele desaba,
Fará o mundo infeliz;
Nariz, que Newton não quis
Descrever-lhe a diagonal;
Nariz de massa infernal,
Que, se o cálculo não erra,
Posto entre o Sol e a Terra,
Faria eclipse total!
(Bocage)O dom de Ensinar.
O dom de Aprender.
O dom de Perdoar.
O dom de ser Pai.
O dom de ser Filho.
O dom de Amar.
O dom de ter dons
sem se exibir!
Acho mesmo que é por aí!

Mas... péra lá!
E o nariz? Alguém perguntaria
Só de sacanagem!
Bobagem!
Nariz não é nada, é só imagem.
Mas eu me pergunto agora?
E o Bocage?
Teria feito aquele poema
Em sua homenagem?
E o Bernardo Guimarães?!
Também tentou em um de seus poemas
Exaltar o nariz, mas teve problemas...
“Sabei, que se por um erro
Não há nariz na poesia,
É por seu fado infeliz,
Mas não é porque não haja
Poesia no nariz.
Se bem me lembra, a Bíblia em qualquer parte
Certo nariz ao Líbano compara;
Se tal era o nariz,
De que tamanho não seria a cara?!...”

Por falar em Bíblia,
Vou parafraseando o João,
em sua terceira carta (III João 01:02),
(eu, já pedindo a Deus perdão):
Cara, peço a Deus que você prospere em tudo
e que tenha muita saúde, assim como é próspera a sua alma.


Sandra Medina Costa

"A vida inventa. A gente principia as coisas no não saber
porque, e desde aí, perde o poder de continuação -
porque a vida é mutirão de todos, por todos
remexida e temperada." (Guimarães Rosa)

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