(refletindo Heráclito
de Éfeso)
“Um homem não entra duas vezes no
mesmo rio.”
Daí que o
amor
pede para ser
feito novo
a cada dia.
Ao entrar
pela segunda vez no rio,
os pés do
homem se molharão em águas novas,
pois as
primeiras já se vão longe...
Tudo flui.
Cada manhã
acorda o novo homem,
a cor dá ao
homem novo
que está
algumas horas mais velho.
Coisas novas
aprendidas,
sentimentos
mais maduros,
outras
experiências vividas...
Tudo flui.
A mulher ao
seu lado (a noite ao lado dela)
precisa ser
conquistada nesse novo dia,
pois também é
nova a mulher que habita nela.
Tudo flui.
Ao acolher
pela segunda vez os pés do homem,
o rio já
sabe, então, que ele não é mais o mesmo.
Tudo flui.
Talvez tenha
se levantado pelo lado avesso...
Quiçá
acordara de vez o menino dentro de si!
Cada manhã
desperta a mulher prenhe,
pronta para
dar à luz a si mesma.
Está mais
madura,
mais
sensível, mais distante,
triste ou
alegre,
mais gorda e
elegante,
mais magra e
carente,
fiel,
saudável ou doente... (quem sabe?)
O mesmo homem
ao seu lado
precisa ser
de novo conquistado,
pois já vai
longe aquele homem
por quem se
apaixonou há alguns anos,
meses,
horas...
Tudo flui.
O dia é novo.
O rio é novo.
O homem é
novo.
Daí que o
amor
pede para ser
feito novo
a cada dia.
(...)
Conquista-me.
E eu saberei
que me amas,
sentirei em
tuas mãos
o renovo
desse amor.
E eu te
pedirei
que entres,
mais uma vez,
comigo
no rio de
águas mansas
que nos levam
ao grande
Mar.
E tu saberás
que te amo.
Sentirás no
calor de meu corpo
a paixão que
me sai pelos poros.
E o rio de
águas mansas
nos receberá
novos amantes...
Amor
renovado.
“Tu serás, para mim,
único no mundo.
E eu serei, para ti,
única no mundo...”
(Antoine de Saint
Exupéry)
Sandra
Medina Costa
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