É tarde. A noite
traz seu doce amargo.
O doce sabor do
prazer é marrom, quase negro.
O amargo tem a cor
verde escura.
Um verde escuro,
diria, talvez, verde-musgo.
Um verde que lembra
lodo (e lodo não me atrai),
pois o musgo
remete-me a situações tristes, lembra o chão,
o lodo, e traz
rejeição.
O doce e o amargo.
Talvez tenha sido
assim minha vida.
Provar os dois. Não
há meio termo.
O doce e o amargo
(azedo no meio).
Escrevo agora na
penumbra da noite.
Ficou gravada, hoje,
na lembrança essa imagem:
Simultaneamente,
o doce e o amargo
(uma xícara de café
bem doce,
uma xícara de losna
bem forte, geladinha...)
Opções de vida.
Café ou losna?
O doce ou o amargo?
A paz ou a revolta?
Mover-se ou
queixar-se?
Ser feliz ou ter
razão?
Há dubiedade na
alma.
A dubiedade das
almas.
A unificação das
almas.
Vê. Me escuta!
Sou eu quem em
silêncio grita:
Vem estar comigo,
me olha nos olhos,
me ama como da
primeira vez.
Me queira com antes!
Sejamos namorados,
desde sempre, que demoraram para se encontrar
nesta vida.
Não demora, vem!
É tarde lá fora.
Mas nossas almas,
estou certa,
Continuam sedentas
daquela sintonia que nos tocou um dia.
Sandra Medina Costa
Belo Horizonte, 27 de março de
2007.
[Imagem Google]
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