Ontem,
de manhã.
Eu,
invisível, estática, impassível, inerte,
Diante
de um corpo sem vida,
Em
meio ao quadro doloroso
de
uma perda materna,
Rostos
pálidos, sentidos, chorosos,
Mal
da dor que parece eterna...
Bem
da morte, mal da vida,
Me
vem clara uma conclusão
há
tanto tempo sofrida:
Nunca enterrei meus mortos.
Pai,
mãe, amores,
Parentes,
amigos e desafetos...
Tantos
se foram em dores!
Não
os tenho mais por perto.
Nunca enterrei meus mortos.
Talvez
por isso até hoje
Meus
“fantasmas” camaradas
Me
acompanham, me entristecem,
Dificultando
a jornada.
Mas
também, por isso mesmo,
Possibilitam
meu crescimento
E
encaminham meus passos
Ainda
que eu ande a esmo.
Elevando
meu pensamento
Ao
meu Deus, Pai e Verdade,
Luz
maior no firmamento,
Constato
a necessidade:
Preciso enterrar meus mortos.
Sandra Medina Costa
[Imagem Google]
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