Eu, prendedor
de roupa,
Exposto que
sou nas manhãs
De tempo
nublado ou de sol,
Sei, sou
coisa pouca:
Apenas um
prendedor de roupa
Preso à
toalha, ao lençol,
Estendido num
varal qualquer
Frente às
intempéries da vida,
Vento, sol, cachorro,
mulher...
Às vezes, ali
permaneço
Sofrendo a
ação do tempo.
Noutras, me
desconheço,
Destroçado,
jogado ao relento.
Bom mesmo se
bem cuidado
Sou recolhido
e guardado.
E foi numa
tarde dessas,
Em que o
vento castigava,
Que me
ensinaram o valor
Que ali eu
representava.
Olhe-me com
atenção!
Veja bem o
meu formato:
Sou só mais
um objeto?
Ou duas
pessoas de fato
Que estão de
pé, frente a frente,
Bem juntas e
se olhando,
Com um
pequeno fio de arame
Que as
enlaça, força lhes dando?
Essa força a
que me refiro
(o fio do
prendedor)
Nos torna
fortes se o que nos une
É a fé, é o
amor.
Se tirarmos o
fio de arame,
O prendedor
perde a função.
Se nos faltam
os sentimentos,
A vida é
vazia, sem qualquer razão.
Sandra
Medina Costa
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