quarta-feira, 21 de maio de 2014

Praia de Apuã

Que nada mais me surpreenda, Senhor,
a não ser a beleza de Tua Criação.

Diante de mim
uma praia de corais (não há areia)
e um mar que se divide em dois

Primeiro, a água do rio, represada
por uma barreira de corais.
Vem depois a outra parte:
um imenso oceano ciano
(seria esta a palavra a definir
a mistura de verde e azul?)

O vento que sopra em meu rosto
se mistura à minha respiração.
Será uma ruptura?
Criador – criatura...
vento – respiração.;..
ou mistura?

Na praia de corais (não de areia!)
me deparo com uma caverna.
Por Deus, será eterna?!
Os raios do sol da tardinha
deixam entrever uma água
            cristalinha,
            cristalinda,
            cristalina,
que balança, estremece,
conforme a maré que chega,
ou a gota d’água que desce.

A cada olhar, uma descoberta!
E a coisa mais certa
é que essa caverna
magicamente criada
por formações rochosas de cristais,
meu Deus, é demais!

As grandes pedras se sobrepõem
de tal forma e encantamento,
que sumiram no ar os problemas...
Acabou-se o meu tormento?

Contrastando com a praia, na beira,
uma pequena castanheira,
meu olhar fixa, esguelha:
pois ela ostenta entre o seu verde
três ou quatro folhas vermelhas.

Sandra Medina Costa
Santa Cruz Cabrália – BA, 21 de dezembro de 2008

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