O frio
O olhar
O beijo
O sorriso
O olhar...
Manhã fria de sábado.
O sol meio tímido também parecia
sentir o frio daquela manhã, lançando uns raiozinhos tímidos de luz.
Vez por outra, uma pequena rajada de
vento me invadia, arrepiando o corpo, o coração... As suas batidas, nessa hora,
confundiam-se com o tremor do corpo, ávido pelo calor da alma.
E ele veio. Parecia a Luz em pessoa.
Ladeado do amor de mãe e de pai, a princípio meio indiferentes ao frio que eu,
cá no fundo, imaginei que ele estivesse sentindo.
“Mãe dele, Pai dele! Esse neném
precisa ficar no colo. Está muito frio!” – clamei silenciosamente.
Como a ler meu pensamento, ele me
olhou com ar divino, lá do carrinho onde estava, lançou-me um beijo (daqueles
que só os anjos sabem dar!) e sorriu pra mim de um jeito que não sei descrever.
Um sorriso que me pareceu eterno.
Ficamos nos olhando e sorrindo um
para o outro, enquanto ele passava em seu carrinho de bebê, até perder-se ao
longe.
Quando dei por mim, estava ali, no
ponto do ônibus, as lágrimas escorriam soltas, suaves, como a me lavar a alma.
Era um recado de Deus: um amor
gratuito, tão natural como viver e respirar, é assim. Mexe com a gente,
balança, traz à vida. Precisa ser prática mútua e diária. Obrigada, Senhor!
Sandra
Medina Costa
[Imagem Google]
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