Meus
pés.
Pés
que sinalizam
a
caminhada a ser cumprida
numa
busca constante de felicidade.
Olhar
em volta.
Os
pés
injustamente
feridos,
martírio
da alma –
quero
ser feliz.
A
roseira, à minha esquerda,
se
mantém firme
e
não perde suas rosas,
mesmo
enfrentando fortes ventos e tempestades.
A
mangueira, à minha frente,
me
mostra seus frutos ao alto.
Ao
longe, à minha direita,
minhas
montanhas me acenam
e
refletem o vigor do verde
que
brotou depois das queimadas.
Tudo
à
minha volta
é
vida.
A
fragrância do creme nas mãos.
O
cheiro da árvore que vez por outra me chega.
O
bicho que me assustou
(coitado,
tão pequeno, frágil e indefeso...
e
eu mais ainda).
O
medo. O choro.
A
respiração do sono.
O
barulho no apartamento de cima.
A
luz que se acende no apartamento de frente.
O
zumbido no ouvido esquerdo.
O
sono que não vem.
Os
latidos ao longe.
A
saudade do Duque – meu cachorro preferido.
O
barulho do carro na rua de trás, a freada desenfreada.
O
tic-tac do relógio.
Foguetes
pipocando ao longe.
A
oração que acalma
A
sede, a fome de viver, o amor, a paz.
O
silêncio.
Sandra
Medina Costa
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