Você
veio em hora inexata,
não
sei bem precisar quando.
Só
sei que nasci de novo.
Quando
vi, já o estava amando.
Mas o “Amor vive de engano” –
disse-me, um dia, um poeta.
Doloroso foi descobrir
que essa frase era certa.
“Amar
– verbo intransitivo”,
um
outro definiria,
com
grande sabedoria,
há
algum tempo atrás.
E eu, aprendiz da vida,
porém “grande” conhecedora
das regras gramaticais,
relutaria, contestaria:
Intransitivo?! Jamais!
Pois “quem ama, ama alguém”;
e, na voz passiva, “é amado”,
com direito a um agente
e bem preposicionado.
(...)
Hoje,
ainda aprendiz da vida,
vejo,
com certa amargura,
que
o “mal de amar” tão citado
é
um bem que não tem cura.
Continuo vivendo de engano.
A intransitividade? é real.
Passei só a ficar duvidando
de qualquer regência verbal.
Sandra Medina Costa
Nenhum comentário:
Postar um comentário