sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Elaine


Já há algum tempo, Elaine conversava com uma criança (adotiva como ela), em mais uma de suas tarefas onde trabalhava. Naquela manhã, ouviu do aluno:
- Ora, Elaine, mas você é uma filha adotiva feliz; eu não!
Aquilo bateu fundo na alma. Numa fração de segundos, sem que se desse conta, ela repensou toda a sua trajetória de vida.

“Eu, filha de Raimunda – protetora e poderosa,
que me trouxe à luz outrora
e me teve nos braços até os 8 meses de idade.
Não sei do seu rosto, mas sinto saudade.
Mesmo doente,
junto ao meu pai José Vicente,
decidiu de forma sábia, cabeça fria,
e me entregou à Maria.
Lourdes Maria, minha segunda mãe,
a mais fiel das amigas,
a que merece todo louvor,
junto ao marido José Nego (meu segundo pai),
recebeu-me soberana, serena,
a mim, Elaine pequena,
com carinho pleno de amor.
Acredito hoje,
que meu papel foi ser semente,
naquele lar tão contente,
pois novos filhos vieram e,
desta vez, do próprio ventre de Maria,
Lourdes Maria, a segunda mãe
que me acolhera um dia.”

Ouvir a história de Elaine foi um dos melhores momentos que tive com ela. Penso que isso só pode ser coisa de Deus! Dois pais de mesmo nome: JOSÉ. Ambos sensíveis, confiantes, generosos...
Ah, Senhor, desta forma nos conduzes ao caminho da fé, pois me vejo a refletir sobre a oração de São José e seu ensinamento maior “florescer onde a vontade do pai me colocou”.

Sandra Medina Costa

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